Após crescer 0,8% em dezembro, o setor de serviços caiu pela segunda vez consecutiva em fevereiro (-0,4%), na comparação com janeiro. O resultado eliminou o ganho do fim de 2018, uma vez que janeiro já havia sido negativo (-0,4%), acumulando perda de 0,9% no primeiro bimestre. Os dados são da PMS (Pesquisa Mensal de Serviços), divulgada nesta sexta-feira (12) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
“Junto com a queda em janeiro, essa baixa elimina por completo o avanço que havia ocorrido em dezembro (0,8%). Com isso, o setor permanece oscilando nesse patamar de volume 11,4% abaixo do pico da série, que aconteceu em janeiro e novembro de 2014”, explica o gerente da pesquisa, Rodrigo Lobo.
“O fato é que não conseguimos observar nenhum tipo de recuperação mais consistente para o setor de serviços”, complementa.
A pesquisa identificou queda em três das cinco atividades analisadas pela PMS, como transportes, serviços auxiliares aos transportes e correios (-2,6%), outros serviços (-3,8%) e serviços prestados às famílias (-1,1%). Os serviços profissionais, administrativos e complementares mostraram estabilidade e o único que obteve alta foi o de informação e comunicação (0,8%).
“O setor de transportes lidera em termos de impacto negativo no índice geral, sendo a terceira taxa negativa seguida. É a queda mais intensa dessa atividade desde julho de 2018. Houve pressão do transporte aéreo de passageiros, também pela alta em janeiro, ainda que, em tese, o ajuste sazonal sirva para compensar um pouco disso”, explica Rodrigo.
“O segundo impacto negativo é o de outros serviços, que é extremamente heterogêneo. Houve recuo na atividade imobiliária e de serviços financeiros auxiliares, que inclui a administração de bolsa de valores. Já os Serviços prestados às famílias recuaram 1,1%, praticamente eliminando o ganho entre outubro de 2018 e janeiro. A pressão negativa veio principalmente de restaurantes e hotéis”, completa o gerente da pesquisa.
Contudo, quando analisado outros tipos de comparações, o setor de serviços apresentou alta de 3,8% quando comparado ao mesmo período de 2018. Além disso, houve alta de 2,9% no acumulado do ano e de 0,7% no acumulado de 12 meses.
Rodrigo, porém, lembra que houve impacto do calendário no resultado positivo de fevereiro.
“Tivemos dois dias a mais em fevereiro de 2019, contra 18 do ano passado. Isso propicia a realização de um maior número de contratos de prestação de serviços. Se tivéssemos o mesmo número de dias, o crescimento seria de 0,9%, uma taxa positiva, mas bem menos intensa que essa de 3,8%”, disse.
O acumulado dos dois primeiros meses de 2019 também mostrou variação positiva em relação ao bimestre inicial de 2018 (2,9%). É a primeira taxa positiva na comparação deste período desde 2014. O acumulado nos últimos 12 meses, por sua vez, ficou em 0,7%, ponto mais alto desde março de 2015.
A receita nominal dos serviços teve queda de 0,4% na comparação com janeiro e altas nas outras comparações: 6,5% em relação a fevereiro de 2018, 6% no acumulado do ano e 3,6% no acumulado de 12 meses (Com informações do IBGE e agências de notícias)