A nova moda é contar uma mentirinha na hora de fazer o seu currículo profissional.
(Nota do Blog: Não façam isso, estudantes. Não sejam imbecis, idiotas úteis nem massa de manobra de espertalhões.)
Ministros do presidente Bolsonaro e agora o governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, foram flagrados dando essa floreada na formação acadêmica para impressionar o chefe e o público em tempos de fake news e de influenciadores digitais.
Mestrados e doutorados imaginários, omissões convenientes e até autoplágio estão entre as modalidades adotadas por essas otoridades do alto escalão (favor não confundir com baixo calão, embora a vontade seja soltar um palavrão diante de tamanho descaramento).
Dar um upgrade à Pinoquio na experiência pregressa é prática recorrente entre bolsonaristas. A ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves, entre outras insanidades de praxe, afirmava ser “mestre em educação” e “em direito constitucional e direito da família” (sic).
Foi desmascarada e afirmou, no melhor estilo doiDamares, que seus títulos não eram do mundo pagão, mas divinos. “Diferentemente do mestre secular, que precisa ir a uma universidade para fazer mestrado, nas igrejas cristãs é chamado mestre todo aquele que é dedicado ao ensino bíblico”. Aham!
O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, também não é mestre em direito público pela Universidade Yale, título atribuído a ele há anos em seus artigos. A desculpa esfarrapada: “A informação foi veiculada erroneamente por um equívoco da assessoria”. Claro! Desde 2012. (rs)
O ex-ministro da Educação, Ricardo Vélez Rodriguez, também errou 22 vezes (!!!) em seu currículo Lattes, como “esquecer” de acrescentar coautores de seus textos, por exemplo ao ter citado como de sua autoria única o livro “Formação e Perspectivas da Social-Democracia”, que teve outro autor. Distraído ele, coitado.
O atual ministro da Educação, Abraham Weintraub, é outro que traz inconsistências em seu currículo. Ele incorre no chamado autoplágio, prática conhecida no meio acadêmico quando o mesmo artigo é republicado em periódicos diferentes, desobedecendo a norma que exige ineditismo do material.
Ou seja, é uma “pedalada” no currículo, como já fez a ex-presidente Dilma Rousseff, a própria “rainha da pedalada”, que incluía na formação os títulos de mestre e doutora em economia pela Unicamp sem nunca ter sido diplomada ou defendido alguma tese para ostentar tais títulos.
O governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, inaugurou uma nova modalidade de curriculum vitae: agora pode incluir desejos, planos e intenções.
Daí ter inventado um doutorado inexistente em Harvard.
Disse que incluiu no currículo essa informação porque isso fazia parte dos seus planos, abandonados à força depois de ter sido eleito em 2018. Original.
O estagiário do #BlogCidadania23 gostou tanto da nova moda que já incluiu no próprio currículo duas Copas do Mundo, um Oscar, um Grammy e o Nobel da Paz. Fará de tudo para realizar os planos, mas vai saber, né… Ao menos a intenção é boa!
PS. A moda de mentir no currículo nem é tão nova, né? Mas no governo é uma aberração deplorável! Porém, fique tranquilo, só vai repercutir mal, mas muito mal mesmo, se você for uma mulher negra. Aí você vai direto para a fogueira das reputações, como a professora brasileira Joana D´Arc.