Guaidó convoca greve geral em mais um dia de protestos na Venezuela

O autoproclamado presidente interino da Venezuela, Juan Guaidó, reapareceu nesta quarta-feira (1º), convocando a população a um levante cívico-militar contra o presidente Nicolás Maduro. Em uma manifestação em Caracas, pediu que seus apoiadores mantivessem a pressão sobre o regime chavista, representado por Maduro, com novas marchas pelas ruas.

Guaidó redobrou sua campanha para pôr fim ao que chama de “usurpação”. Ele participou de uma manifestação em Caracas e discursou para seus apoiadores.

“Na Venezuela, a única forma de haver um golpe de Estado é me prendendo. Pelo contrário, hoje são os valentes militares e civis que dão um passo adiante e estão com a nossa Constituição”, disse à população.

Pelo Twitter, Guaidó chamou os venezuelanos para uma greve geral e afirmou que os funcionários públicos do país também o apoiam. “A fase final da Operação Liberdade começou ontem com a participação das nossas Forças Armadas e agora nossos empregados públicos se uniram [a nós]. Vamos acompanhá-los em sua proposta de paradas escalonadas que começa amanhã [2] até chegar à greve geral”.

A conta de Guaidó no Twitter passou o dia postando fotos de manifestações que, segundo ele, aconteciam em várias cidades do país contra o governo. Do outro lado, Maduro e integrantes do seu governo divulgaram manifestações favoráveis ao governo. Tanto Guaidó quanto Maduro se mostram do lado da paz e da Constituição do País.

O presidente autoproclamado deu início à “Operação Liberdade” nesta terça-feira (30), afirmando que tinha apoio das Forças Armadas venezuelanas. Nas manifestações de ontem, a população que apoia Guaidó foi às ruas e entrou em confronto com militares. Uma cena chamou a atenção do mundo inteiro, quando um blindado militar atropelou um grupo de manifestantes contrários a Maduro.

Maduro fala à população

O presidente da Venezuela também foi a público e fez um pronunciamento, transmitido pela televisão oficial do governo. Ele negou ter ordenado que o blindado avançasse contra manifestantes. Ele voltou a acusar os Estados Unidos de planejarem um golpe de Estado contra ele. Maduro também deu um recado a Guaidó, dizendo que só se chega à presidência pelo processo eleitoral. “O povo põe, o povo tira”, ressaltou.

Apoio militar a Guaidó

Apesar de o opositor anunciar o apoio das Forças Armadas, ainda não se sabe quantos militares do alto escalão abandonaram Maduro. O núcleo militar do governo brasileiro, que apoia Guaidó, informou não saber a dimensão do apoio militar ao opositor do chavista.

Mais cedo, o ministro do Gabinete de Segurança Institucional, Augusto Heleno, admitiu que Guaidó não dispõe de apoio militar no alto escalão das Forças Armadas venezuelanas, ainda leais a Maduro. “Temos a impressão que o lado de Guaidó é fraco militarmente”, disse. Para Heleno, a crise no país vizinho ainda está longe de um desfecho.

Há vários meses, a Venezuela passa por uma severa crise econômica. Atingido pela hiperinflação, o país sofre com o desabastecimento cada vez mais intenso e com a falta de emprego e perspectivas. Milhares de venezuelanos têm deixado o país em busca de oportunidades de emprego em países vizinhos, como Colômbia e Brasil. (Agência Brasil)

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