O deputado do Cidadania do Rio de Janeiro participou nesta terça-feira (05) de audiência sobre a política cultural do governo promovida pelo STF (Foto: Robson Gonçalves)
O deputado federal Marcelo Calero (Cidadania-RJ) participou nesta terça-feira (05) de audiência pública promovida pelo STF (Supremo Tribunal Federal ) para discutir o decreto presidencial que transferiu o Conselho Superior do Cinema do Ministério da Cidadania para a Casa Civil. Ao abordar do tema da redação do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) sobre o cinema, o parlamentar, que já foi ministro da Cultura, disse que “os tempos não permitem descanso aos que defendem o Estado Democrático de Direito e a democracia” no País.
Calero falou no encontro que o “esvaziamento” da Ancine (Agência Nacional de Cinema), da diminuição da participação social no Conselho Superior de Cinema e do “movimento que busca tornar sem voz um grupo de cidadãos com o qual Bolsonaro não está de acordo, por razões ideológicas”.
“Após sistemáticos e reiterados ataques ao longo do primeiro semestre de 2019, o chefe do Executivo nacional indicou várias vezes a intenção de esvaziar a Ancine e retirar a sua capacidade institucional de ente regulador, sobrepujando sua autonomia funcional, decisória, administrativa e financeira, para impedir sua atuação como fomentador do desenvolvimento do cinema nacional”, disse Marcelo Calero em seu discurso.
Segundo ele, a importância estratégica do setor audiovisual como vetor do desenvolvimento nacional deve ser preservada. Ações como a política nacional do cinema, na sua visão, devem ser priorizadas, para favorecer a democratização do acesso à cultura.
“Por isso, devemos nos opor a este movimento de censura, gradativamente posto em curso”, disse.
Redação do Enem
Marcelo Calero citou ainda o tema da redação do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) deste ano, que abordou a democratização do acesso ao cinema, para discorrer sobre as respostas que as instituições do País podem encontrar para superar “esta agenda de retrocessos”.
“Nossa resposta está nos Poderes Legislativo e Judiciário. Já que o Executivo trabalha de forma incansável para impor a censura, cabe a nós, do Parlamento e desta Corte, mostrarmos o outro caminho, rumo à civilidade, ao respeito da liberdade e garantia da diversidade”, disse.
“Os tempos não permitem descanso aos que defendem o Estado Democrático de Direito e a democracia”, completou o parlamentar do Cidadania do Rio de Janeiro.