Apesar da alta esperada, índice ainda se manterá abaixo da meta perseguida pelo Banco Central, de 4,25%
BRASÍLIA – O Estado de S. Paulo
Os economistas do mercado financeiro passaram a projetar uma inflação levemente mais elevada em 2019. O Relatório de Mercado Focus, divulgado ontem pelo Banco Central, mostra que o IPCA – índice oficial de preços – deve encerrar o ano em 3,80%. Uma semana antes, a projeção era de 3,78%. Para 2020, a expectativa de inflação permaneceu em 3,90%.
Apesar da leve alta verificada na projeção para 2019, os porcentuais estão longe de indicar um descontrole inflacionário. A projeção dos economistas para a inflação está abaixo do centro da meta perseguida pelo BC para este ano, de 4,25%, sendo que a margem de tolerância é de 1,5 ponto porcentual (índice de 2,75% a 5,75%). Para 2020, a meta é de 4%, com margem de 1,5 ponto (de 2,50% a 5,50%).
Com a inflação sob controle, tem crescido no mercado financeiro a expectativa de que o Comitê de Política Econômica (Copom) do BC possa reduzir a Selic (taxa básica de juros) na reunião desta semana. A Selic está em 6,50%, mas o Focus indica que os economistas esperam corte de 0,25 ponto porcentual no encontro que termina amanhã, para 6,25% ao ano. Algumas casas projetam corte maior, de 0,50 ponto. No Focus, a projeção média é de que a Selic terminará 2019 em 5,50%, permanecendo assim até início de 2021.
As projeções para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), no entanto, continuam ruins. A expectativa no Focus é de que a alta do PIB seja de apenas 0,82% em 2019. No caso de 2020, a projeção é de 2,10%. Um dos setores que tem puxado para baixo as projeções do PIB é o industrial. O relatório revela que a projeção dos economistas do mercado para a alta da produção industrial passou de 0,66% para 0,50%. Para 2020, a expectativa é de avanço de 3%.
O Focus indicou ainda que a projeção dos economistas para a moeda americana no fim do ano é de R$ 3,75. Para o fim de 2020 a expectativa é de R$ 3,80. Estas cotações dizem respeito ao dólar à vista, geralmente usado em transações comerciais. O dólar turismo – comprado pelos brasileiros em viagens ao exterior – geralmente é cotado a preços mais elevados. / F.C.