Para Freire, a mensagem recebida pelo morador, por mais tenha sido um equivoco, demonstra um crescente fundamentalismo religioso (Foto: Reprodução)
O presidente do Cidadania, Roberto Freire, criticou nesta sexta-feira (4) a Prefeitura do Rio de Janeiro por permitir ativismo religioso na gestão municipal. A denúncia foi feita após morador do bairro de Campo Grande, Zona Oeste da cidade, ligar para reclamar de buracos na região e receber mensagem religiosa ao fim do atendimento.
“Confundir a gestão pública com ativismo religioso fere a laicidade e constrange a cidadania. Porém o mais grave é que demonstra o crescente fundamentalismo religioso-evangélico que teima em criar, entre nós, um estado teocrático”, afirmou.
Para Freire, a mensagem recebida pelo morador, por mais tenha sido um equivoco, demonstra um crescente fundamentalismo religioso.
“A própria resposta oficial da Prefeitura – e não importa se errou de destinatário – é um sinal do crescente fundamentalismo religioso-evangélico que tenta impor sua crença contra a laicidade da República brasileira. Combata”, pediu Freire.
“Lamentável”
O coordenador do Diversidade 23 e membro do Diretório Estadual do Rio de Janeiro, Eliseu Neto, considerou lamentável o episódio porque cria um “clima ruim” e segregação entre toda a população da capital carioca.
“Lamentável para todos os lados. O Rio de Janeiro é uma cidade de todos e para todos. Isso cria uma segregação em toda a população. Vai se criando uma guerra religiosa e um clima fratricida entre as religiões. Corremos o risco de não termos mais a Bienal e o Carnaval já é atingido por conta disso. Uma coisa é professar e seguir a fé, outra coisa é usar a República, a democracia e os espaços de poder para impor a cultura da sua religião a toda a população. É o que ocorre no Rio de Janeiro, a imposição de um modo de ser e de um único tipo de pensamento”, disse.