A moção foi apresentada pelo deputado federal Luiz Philippe de Orleans e Bragança (PSL-SP) e aprovada na comissão presidida por Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) (Foto: Robson Gonçalves)
Moção de repúdio a Fernández “é uma loucura”, diz vice-presidente do Cidadania
Fábio Matos – O Antagonista
O deputado Rubens Bueno, vice-presidente do Cidadania, disse a O Antagonista que a aprovação de uma moção de repúdio, ontem, pela Comissão de Relações Exteriores da Câmara, contra o presidente eleito da Argentina, Alberto Fernández, “não leva a nada”.
A moção foi apresentada por Luiz Philippe de Orleans e Bragança (PSL-SP) e aprovada na comissão presidida por Eduardo Bolsonaro.
“Pode? É uma loucura. Qual é a necessidade disso? Se há um problema lá de trás que o Bolsonaro xingou a [Cristina] Kirchner, que o presidente [Fernández] fez uma declaração pelo ‘Lula Livre’… Para com isso! Vamos ajudar a colocar as coisas no seu devido lugar”, afirmou Bueno.
Segundo o parlamentar, Jair Bolsonaro vem cometendo erros ao tentar se envolver em questões internas de outros países e adotar uma postura agressiva. Para o deputado, a política externa do governo atrapalha o Brasil e pode ter até afastado a presença de empresas estrangeiras no megaleilão do pré-sal realizado ontem.
“Não ajuda. Também o mundo dos negócios é influenciado pelas relações [externas]. Então, qualquer política exterior que não seja aquela da boa vizinhança, do respeito à autodeterminação dos povos, às eleições nos países, tudo o que leva a mostrar, de fato, que há uma autoridade sensível aos problemas internacionais e que quer ajudar a resolvê-los, e não ficar agredindo quem quer que seja… Políticas ambientais, políticas culturais, tudo isso tem que ser pesado no sentido de se buscar um caminho que seja minimamente do respeito internacional com os países”, disse.
Para Bueno, os auxiliares de Bolsonaro para a política externa tentam agradar ao chefe e inflamam ainda mais um comportamento agressivo contra outros países.
“Os subalternos levantam o tom para poder dizer: ‘olha, eu estou fazendo o que o meu chefe está fazendo’. É uma relação de subalternidade do grotesco que não ajuda em nada o país a ser respeitado como deve ser.”