Convocado pela senadora Eliziane Gama (MA), líder do Cidadania, o secretário especial de comunicação da Presidência da República, Fábio Wajngarten, participou, nesta terça-feira (28), na Comissão de Transparência, Fiscalização e Controle da Casa, de audiência para explicar a atuação da Secom e das polêmicas que envolveram a secretaria nos primeiros 150 dias de governo.
Eliziane perguntou se a Secom utiliza como critérios para distribuição de verbas publicitárias o caráter ideológico dos veículos e se as verbas contemplam também as rádios comunitárias, importante instrumento de comunicação no interior do País.
Wajngarten também foi questionado sobre publicação de fake news, de vídeo em apologia ao golpe de 1964 e de conteúdo erótico nas redes sociais do presidente da República. A senadora quis saber se o conteúdo nas redes do presidente sofria qualquer influência da Secom.
Wajngarten disse que tem uma preocupação grande com a concentração das verbas de publicidade. Citou como exemplo o fato da emissora de televisão líder no Brasil, a TV Globo, ter uma audiência de 35% e receber 85% das verbas de publicidade. Para ele, “o sistema tem que ser repactuado pelo mercado porque a concentração é prejudicial para os outros veículos”.
Sobre o critério de distribuição de verbas garantiu que “o critério enquanto eu estiver aqui será absolutamente técnico. O governo tem que falar com todo mundo sem preconceito”.
Em relação aos veículos regionais, o secretário concordou com a senadora que “é preciso oxigenar, investir, defender o pluralismo dos meios [de comunicação] e proteger os veículos regionais”, afirmando que vai lutar para mantê-los.
Olavo de Carvalho
Quanto à disputa interna entre Olavo de Carvalho e os militares integrantes do governo pela comunicação, Wajngarten amenizou dizendo que “o que notei, seja o professor Olavo de Carvalho e o ministro Santos Cruz, era apenas uma acomodação de versões em busca da proteção e promoção da comunicação. Em nada passou perto da disputa de verbas”, declarou.
Sobre o peso das publicações nas redes sociais, o secretário disse que não nota influência dos filhos do presidente. Garantiu que não tem acesso às senhas das redes do presidente e que discute com o presidente Jair Bolsonaro apenas estratégias.