Especial Meio Ambiente: Fronteira agrícola brasileira é para geração futura

No ano passado as mídias brasileiras foram inundadas com a informação sobre estudos da Embrapa e da Nasa apontando que apenas 7,6% do território nacional (63,9 milhões de hectares) eram usados para a produção agrícola. Contrariando índices de outros países, sobretudo da Europa, que chegariam a patamares superiores a 80%.

Seria o exemplo final de que o Brasil é um País que protege o seu meio ambiente.

A informação é verdadeira, mas esconde sob o tapete outros dados igualmente verdadeiros. Ela se refere apenas a cultivares e esquece os outros 168 milhões de hectares em pastagens, o que elevaria o desmatamento nestes dois segmentos a quase 280 milhões de hectares, correspondendo a mais de 30% de todo o território nacional.

A agricultura brasileira é algo a ser comemorado: em 63 milhões de hectares produz alimentos para consumo interno e exportação, álcool e biocombustível para a geração de energia e farelos, que respondem pela produção de 13 milhões de toneladas de frango, 4 milhões de toneladas de carne de porco e quase um milhão de toneladas de peixe em cativeiro.

A pecuária tem números que o Congresso Nacional precisa discutir. Dos 168 milhões de hectares, 48 milhões são de pastagens degradadas. E o restante produz apenas 10 milhões de toneladas de carne. Claro, ainda contam o leite e o couro, mas essa é outra questão.

O Brasil não tem necessidade de ampliar suas fronteiras agrícolas na Amazônia para ser uma potência ainda maior na produção de grãos. O momento é de avançar sobre terras degradadas (mais de 50 milhões) e fomentar a produtividade.

As terras com potencial agrícola não desmatadas devem ser estoque de segurança para gerações futuras.

A vitória contra o desmatamento criminoso

O Senado Federal deu uma grande contribuição ao Brasil ao deixar caducar a Medida Provisória 867/2019, que alterava de forma dramática, com as emendas da Câmara dos Deputados, o Código Florestal brasileiro.

A decisão dos senadores tornou sem efeito golpe duro então em marcha contra o meio ambiente.

Se a discussão sobre o tema for retomada, que seja por projeto de lei, permitindo que toda a sociedade participe.

Neste sentido, o Cidadania se coloca contra os projetos em tramitação no Senado e na Câmara dos Deputados que acabam com as reservas legais em propriedades particulares e mitigam as reservas florestais e terras indígenas. Ou que se sustentem na ideia negacionista de mudança do clima global.

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