À véspera de completar oito anos, o assassinato do professor e médico Luiz Ferreira, é lembrado em Alagoas
Há 8 anos, depois de anunciar em um programa de rádio, de apresentação semanal, que era candidato a prefeito na cidade de Anadia (AL), o vereador Luiz Ferreira de Souza (PPS) foi morto com 12 tiros, enquanto voltava para o município. Médico e professor, ele apresentava o programa na cidade de Maribondo, sobre saúde, como fazia todos os sábados. Disse, no ar, que era candidato em Anadia. Horas depois, foi morto.
Luiz Ferreira era professor universitário e ex-diretor do maior hospital público de Alagoas, o Hospital Geral do Estado.
O crime repercutiu até nacionalmente, e o Cidadania, que é sucessor do PPS, partido ao qual a vítima disputaria a prefeitura de Anadia em 2010, cobra justiça, com os demais envolvidos no banco dos réus.
“Deve ser feito o julgamento imediato dos responsáveis por este monstruoso crime que não pode cair no esquecimento da justiça e da sociedade. A justiça deve pôr em pauta para julgar os demais envolvidos nesta trama criminosa. Trama esta que abalou não só a cidade de Anadia mas todo o estado de Alagoas”, ressaltou Regis Cavalcante, presidente estadual do Cidadania-AL.
O crime
O vereador Luiz Ferreira, de 61 anos, foi assassinado a tiros no dia 3 de setembro de 2011 quando retornava para Anadia, após participar de um programa de rádio na cidade de Maribondo e anunciar que seria candidato a prefeito na próxima eleição, em 2012, e de fazer críticas à política local.
Luiz Ferreira foi morto dentro do carro a tiros disparados com uma pistola 9 milímetros depois de ser interceptado pelos criminosos. Segundo uma denúncia, o crime foi cometido pelo policial militar e primo da ex-prefeita, Claudio Magalhães da Silva, que teria efetuado mais de 12 tiros contra o vereador do PPS numa emboscada.
“O médico e vereador Luiz Ferreira foi morto por ser voto decisivo na Câmara Municipal de Anadia para afastar a ex-prefeita eleita pelo PT, Sânia Teresa, do cargo por desvio de R$ 7 milhões dos cofres públicos”, disse Regis Cavalcante, ao reafirmar a motivação política do crime.
O julgamento
Após dois dias de julgamento em Maceió, em 18 de fevereiro de 2017, Alessander Leal foi condenado, a 32 anos, 7 meses e 15 dias de prisão; Tiago Campos a 30 anos, 10 meses e 20 dias; e Everton de Almeida a 32 anos, 3 meses e 15 dias pelos crimes de homicídio qualificado e associação criminosa. As penas dos três deverão ser cumpridas em regime fechado.
Sânia foi presa, mas em novembro de 2012 o juiz Helestron Costa acatou o pedido de prisão domiciliar, feito pela sua defesa, porque os advogados apresentaram novas provas da fragilidade da saúde da ré. Segundo a defesa, na época, Sânia necessitava de cuidados médicos que o presídio não tinha condição de oferecer.
Veja abaixo reportagem do Câmera Record sobre o caso