Cobrado por Rubens Bueno, ministro não comenta declarações de Bolsonaro sobre Pinochet e Stroessner

O deputado federal Rubens Bueno (Cidadania-PR) cobrou nesta quarta-feira (27) do ministro das Relação Exteriores, Ernesto Araújo, durante audiência pública na Câmara, uma posição da diplomacia brasileira sobre recentes declarações do presidente Jair Bolsonaro elogiando os ditadores Augusto Pinochet, do Chile, e Alfredo Stroessner, do Paraguai. Na avaliação do parlamentar, era função do Itamaraty orientar o presidente a não envergonhar o País. O ministro preferiu não responder.

“Quando o presidente da República ou Vossa Excelência vai ao exterior está me representando. O presidente é chefe de Estado. Portanto eu não posso aceitar que ele saia daqui e vá ao Chile elogiar a ditadura sangrenta dos militares no Chile. Não posso aceitar. Era uma ditadura militar corrupta!”, criticou Rubens Bueno.

O deputado disse também ser inadmissível que o presidente tenha ido a Foz do Iguaçu, em evento da usina Itaipu, chamar o ex-presidente paraguaio, Alfredo Stroessner, de estadista.

“Estadista coisa nenhuma! Era um ditador sanguinário. Prendeu, matou. E mais grave, senhor ministro, Stroessner era um pedófilo, que usava e abusava de crianças de 12 a 15 anos. E receber elogio do nosso presidente da República, chefe de Estado? Não é possível’, condenou.

Rubens Bueno ressaltou ainda que caberia ao ministro alertar o presidente sobre esse tipo de situação.

“E aí cabe o papel do ministro das Relações Exteriores para colocar as coisas em seu devido lugar. Para pelo menos orientar, se é que [o presidente] não sabia”, cobrou.

O deputado também criticou a determinação dada por Bolsonaro para que as Forças Armadas comemorem o aniversário do golpe militar no Brasil.

“Quando se comemora ou tenta comemorar a ditadura militar no Brasil é mais um episódio triste. Mataram, prenderam e baniram milhares de brasileiros. É inaceitável isso”, afirmou Rubens Bueno, lembrando que, se isso tivesse acontecido na Alemanha, os responsáveis pela barbárie teriam sido condenados à prisão.

Diante da crítica do parlamentar, o ministro se esquivou de responder.

“Comentar sobre a situação de outros países, enfim, o passado histórico de outros países, acho que não é lugar para me pronunciar aqui. Não me parece determinante isso neste momento”, alegou Ernesto Araújo.

Leia também

Manifestação da maioria dos membros da Comissão Executiva Nacional

CONSIDERANDO o ato da Secretaria Executiva nº 001/2025, de...

Ato da Tesouraria Nacional nº 02/2025

Esclarecimentos e preservação da regularidade institucional e financeira do...

Ato da Secretaria-Executiva nº 01/2025

O SECRETÁRIO-EXECUTIVO NACIONAL DO CIDADANIA, no uso das atribuições...

O Brasil dos próximos 20 anos não está sendo construído, alerta Cristovam Buarque

Por Larissa Rodrigues – repórter do Blog do Magno Economista,...

Informativo

Receba as notícias do Cidadania no seu celular!