Especial Meio Ambiente: Os números do desmatamento no Brasil

Em 2018, o País registrou os maiores números de desmatamento na região amazônica de toda a história. De agosto de 2018 a maio deste ano, a devastação ilegal da Floresta Amazônica atingiu 52 hectares por dia.

Em apenas 15 dias de maio, foram desmatados 6.880 hectares de floresta preservada na Amazônia, o correspondente a 7 mil campos de futebol. São 19 hectares por hora, a taxa mais alta em uma década.

O volume desmatado apenas na primeira quinzena de maio representa 84% de toda a área desmatada entre agosto de 2018 e abril de 2019.

Uma das regiões mais devastadas é a Floresta do Jamanxim, que perdeu nada menos que 3.100 hectares somente neste período.

Apesar do avanço do desmatamento, o Ibama (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade)  emitiu 850 multas de agosto a maio, 35% menos do que no mesmo período do ano passado, quando foram 1.290.

Já o ICMBio (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), entre 1º janeiro e 15 maio, aplicou 317 multas na região, praticamente metade do aplicado no mesmo intervalo de 2018.  Os dados foram divulgado pelo  Deter (Sistema de Detecção do Desmatamento na Amazônia Legal em Tempo Real).

A vitória contra o desmatamento criminoso

O Senado Federal deu uma grande contribuição ao Brasil ao deixar caducar a Medida Provisória 867/2019, que alterava de forma dramática, com as emendas da Câmara dos Deputados, o Código Florestal brasileiro.

A decisão dos senadores tornou sem efeito o duro golpe então em marcha contra o meio ambiente.

Se a discussão sobre o tema for retomada, que seja por projeto de lei, permitindo que toda a sociedade participe.

Neste sentido, o Cidadania se coloca contra os projetos em tramitação no Senado e na Câmara dos Deputados que acabam com as reservas legais em propriedades particulares e mitigam as reservas florestais e terras indígenas. Ou que se sustentem na ideia negacionista de mudança do clima global.

Muito além da madeira

O Brasil detém cerca de 12% de toda a água doce disponível no planeta. Este privilégio não é distribuído uniformemente por todo o país: 80% de toda a água brasileira se concentra na Região Norte, o que faz com que ela seja estratégica para a o ciclo de chuvas em toda a América do Sul. Parte da precipitação que ocorre em São Paulo, por exemplo, depende da umidade da floresta amazônica, que atravessa o país pelos chamados “rios voadores”. Pesquisadores afirmam que, em tese, a destruição da Amazônia pode secar o resto do Brasil.

Acordo de Paris

O governo Bolsonaro constrange e retira a credibilidade do Brasil ao bloquear entendimentos firmados internacionalmente em questões relacionadas ao clima, como o Acordo de Paris. Trilha um terreno pantanoso ao promover o enfraquecimento do ordenamento jurídico ambiental brasileiro e ao afrouxar as regras para o licenciamento ambiental.

Em 35 anos, essa é a primeira vez que temos uma postura de desconstrução advinda da parte do governo.

Ao engendrar um alinhamento internacional com os Estados Unidos sem nada receber em troca, o governo Bolsonaro lançou o meio ambiente na vala comum e predestina biomas importantes como da Amazônia e do Cerrado a um futuro desastroso. Destino igual para nossos rios, fauna, restingas e outras áreas de preservação marítimas.

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