IMPRENSA HOJE

Veja as manchetes e editoriais dos principais jornais (18/10/2022)

MANCHETES DA CAPA

O Globo

Caixa já liberou R$ 1,8 bi em consignado do Auxílio
Ipec apresenta cenário estável: Lula tem 50%, e Bolsonaro, 43%
Candidatos fazem ofensiva contra abstenção
Michelle e Damares se reúnem com mulheres venezuelanas
Campanha do presidente quer ampliar papel de Moro
Tiroteio interrompe ato de Tarcísio em favela de São Paulo
Índice de Atividade Econômica tem maior queda em 17 meses
Hotel Intercontinental vai virar prédio residencial
Fake news sobre fraude move campanha republicana nos EUA

O Estado de S. Paulo

Igreja Católica vai a centro de embate eleitoral com 2º turno
D. Jaime Spengler – ‘Fé não pode ser usada com fins espúrios’
Centrão manobra para blindar orçamento secreto
Tiroteio em Paraisópolis interrompe agenda de Tarcísio
Exame de mamografia tem baixa histórica no SUS, diz pesquisa
Aquecimento global – Relatório aponta saídas para o Brasil emitir menos metano
Briga familiar por herança bilionária de construtor vira caso de política
Maior ataque russo com drones a Kiev busca cortar energia de rival no inverno

Folha de S. Paulo

Campanhas ajustam o foco para redes em reta final
Lula tem 50%, Bolsonaro, 43%, e nulos são 5% no Ipec
Presidente amplia votação onde há mais Auxílio Brasil
Tiroteio em Paraisópolis (SP) interrompe evento de Tarcísio
Lira pauta urgência de lei anti-institutos de pesquisa
SP não fiscaliza moradia social de construtoras
ONU pede apuração sobre 92 migrantes nus na Grécia

Valor Econômico

Investimento em fonte solar acelera e chega a R$ 25,9 bi
No Ipec, petista marca 50% e presidente, 43%
Eólicas levam pressão à COP-27
Lula recebe apoio de empresários e Bolsonaro, de sertanejos
Centralização de Xi traz riscos à economia chinesa
Margem das empresas deve recuar
Excessos no Tik Tok causam demissões

EDITORIAIS

O Globo

Debate foi mais civilizado, não mais propositivo

Brasileiros já sabem quem são e o que fizeram Lula e Bolsonaro. Precisam saber o que farão no futuro

O primeiro debate do segundo turno entre os candidatos à Presidência, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL), promovido por um pool de veículos liderado pela Band, foi mais civilizado do que se imaginava diante da guerra suja conflagrada na campanha. Não deixa de ser um avanço. Mesmo assim, se o eleitor pretendia esclarecer dúvidas para decidir, consolidar ou mudar seu voto, é provável que tenha saído frustrado. Fora as reiteradas vezes em que um chamou o outro de “mentiroso”, Lula e Bolsonaro falaram mais do passado que de seus projetos para o futuro governo.

A economia foi relegada a segundo plano. Instado por Bolsonaro, Lula mais uma vez se negou a dizer quem será seu ministro ou a detalhar seus planos para a área. Ao responder a questionamento sobre a corrupção na Petrobras, reiterou sua posição equivocada sobre a necessidade de manter refinarias em poder do Estado e defendeu o indefensável desperdício de bilhões nos governos petistas com programas megalomaníacos que jamais saíram do papel. Quanto ao teto de gastos, apesar de ambos já terem manifestado intenção de acabar com a única âncora fiscal que resta ao país, nenhum dos dois explicou o que será colocado no lugar.

A educação foi objeto de abordagem superficial. Lula limitou-se a inquirir Bolsonaro sobre quantas universidades havia feito, como se quantidade equivalesse a qualidade. Ambos ficaram devendo uma resposta consistente sobre um problema crucial: como recuperar os estragos no ensino depois de quase dois anos de escolas fechadas. Lula prometeu reunir governadores e prefeitos em mutirão, uma proposta genérica. Bolsonaro pôs-se a falar num aplicativo de alfabetização e a atacar Paulo Freire — fetiche ideológico do bolsonarismo —, fugindo à questão.

De saúde, falou-se mais da pandemia e nada das deficiências do SUS. A segurança só apareceu nos delírios em que Bolsonaro tentou associar o rival a uma facção criminosa. Em relação aos programas sociais, ambos prometeram manter o Auxílio Brasil em R$ 600, mas sem dizer de onde tirarão a verba, que não está no Orçamento de 2023.

Numa campanha marcada pela desinformação, os dois evitaram se comprometer com o combate às fake news. Era uma oportunidade para condenar a guerra suja travada com acusações de pedofilia, canibalismo, satanismo, cumplicidade com criminosos e outras baixarias. Sinal de que, nestas duas semanas, o nível pode descer ainda mais.

Num raro momento relevante para o futuro, os dois se comprometeram a não ampliar nem mexer na composição do Supremo, ao contrário do que sugeriram aliados de Bolsonaro depois do primeiro turno, em tentativa velada de tentar controlar a Corte. Lula lembrou que o expediente foi adotado na ditadura militar e disse que a mudança seria “um retrocesso que a sociedade brasileira já conhece”. Bolsonaro afirmou que o projeto tinha o apoio de 40 deputados do PT e foi taxativo: “Da minha parte está feito o compromisso. Não terá nenhuma proposta, como nunca estudei isso com profundidade”.

Nas duas semanas que faltam, os candidatos deveriam aprofundar os planos que ainda fazem papel coadjuvante na campanha. A gestão desastrosa da pandemia sob Bolsonaro ou superlativos casos de corrupção nos governos petistas que dominaram o debate são amplamente conhecidos. Os brasileiros precisam saber o que será feito a partir de 1º de janeiro.

O Estado de S. Paulo

O desalento da juventude

Maioria dos jovens de 15 a 29 anos deseja sair do Brasil. E até agora, nem Lula nem Bolsonaro apresentarampropostas para resgatar a esperança desses jovens no País

O Brasil não se descortina como um país promissor para a grande maioria dos jovens entre 15 e 29 anos na próxima década, de acordo com uma pesquisa Datafolha divulgada na semana passada. O que é isso, afinal, se não um atestado de incompetência de sucessivos governos nos últimos anos? O resultado da pesquisa revela que todas as administrações mais recentes, em maior ou menor grau, foram incapazes de compreender que o nível de atenção às necessidades das novas gerações está fundamentalmente ligado ao nível de desenvolvimento social, político e econômico do País.

De acordo com a pesquisa Datafolha, 67% dos jovens entre 15 e 29 anos têm esperança de que sua situação pessoal estará “muito melhor” nos próximos dez anos – 65% acham o mesmo em relação à sua situação financeira, especificamente. No entanto, apenas 25% desses jovens acreditam que o Brasil seguirá a mesma trajetória auspiciosa na próxima década.

O resultado dessa profunda desconexão entre as aspirações dos mais jovens e a crença que eles têm no potencial do Brasil para oferecer-lhes as condições para seu desenvolvimento pessoal pode ser medido pelo número de jovens que não veem o seu futuro diretamente atrelado ao futuro do País. A grande maioria dos jovens entre 15 e 29 anos ouvidos pelo Datafolha (76%) afirma ter “muita” ou “alguma vontade” de sair do Brasil. É extremamente preocupante constatar que o País segue incapaz de transmitir esperança aos mais jovens.

O desalento da juventude não é novo. Há pelo menos dez anos, este jornal tem alertado para o risco de negligenciar os cuidados com as novas gerações, especialmente com a sua educação. No editorial A geração nem-nem (26/9/2012), alertávamos que a mão de obra com um mínimo de competência técnica começava a escassear, e que esse processo dramático, letal para o desenvolvimento do País, seria acelerado se não houvesse “uma virada drástica e imediata no sistema educacional, de modo a atrair novamente essa massa de jovens para os estudos e a especialização, fazendo-os perceber que a educação pode significar um futuro melhor”.

A “virada drástica” na educação não veio, como se viu. Políticas públicas voltadas à formação humana e profissional dos mais jovens vieram aos solavancos, muitas vezes interrompidas ou modificadas a cada ciclo eleitoral. Chegou-se ao paroxismo no curso do governo de Jair Bolsonaro – que entrará para a história como o governo que dizimou o Ministério da Educação em nome de seus interesses eleitorais.

O resultado aí está: apenas uma minoria dos entrevistados pelo Datafolha (19%) acredita que “estudar é a única forma de ter mais renda no futuro”. Outros 13% disseram que estudar é “uma das formas”, mas não “a melhor forma” de melhorar a situação financeira. Evidentemente, a educação formal não é, de fato, a única força propulsora do desenvolvimento profissional e financeiro de um indivíduo. No entanto, quando um número tão alto de jovens não vê os estudos como uma base sólida para seu crescimento pessoal, isso significa que há uma crise de desconfiança na capacidade do Estado de oferecer uma educação pública de qualidade para quem precisa. É melancólico, mas não surpreende que apenas para 8% dos jovens entre 15 e 29 anos o término da formação escolar seja sua maior aspiração.

“Não há melhor preditor do futuro do País do que o universo dos jovens de hoje”, afirmaram em junho do ano passado os pesquisadores da FGV Social, a propósito da publicação da pesquisa Jovens: Projeções Populacionais, Percepções e Políticas Públicas.

O Atlas da Juventude, realizado pelas redes de organizações Em Movimento e Pacto das Juventudes pelos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, em parceria com a FGV Social, também tem mostrado periodicamente que a descrença dos brasileiros mais jovens em relação ao País é uma das grandes barreiras para um futuro mais promissor.

Daqui a pouco menos de 15 dias, os brasileiros voltarão às urnas para escolher o próximo presidente da República e, lamentavelmente, nem o petista Lula da Silva nem o presidente Jair Bolsonaro apresentaram propostas concretas para resgatar a confiança dos mais jovens no Brasil que eles pretendem governar.

Folha de S. Paulo

Desvio de rota

Polícia Rodoviária Federal reduz foco na segurança das vias, seu papel de origem

Policiais rodoviários federais têm focado cada vez menos no que deveria ser o cerne do trabalho da corporação —o patrulhamento das rodovias da União.

Há fartas evidências nesse sentido. No período de 2018 a 2021, caíram quase pela metade as infrações de velocidade (de 4,8 milhões para 2,6 milhões). Também houve redução em mais de 80% no número de testes que detectam a presença de álcool no sangue realizados pela PRF (de 1,7 milhão em 2018 para 299 mil em 2022).

Isso se dá por uma série de motivos. Recentes reformas na lei buscam gerar ambiguidade quanto ao papel do órgão, apesar de a Constituição estabelecer de forma cristalina que é a fiscalização de estradas.

Uma portaria, editada pelo ex-ministro da Justiça Sergio Moro em 2019, autorizou a PRF a integrar operações conjuntas com outras forças de segurança e a cumprir mandados de busca e apreensão. Trata-se de um desvirtuamento.

Tal alteração legal ocorre em contexto de mudança na cultura interna da corporação, que tem se voltado também para ações como as de combate às drogas ao lado de forças de segurança estaduais.

Policiais rodoviários participaram de operações como a da Vila Cruzeiro (RJ), com 23 mortos, e em Varginha (MG), com 26. Em junho deste ano, agentes de Umbaúba (SE) mataram Genivaldo de Jesus Santos por asfixia em uma viatura.

Desde que assumiu o governo, em 2019, Jair Bolsonaro (PL) tem investido no controle da corporação. Em 2020, o presidente chegou a demitir Adriano Furtado do posto de diretor-geral da PRF, após uma nota do órgão lamentando a morte de um servidor devido à Covid-19.

Nas duas gestões seguintes, de Eduardo Aggio de Sá e do atual diretor, Silvinei Vasques, Bolsonaro visitou por diversas vezes postos da instituição, exibindo sua proximidade com parte da categoria.

Ao estilo do mandatário, a Polícia Rodoviária Federal assume um perfil mais combatente e menos fiscalizatório —à diferença de como originalmente foi concebida. Quem sofre com essa mudança é a população, com estradas menos seguras e mais suscetíveis a acidentes que poderiam ser evitados.

Valor Econômico

Piora em ranking de corrupção prejudica a imagem do Brasil

Grandes players do mercado internacional como a UE, EUAs e membros da OCDE evitam aprofundar o relacionamento com países com classificação ruim

O Brasil sofreu novo revés na avaliação internacional em seu compromisso de enfrentar a corrupção. O retrocesso torna mais distante a promessa do ministro da Economia, Paulo Guedes, de promover a entrada do país na Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômica (OCDE) para facilitar os negócios internacionais, e põe em xeque a afirmação do presidente Jair Bolsonaro de que não há corrupção em seu governo.

Relatório global sobre medidas de combate à corrupção produzido pela organização sem fins lucrativos Transparência Internacional rebaixou o Brasil. A análise avalia se o país cumpre os requisitos da Convenção Antissuborno da OCDE, que busca evitar que empresas de um país paguem propina quando operam internacionalmente. O cumprimento da convenção é um dos requisitos para a entrada nesse seleto clube da OCDE.

O Brasil aderiu à convenção há 20 anos, e vinha melhorando seus indicadores desde a segunda metade da década passada. Em 2018, subiu para a classificação “moderada”. Mas o progresso foi interrompido por diversas medidas do governo de Bolsonaro que deixaram a comunidade internacional desconfiada. Neste ano acabou caindo para “limitado”, com a piora na percepção internacional a respeito do país. A mesma classificação é atribuída a países vizinhos como Argentina, Chile e Peru.

A Transparência Internacional justificou que o governo de Jair Bolsonaro enfraqueceu os órgãos de controle, interferindo no seu trabalho. Entre as ações de Bolsonaro citadas estão a troca por quatro vezes do diretor-geral da Polícia Federal; e a interferência, dentro do Ministério da Justiça, no Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Internacional (DRCI) no caso da ordem de extradição do blogueiro bolsonarista Allan dos Santos, determinada pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

O alinhamento do procurador-geral da República, Augusto Aras, ao governo Bolsonaro também teve consequências, dada sua propensão a abortar investigações e inquéritos relacionados ao Executivo. O relatório menciona igualmente a extinção das forças-tarefa dentro do Ministério Público Federal, promovida por Aras, sem a substituição por um modelo adequado ou o aperfeiçoamento do existente. Investigadores que atuaram em grandes casos de corrupção, como o da Lava Jato, foram punidos pelo Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), o que enfraqueceu a independência dos órgãos de controle. O Supremo Tribunal Federal (STF) foi considerado parcialmente culpado por ter decidido enviar parte dos casos de corrupção para a Justiça Eleitoral, o que resultou na lentidão das apurações e na anulação de provas.

Antes do rebaixamento no cumprimento da convenção, o Brasil Já havia caído no ranking mundial de percepção de corrupção referente a 2021, divulgado no início deste ano pela Transparência Internacional. O país passou a ocupar o 96º lugar, a terceira pior posição em sua série histórica, iniciada em 2012. A melhor pontuação alcançada pelo país foi nos anos de 2012 e 2014, com 43 pontos, quando ocupou o 69º lugar. Agora, o Brasil ficou abaixo da média global, que é de 43 pontos, e da média regional da América Latina e Caribe, de 41 pontos.

As próximas avaliações podem ainda piorar dado que devem levar em conta iniciativas do governo como o orçamento secreto e o sigilo de 100 anos para situações suspeitas como as visitas dos pastores envolvidos no esquema de liberação de recursos do Fundo Nacional de Educação (FNDE). O orçamento secreto já foi alvo de documento da Transparência Internacional que o incluiu entre “marcos legais e institucionais” do Executivo, do Legislativo e do Judiciário danosos ao combate à corrupção no Brasil.

Não se trata de uma competição apenas por uma boa colocação em mais um índice global. O índice de percepção da corrupção indica quando há espaço para violações dos direitos humanos e das liberdades individuais. E tem consequências também na economia dado que grandes players do mercado internacional como a União Europeia, Estados Unidos e membros da OCDE evitam aprofundar o relacionamento com países com uma classificação ruim. A OCDE, por exemplo, e países da União Europeia têm estabelecido crescentes exigências de seus parceiros comerciais não apenas em relação a desmatamento e redução das emissões de carbono, mas também de combate à corrupção.

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