Mourão: Exército vai reforçar combate ao óleo para dar ‘mais visibilidade’ à operação

Presidente em exercício reconheceu falha de governo em divulgar ações tomadas para conter derramamento e disse que críticas de autoridades estaduais fazem ‘parte da política’ (Foto: Reprodução)

Exército foi enviado para dar ‘mais visibilidade’ à operação de combate ao óleo, diz Mourão

Daniel Gullino e Bruno Rosa – O Globo

O presidente em exercício Hamilton Mourão afirmou nesta segunda-feira que o Exército passará a reforçar as operações contra o derramamento de óleo no Nordeste . De acordo com Mourão, o objetivo é dar “mais visibilidade” as ações que já estão sendo feitas. Serão enviados homens da 10ª Brigada de Infantaria Motorizada, sediada em Recife.

Mourão participou, na tarde desta segunda, de uma reunião no Ministério da Defesa para discutir a operação de combate ao derramamento e anunciou na saída o envio do Exército.

— O Exército está colocando a 10ª Brigada, que é a brigada sediada em Recife, que tem mais ou menos em torno de quatro mil, cinco mil homens. Está sendo colocada em reforço. Fora equipamentos que estão sendo distribuídos às Defesas Civis dos estados e municípios — disse.

Em nota, o Ministério da Defesa informou que autorizou o emprego de cerca de cinco mil militares que poderão atuar no monitoramento e limpeza das praias. Entre os militares, só o pessoal da Marinha foi empregado nas operações até agora, sendo 1.583 militares, quinze navios e uma aeronave.

No início da noite, ao deixar o Palácio do Planalto, Mourão foi questionado sobre o que motivou o envio do Exército neste momento, e respondeu que os esforços do governo não estavam recebendo visibilidade:

— A gente está fazendo um trabalho e não está tendo visibilidade. Então vamos botar mais visibilidade nisso daí.

Perguntado, então, se tratava-se de uma resposta à opinião pública, respondeu:

— Acho que sim, também.

De tarde, o presidente em exercício já havia reconhecido uma falha na comunicação do governo, ao comentar a decisão da Justiça Federal de Sergipe que reconheceu que a União acionou o plano para conter o derramamento, mas afirmou que houve uma falha do governo em divulgar as ações que vem tomando.

— A juíza já analisou, já mostrou que o governo desde o dia 2 de setembro acionou os protocolos correspondentes. Apenas, mais um vez, nos faltou comunicar mais isso daí.

Secretários municipais e diretores de agências ambientais estaduais têm reclamado da atuação do governo federal contra o derramamento. As principais queixas envolvem problemas de comunicação entre os estados e a União, além da contribuição de órgãos federais no dia a dia das operações.
Mourão afirmou que essas críticas fazem “parte da política”:

— Reclamar faz parte da política. Nada demais.

De acordo com ele, não há previsão de quando a limpeza será concluída, porque trata-se de um acidente “inédito” em todo o mundo:

— Não temos (previsão). Está diminuindo. Esse óleo que chegou agora em Pernambuco, vamos dizer, é uma segunda vaga de assalto. Já houve a primeira vaga de assalto, agora chegou a segunda. Pode ter ficado para trás na hora que foi lançado no mar. Esse acidente é inédito no mundo, esse tipo de acidente.

Petrobras usa radar, drones e helicópteros

A Petrobras, que já coletou 280 toneladas de resíduos oleosos (mistura de óleo e areia) desde o início das atividades em 12 de setembro, passou a utilizar neste fim de semana duas embarcações de apoio, helicópteros e drones para atuar nas regiões costeiras do Nordeste.

Os barcos são equipados com radar para localização de manchas de óleo e recursos para contenção e recolhimento do material que se encontra na superfície, disse a estatal. A companhia também está utilizando drones para a inspeção das praias.

“A Petrobras permanece com diversas equipes em campo, totalizando cerca de 500 pessoas trabalhando simultaneamente. Outros 30 profissionais de diversas áreas da companhia atuam diariamente na central de planejamento e logística no Rio de Janeiro”, disse a empresa em nota.

A companhia também mobilizou um helicóptero para sobrevoos diários, carros e caminhões para apoio às equipes de campo, além de recursos de 19 estruturas de resposta à emergência, considerando os Centros de Defesa Ambiental (CDA), os Centros de Resposta a Emergência das Unidades Operacionais e os Terminais da Transpetro.

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