A deputada Paula Belmonte (Cidadania-DF) disse, em reunião da CPI do BNDES, que os irmãos Joesley e Wesley Batista e os irmãos Bertin, Natalino e Silmar Roberto, deveriam estar na prisão por causa de empréstimos irregulares obtidos junto ao banco de desenvolvimento. “Deveriam estar na cadeia porque causaram prejuízo não só ao povo brasileiro, mas também ao BNDES”, disse ela, durante o depoimento de Silmar Bertin.
Respondendo a uma pergunta de Paula Belmonte, Silmar disse que, em 2007, o BNDES passou a ter participação de 27,5% no frigorífico que leva o seu sobrenome. A instituição aportou nada menos que R$ 25,5 bilhões na empresa. O empresário contou também que a companhia selou uma sociedade com José Roberto Bumlay na produção de açúcar e álcool. Bertin assegurou, no entanto, que não havia propina na relação com o banco estatal.
Paula Belmonte chamou atenção para o fato de o levantamento feito para que o BNDES injetasse dinheiro no frigorífico não ter sido realizado por profissionais especializados nessa tarefa, mas apenas por advogados. Segundo a deputada, o banco descobriu que a empresa dos irmãos Bertin estava usando o capital aportado nela para pagar dívidas, mas isso não gerou uma atitude mais dura da diretoria da instituição. Uma segunda e última parcela de recursos foi inserida pelo banco nos cofres da companhia em meio à esdrúxula situação.
A parlamentar do Cidadania checou com o depoente que, após aberto o capital da Bertin, uma cota de R$ 200 milhões foi vendida por apenas R$ 17 mil, um negócio que ostenta até mesmo assinaturas falsificadas. Silmar Bertin respondeu que entrou na justiça para reverter o prejuízo, mas “não deu em nada”. “Por causa de ilegalidades cometidas no BNDES, muitos ficaram sem emprego, outros passaram fome, jovens entraram na ilegalidade. Bilhões saíram do banco e foram para pessoas que não geraram emprego”, disse a deputada.