IMPRENSA HOJE

Veja as manchetes e editoriais dos principais jornais (20/10/2022)

MANCHETES DA CAPA

O Globo

Datafolha: Lula tem 49%, e Bolsonaro, 45%
Lula terá direito de resposta em 184 inserções de TV
Petista divulga carta de aceno aos evangélicos
Após 18 dias, governo detalha bloqueio de verbas
Criminalizar pesquisas pode provocar ‘apagão’ de dados
Desgastado, ex-governador Doria oficializa saída do PSDB
Pirâmide causou prejuízo de R$ 4 bi em mais de 80 países
Orçamento do Rio dispara nos Transportes e cai na Saúde

O Estado de S. Paulo

Defesa diz que só vai revelar relatório sobre urnas após o 2º turno
Maioria do STF dá aval a transporte público gratuito no dia da eleição
Lula divulga carta a evangélicos, fala em liberdade de culto e acena com cargos
Governo comprou 22 milhões de cestas básicas de ‘laranja’
38% da madeira que sai da Amazônia é ilegal, diz estudo
Ex-presidente da Fiesp lidera rebelião contra o atual por ‘gestão ideológica’
Putin declara lei marcial em quatro regiões anexadas da Ucrânia

Folha de S. Paulo

Lula se mantém em 49%; Bolsonaro oscila para 45%
Moraes vê desastre de fake news no 2º turno
Tarcísio tem 49%, e Haddad, 40% em SP; nulos são 8% e indecisos, 3%
Petista volta a se opor a aborto em carta a evangélicos
Guedes cogita salário mínimo e aposentadoria sem correção
Alta de alimentos é a maior até setembro desde início do Real
Ibama dá licença a explosão de pedral no rio Tocantins
Polícia vai ouvir testemunhas de ofensa a Seu Jorge
Doria anuncia desfiliação do PSDB após 22 anos
Putin declara lei marcial em áreas da Ucrânia anexadas

Valor Econômico

Investidores estratégicos impulsionam ações na B3
Lula tem 49% e Bolsonaro, 45%, segundo o Datafolha
Decisão do STJ pode encarecer dívida judicial
Candidatos concentram esforços nos evangélicos
Nestlé eleva os preços e fatura mais
Atividade do 3º tri oscila, mas é positiva
Novo modelo no saneamento gera disputa

EDITORIAIS

O Globo

Ao se reconciliar com Bolsonaro, Moro joga por terra legado anticorrupção

Ex-juiz dá razão às acusações de parcialidade nos processos da Operação Lava-Jato contra Lula

Uma das cenas mais inusitadas do debate entre os candidatos à Presidência, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL), no último domingo, ocorreu nos bastidores. Foi a presença do senador eleito Sergio Moro, ex-juiz, ex-ministro de Justiça e Segurança Pública e ex-desafeto de Bolsonaro, municiando o atual presidente com informações contra Lula, especialmente no tema em que ele se mostra mais vulnerável: a corrupção nos governos petistas, fartamente documentada pela Operação Lava-Jato.

Nada de surpreendente haveria se Moro não tivesse pedido demissão do ministério após a fatídica reunião ministerial de 22 de abril de 2020, acusando Bolsonaro de tentar interferir na autonomia da Polícia Federal (PF) para proteger a família e amigos. À época, Moro disse que Bolsonaro queria nomear o diretor-geral da PF para ter acesso a relatórios de inteligência em meio a investigações em curso.

Depois Moro se tornou crítico acerbo de Bolsonaro. “Assim como Lula, Bolsonaro mente. Nada do que ele fala deve ser levado a sério. Mentiu que era a favor da Lava-Jato. Mentiu que era contra o Centrão, mentiu sobre vacinas (…) e agora mente sobre mim. Não é digno da Presidência”, escreveu no início do ano numa rede social. Noutra mensagem, lançou um desafio paralelo: “Vai abrir as contas do gabinete e da rachadinha, Bolsonaro? E você, Lula? Vai abrir as contas das suas palestras e do sítio de Atibaia?”.

Rompimentos e reconciliações estão na natureza da política. O comportamento oportunista de Moro, porém, contribui para manchar o legado da maior operação contra a corrupção já deflagrada no Brasil. Ao aparecer ao lado de Bolsonaro na campanha eleitoral, ele deixa evidente sua parcialidade nos julgamentos contra Lula, que levou à anulação dos processos contra o ex-presidente no Supremo Tribunal Federal (STF). Ao contrário do que sempre argumentou, acaba por mostrar que seu objetivo, desde os tempos de juiz da Lava-Jato em Curitiba, era atingir Lula, motivado não apenas pelo combate à corrupção, mas também por preferência política e ideológica.

Querer crer que não existiu corrupção nos governos petistas e que as acusações contra Lula resultaram apenas da parcialidade de um juiz, como alega equivocadamente o candidato do PT, é o mesmo que acreditar em Papai Noel. Tanto existiu que bilhões que escoaram pelos dutos da roubalheira desenfreada foram devolvidos aos cofres públicos pelos réus confessos.

Apesar dos erros e excessos, a Lava-Jato teve méritos inequívocos, ao mostrar aos brasileiros que mesmo os mais ricos e poderosos não estavam acima da lei. No país do vale-tudo, onde só os pobres costumam ir para a cadeia, foi um marco. É por isso lamentável que Moro contribua para destruir o legado que ele próprio ajudou a construir no combate à corrupção. Ao se reconciliar com Bolsonaro, fecha os olhos a todos os malfeitos, ilegalidades e arroubos golpistas dele. O combate à corrupção deveria ser feito de material mais resistente.

O Estado de S. Paulo

Desrespeito à liberdade religiosa

Fanáticos bolsonaristas acusam adversários de pretenderem ‘fechar igrejas’, mas são eles que fazem arruaça em Aparecida, hostilizam padres nas homilias e atacam até o arcebispo de SP

A corrida presidencial de 2022 confirmou todas as previsões, mesmo as mais sombrias, de que esta seria uma das mais ignóbeis campanhas eleitorais da história recente do País. Nem mesmo a liberdade religiosa e de culto, garantia fundamental assegurada pela Constituição, tem sido respeitada.

É um desafio à memória de qualquer cidadão resgatar no passado algum episódio remotamente similar à profanação do Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida, quando uma súcia de bolsonaristas radicais achou que era o caso de usar o local sagrado para louvar o presidente Jair Bolsonaro – que lá estava, no dia 12 passado, Dia da Padroeira do Brasil, não para afirmar valores cristãos, mas para explorar a fé de milhões de católicos como arma política.

Aquele lamentável episódio foi até aqui o caso mais grave de uma escalada de abusos, desrespeito e estupidez dos fanáticos bolsonaristas que, a título de defender valores religiosos, na verdade vilipendiam a fé alheia. Os mesmos que acusam os adversários de representarem uma ameaça à religião e de apoiarem o fechamento de igrejas e templos são os que, na prática, estão a tolher o direito dos outros ao culto.

Padres católicos passaram a ser hostilizados durante suas homilias. Até dom Odilo Scherer, cardeal arcebispo de São Paulo, passou a ser atacado nas redes sociais após fazer uma reflexão pertinente diante do crescimento dos episódios de violência religiosa. No Twitter, d. Odilo escreveu que “a fé em Deus permanece depois das eleições, assim como os valores morais, a justiça, a fraternidade, a amizade e a família”. Por fim, questionou: “Vale a pena colocar tudo isso em risco no caldo da briga política?”.

Foi por causa dessa mensagem de paz que os camisas pardas do bolsonarismo, infensos à razão e à empatia, passaram a acossar d. Odilo nas redes sociais, associando-o ao comunismo, a uma “agenda esquerdista” e, pasme o leitor, à defesa do aborto. Tal foi a virulência dos ataques contra d. Odilo, que o cardeal se viu compelido a explicar publicamente até a razão de ser da cor vermelha de suas vestes eclesiásticas. “Se alguém estranha minha roupa vermelha, saiba que a cor dos cardeais é o vermelho (sangue), simbolizando o amor à Igreja e a prontidão para o martírio, se preciso for”. É absurdo, quase cômico, que d. Odilo tenha sido obrigado a dar essas explicações, mas vivemos tempos em que o absurdo foi legitimado pelos liberticidas.

D. Odilo também repeliu a infame associação que os bolsonaristas mais radicais fizeram entre sua missão pastoral e uma suposta tolerância em relação ao aborto. “Escrevi muitos artigos contra o aborto, colocando claramente a minha posição”, escreveu o prelado no Twitter. Os leitores deste jornal conhecem bem a posição do cardeal. Não foram poucos os artigos de sua lavra no Estadão que abordaram esse tema sensível.

Mas a verdade é irrelevante na atual campanha. Para os bolsonaristas radicais, o candidato Lula da Silva, caso seja eleito presidente, perseguirá os católicos, a exemplo do que tem feito o ditador Daniel Ortega na Nicarágua, tratado por “companheiro” pelo líder petista. Malgrado seja incapaz de condenar a tirania de Ortega ou de qualquer outro esquerdista latino-americano, Lula jamais sugeriu que pudesse perseguir cristãos ou quaisquer outros religiosos.

Na verdade, quem tem agido sob inspiração de um espírito claramente anticristão é o próprio presidente Bolsonaro. Foi ele, em sua campanha pela reeleição, quem estimulou a obliteração das barreiras morais de muitos de seus apoiadores mais radicais, violentando alguns dos principais valores legados por Jesus Cristo, sobretudo os relacionados ao amor ao próximo, à tolerância e à solidariedade. Quem não aceita o “mito” como salvador é tratado como inimigo figadal por seus acólitos, mesmo aqueles que buscam nas igrejas um refúgio de paz e conforto espiritual.

É dessa forma, constrangendo religiosos que não dobram os joelhos diante de Bolsonaro, que os bolsonaristas pretendem fazer de seu candidato o campeão da defesa de Deus e da família?

Folha de S. Paulo

Ensino roubado

Queda nos níveis de aprendizagem e indícios de corrupção expõem inépcia do MEC

Levantamento conduzido pelo Datafolha trouxe, nesta semana, novos dados desalentadores sobre o impacto da pandemia na educação dos jovens brasileiros.

Segundo a pesquisa, que faz parte da série Jovens do Brasil, 61% dos estudantes de 15 a 29 anos em 12 capitais acham que a crise sanitária provocou perdas no aprendizado.

A percepção dos jovens se coaduna com os indicadores objetivos que, nos últimos meses, vêm apontando retrocessos na já problemática educação brasileira.

Os resultados do Sistema de Avaliação da Educação Básica mostraram uma regressão no aprendizado dos alunos de escolas públicas e privadas —interrompendo uma melhora contínua desde 2005. Já a evasão no ensino médio registrou o primeiro aumento desde 2009.

Colhem-se agora, portanto, os frutos amargos semeados pela negligência do Ministério da Educação. Ao longo de toda a pandemia, o MEC abdicou da tarefa de coordenar a política nacional de educação, algo que lhe compete por lei.

Estados e municípios tiveram de enfrentar sozinhos os desafios de adaptação para o ensino remoto e de implementação de protocolos para a reabertura das escolas.

Além disso, o MEC converteu-se em fonte de escândalos ligados ao Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) —órgão entregue por Jair Bolsonaro (PL) à sanha fisiológica do centrão.

Em fevereiro, conforme apurou a Folha, uma das diretorias do fundo pediu à Prefeitura de Uruaçu (GO) o envio de um ofício solicitando verbas para uma obra cujos recursos já haviam sido empenhados em dezembro de 2021.

Mais grave: os técnicos deram orientação para que o documento fosse preenchido com data anterior à liberação do montante.

Ou seja, o FNDE não apenas reservou recursos para uma obra que nem havia sido solicitada formalmente como ainda instou a prefeitura a fraudar a data da solicitação.

Trata-se de exemplo do descalabro identificado pela Controladoria-Geral da União no órgão, onde o abandono de critérios técnicos favorece a acordos escusos.
Incompetência e corrupção, às quais se juntam a balbúrdia administrativa e o viés ideológico. Eis o retrato do MEC sob Bolsonaro.

Valor Econômico

Ruptura entre China e EUA tende a se tornar definitiva

Posições irredutíveis das duas maiores potências mundiais tornam o mundo mais perigoso

China e Estados Unidos aprofundaram suas rivalidades em sinalizações estratégicas, abrindo um horizonte de confronto amplo que beira o ponto de não retorno. O presidente americano, Joe Biden, em documento de 48 páginas, “Estratégia nacional de segurança”, apontou Pequim como seu principal competidor na arena internacional e indicou que a atual década será “decisiva” para a manutenção da supremacia americana. O presidente chinês Xi Jinping, sem mencionar os americanos, criticou, durante a abertura do 20º Congresso do Partido Comunista, a “mentalidade da guerra fria” vigente e alertou os chineses que deveriam se preparar para enfrentar “ventos fortes, águas turbulentas e até perigosas tormentas”.

A divulgação dos objetivos estratégicos dos EUA foi sucedido por decretos de Biden que tentam tornar o acesso de chips e os meios necessários para sua confecção o mais restritivos possíveis para Pequim, fechando um cerco essencial à ascensão tecnológica chinesa. Há consenso entre democratas e republicanos para impedir a supremacia de Pequim, que em pouco mais de duas décadas tornou-se a segunda maior economia do mundo e ameaça em breve retirar os EUA da liderança. Os dois países somam 40% do PIB mundial e detêm a metade da produção industrial do planeta.

A animosidade americana levou a diplomacia chinesa a abraçar os desafetos de Washington, a começar pela Rússia, que se tornou uma aliada após a invasão da Ucrânia, que Pequim se recusou a condenar e à qual atribuiu legítima defesa diante das atitudes ameaçadoras à segurança geopolítica russa por parte da Otan. Antes disso, ao tornar-se financiadora em grande escala de investimentos no exterior, com a Nova Rota da Seda, a China teceu a dependência de muitos países na África e América Latina do capital chinês, enquanto assegurava o suprimento de bens essenciais para o crescimento do país, de metais a alimentos.

A China passou a comprar mais petróleo russo, como fez a Índia, permitindo a Putin uma válvula de escape às retaliações feitas pelos EUA e União Europeia após a invasão da Ucrânia. A Índia, para resguardar-se de um vizinho poderoso na fronteira, segue uma linha independente dos EUA, embora alinhada a Moscou por interesses vitais – a Rússia é o seu principal fornecedores de armas.

O bloco que desafia os EUA se completa com a Arábia Saudita, antes um parceiro de confiança de Washington no Oriente Médio. Os sauditas jogam em parceria com a Rússia no mercado de petróleo, tendo decretado corte de produção em um momento em que Putin necessita desesperadamente dessa fonte de recursos para manter sua aventura imperialista em solo ucraniano.

A estratégia americana, sob Joe Biden, estabelece uma clara diferença entre seus velhos novos rivais políticos. “A Rússia traz ameaça imediata e progressiva à segurança nacional na Europa (…), mas não tem todo o espectro de poderes da China”, registra o documento do governo americano. Para os EUA, a China é o rival principal por ter “a intenção, e cada vez mais a capacidade, de reordenar a ordem internacional a seu favor”.

Os EUA não aceitam um mundo multipolar, ainda mais um em que a potência ascendente rechaça a democracia e propaga as virtudes da ditadura de um partido único.

A guerra comercial é o principal campo de batalha. Como os planos de Xi Jinping são de tomar a dianteira tecnológica em todas as áreas de inovação futura, os EUA estão dispostos a usar todos os meios para bloquear-lhe os acessos. A corrida tecnológica é decisiva, como foi, em escala menor, a corrida espacial com a Rússia nos anos 60. Os avanços da inteligência artificial, da supercomputação, da genética e da internet têm aplicações vitais no campo militar, e a dianteira nessas áreas tornou-se questão de primeira ordem da segurança geopolítica.

Xi Jinping ameaçou, em seu discurso, por fim à independência de Taiwan. A reunificação da China “deve ser realizada”, disse Xi, não descartando para isso “o uso da força e a opção de tomar todas as medidas necessárias”. O cerco tecnológico guiado pelos EUA atrai a atenção da China para a maior produtora mundial de chips avançados, a taiwanesa TMC.

A ruptura com a “fábrica do mundo” chinesa pode tornar-se irreversível, com todas as consequências decorrentes, entre elas, o encarecimento da produção mundial e mais inflação. Posições irredutíveis das duas maiores potências mundiais dão um golpe severo na globalização como a conhecemos até agora e tornam o mundo mais perigoso.

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