O Banco Central aprovou, na noite desta última quarta-feira (31), por meio da reunião do Copom (Comitê de Política Monetária), a redução da taxa Selic de 6,5% para 6%. A taxa não sofria alteração desde março de 2018 e o índice atual é o menor desde o início do regime de metas para a inflação implementada em 1999. O Comitê sinalizou ainda que deve continuar a afrouxar a política monetária nos próximos encontros.
A decisão surpreendeu os analistas que apostavam em uma redução de 0,25%. Segundo o Banco Central, a alteração se deve a melhora dos cenários interno e externo, com os indicadores de inflação em “níveis confortáveis”.
“Indicadores recentes da atividade econômica sugerem possibilidade de retomada do processo de recuperação da economia brasileira. O cenário do Copom supõe que essa retomada ocorrerá em ritmo gradual. O cenário externo mostra-se benigno, em decorrência das mudanças de política monetária nas principais economias”, afirmou o Banco Central.
Contudo, o otimismo governamental não reflete entre muitos dos analistas econômicos do País. Para o economista-chefe da corretora Necton, André Perfeito, o Copom adotou posição ousada ao iniciar um novo ciclo de cortes e com uma redução de 0,50 ponto percentual. Para ele, ainda existem riscos como a tramitação da reforma da Previdência e aprovação de outras reformas em curso.
O Copom realizará ainda mais três reuniões até o fim do ano. O mercado já aposta que a taxa possa chegar a 5,5% até 2020. Para alguns especialistas, a redução pode ser ainda maior caso o governo consiga aprovar as reformas em tramitação no Congresso Nacional.
EUA
Os EUA também surpreendeu ao realizar o primeiro corte em onze anos de sua taxa de juros. O Fed (Federal Reserve), realizou um corte de 0,25 pontos. Desde 2008, auge da crise financeira global, a autoridade monetária estadunidense não realizava uma redução.