Escolas cívico-militares são boas, mas é preciso investir também na educação tradicional, diz Paula Belmonte

A deputada  federal Paula Belmonte (DF), vice-líder do Cidadania na Câmara, disse que é favorável à experiência de gestão compartilhada das escolas cívico-militares do Distrito Federal e também de investimentos do Ministério da Educação nos colégios tradicionais. Segundo a deputada, os dois modelos devem oferecer uma educação de qualidade. A parlamentar expressou essa posição em seminário realizado pela Comissão de Educação da Casa para debater o modelo militarizado de ginásio.

Paula Belmonte contou que, em debate na CLDF (Câmara Legislativa do Distrito Federal) sobre o mesmo assunto, pais e diretores de escolas pediram para integrar o Sistema Colégio Militar.

“Quem sou eu pra dizer que não é bom? Nenhum pai foi obrigado a colocar o aluno na escola e nenhum professor foi obrigado a dar aula lá”, disse Paula Belmonte, referindo-se às quatro escolas que experimentam o modelo cívico-militar em Brasília neste ano.A parlamentar se comprometeu com os debatedores a buscar recursos para a educação no DF junto ao secretário dessa pasta no GDF.

O coronel Jean Arantes Martins explicou que existem, em todo o País, 13 colégios militarizados. Alunos do sexto ao nono ano do ensino fundamental e do primeiro ao terceiro ano do ensino médio são atendidos por essas unidades de ensino. No Distrito Federal, quatro escolas estão experimentando o sistema de gestão compartilhada, uma parte militar e outra, civil. Segundo o coronel, esses colégios valorizam o pensamento crítico e dispõem de professores militares com licenciatura para ministrar aulas e civis. Os alunos entram de manhã e só saem no fim da tarde. Têm aulas de artes e praticam esportes à tarde.

As professoras Rosilene Correia Lima, representante da Associação dos Trabalhadores em Educação, e Catarina Santos, do Sinpro (Sindicato dos Professores do DF), se colocaram contra a militarização das escolas. Elas admitiram que a qualidade desses colégios é superior à das tradicionais, mas reclamaram que os investimentos que são feitos nas unidades cívico-militares não se estendem a toda a rede pública, que se encontra em situação precária. Já Catarina observou que “nenhuma base legar coloca a polícia como responsável pela educação”. Ela disse ainda que nas escolas militares praticamente não há negros.

O custo anual por aluno da escola cívico-militar é de R$ 16 mil, enquanto na escola pública tradicional o investimento é de apenas R$ 3 mil. “As escolas militarizadas atendem a minoria da minoria. Lutamos para uma escola boa pra todo mundo”, argumentou Rosilene. Ela afirmou ainda que a uniformização presente no militarismo é prejudicial à característica plural da sociedade.

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