As vendas do comércio tiveram baixa de 0,6% em abril na comparação com março. O número é o pior resultado para o período desde 2015 , quando registrou -1%. Os dados foram divulgados nesta quarta-feira (12) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) na PMC (Pesquisa Mensal do Comércio).
O varejo perdeu força após dois meses de relativa estabilidade e, para muitos especialistas, os dados reforçam a leitura de estagnação econômica. Na comparação com abril de 2018 houve alta de 1,7%. Assim, o comércio avançou 0,6% no ano e 1,4% nos últimos 12 meses. A aposta dos analistas era para uma queda menor, de 0,2%.
Segundo a PMC, das oito atividades pesquisas, cinco registraram queda no volume de vendas para abril na comparação com o mês anterior. A pesquisa destacou que a retração no varejo foi puxada pelo segmento de hipermercados (-1,8%), que caiu pela terceira vez seguida, e vestuário (-5,5%), que teve o segundo mês negativo.
Os números também evidenciam que houve queda de vendas em 20 das 27 unidades da Federação com destaque para Paraíba (-3,5%) e Rio de Janeiro (-2,8%) e Pará (-2,6%).
As três atividades tiveram alta entre março e abril foram móveis e eletrodomésticos (1,7%), combustíveis e lubrificantes (0,3%) e livros, jornais, revistas e papelaria (4,3%).
Já o volume de vendas do comércio varejista ampliado ficou estável. Os veículos e peças tiveram alta de 0,2% e os materiais de construção, de 1,4%. O varejo ampliado cresceu 3,1% ante abril do ano passado, 2,5% no acumulado do ano e 3,5% no acumulado dos últimos 12 meses (3,5%).
Longo caminho
Para a gerente de pesquisa, Isabella Nunes, o País precisara percorrer um longo caminho para atingir os números obtidos em 2014 quando houve recorde de vendas.
“Só essa observação já nos mostra uma perda de ritmo no ano de 2019. Ainda tem um longo caminho a ser percorrido para que o comércio varejista volte a registrar taxas semelhantes às de 2014”, afirmou.
Ela destacou ainda que o País possui um grande volume de desempregados que contribui negativamente para o aquecimento das vendas no varejo.
“Essa situação dificulta o crescimento da massa de rendimentos, que é o que impulsiona o consumo”, afirmou a pesquisadora do IBGE. (Com informações do IBGE e agências de notícias)