A produção industrial brasileira registrou leve alta em abril, com crescimento de 0,3%. Contudo, o setor acumula queda de 2,7% nos quatro primeiros meses do ano. Além disso, também registrou queda de 3,9% quando comparado com o mesmo mês do ano passado. O resultado foi divulgado, nesta terça-feira (4), pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) por meio da PIM (Pesquisa Industrial Mensal).
De acordo com o estudo, a produção industrial para o período está 17,3% abaixo do nível recorde registrado em maio de 2011. Segundo os pesquisadores, a influência negativa se deu por conta do setor extrativo, principalmente pela redução na produção de minério de ferro decorrente da tragédia de Brumadinho (MG) com o rompimento da barragem, em janeiro. Por conta disso, a indústria extrativa caiu 9,7%.
Para o gerente de pesquisa, André Macedo, o crescimento na indústria seria de 1,2% se não tivesse ocorrido o incidente.
“Há um efeito de queda em sequência do setor por conta de Brumadinho, e isso vem trazendo impactos negativos na indústria como um todo”, disse.
Crescimento
A pesquisa revelou que houve crescimento em 20 das 26 atividades consultadas. Entre as altas na passagem de março para abril o destaque foi para veículos com 7,1%; maquinas e equipamentos, 8.3%; produtos químicos 5,2%; e alimentos 1,5%.
“Veículos automotores vêm mostrando um comportamento de maior volatilidade, em função de uma demanda doméstica que não consegue acompanhar essa produção. Ainda há a crise na Argentina afetando as exportações desse setor, então se regula a produção para atender a demanda”, afirmou o pesquisador.
Além disso, a ligeira alta também foi influenciada em três das grandes categorias economias em relação a março com alta de 3,4% em bens de consumo duráveis; 2,9% em bens de capital e de 2,6% em bens de consumo semi e não duráveis. O setor de bens intermediários teve queda de 1,4%.
Ao comentar a indústria de transformação, Macedo destacou a existência de uma “constante” que contribui na queda do setor industrial no ano.
“São fatores que a gente já comenta para o setor industrial, associados à demanda em ritmo menor e à taxa de desocupação do mercado de trabalho”. (Com informações do IBGE)