Veja as manchetes e editoriais dos principais jornais hoje (22/03/2022)

MANCHETES DA CAPA

O Globo

Dólar fecha abaixo de R$ 5 pela 1ª vez em 9 meses
Bolsonaro indica chapa com Braga Netto
Antes do bloqueio, uso do Telegram já era desconselhado pelo governo
Civis na alça de mira
Governo vai criar mercado de crédito de metano
Preservar e tratar se torna um grande negócio
Queda de avião na China, com 132 a bordo, causa estranheza
Nas escolas, a primeira aula de preconceito
No Rio, busca por reforço contra Covid-19 caiu pela metade
Agustín Matía – A vida com Down

O Estado de S. Paulo

MEC acelerou verba a prefeitos após interferência de pastores
Em 3 décadas, tempestades triplicam e temperatura sobe na capital
Casa interditada em chuva anterior desaba e mata três em Petrópolis
Água no Ibirapuera já é boa; na Mata Atlântica, média é ruim
Projeto de R$ 5 bi pretendem extrair níquel, usado em carros elétricos
Bolsonaro indica que Braga Netto será seu vice em chapa
Projeto abre brecha para intervenção na Petrobras
Dólar fecha abaixo de R$ 5 pela 1º vez desde junho
Guerra na Ucrânia agravará fome mundial, já em alta com a pandemia

Folha de S. Paulo

MEC prioriza pastores a pedido de Bolsonaro
Avião com 132 cai na China, sem sinal de sobreviventes
Contra inflação, imposto de importação de etanol é zerado
Ucrânia recusa ceder Mariupol, e Rússia vê impasse
Mortes de idosos sem vacina são 18 vezes a de imunizados
Governo retoma construção de casas populares após 3 anos
Dólar fecha abaixo de R$ 5, na menor cotação desde junho de 2021
Legado de Doria vai de vacinação a promessas abertas
Boulos desiste de governo de SP e mira disputa com Eduardo a deputado

Valor Econômico

Dólar cai abaixo de R$ 5 com juros e commodities em alta
Etanol é isento e bens de capital têm tarifa menor
Governo deve bloquear R$ 3 bi
XP mira “middle market” investidor
J&F estrutura plataforma de investimentos
Maior desastre aéreo na China em dez anos
Busca de abrigo

EDITORIAIS

O Globo

Se cumprir o que prometeu ao STF, Telegram se tornará um exemplo

A mensagem de desculpas do aplicativo ao Supremo provoca alívio e traz uma lição

Foi certeira a estratégia do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), para enquadrar o aplicativo Telegram nas regras que todas as demais redes sociais deverão seguir para combater a desinformação na campanha eleitoral deste ano. Diante da ameaça de suspensão do serviço no Brasil, onde soma dezenas de milhões de usuários, o Telegram decidiu enfim respeitar todas as determinações da Justiça que havia ignorado e — o mais importante — designou quem deverá responder legalmente pela empresa diante da lei brasileira.

Na decisão em que revoga a suspensão imposta na sexta-feira, Alexandre afirma que o Telegram removeu o post em que o presidente Jair Bolsonaro divulgava um inquérito sigiloso da Polícia Federal e bloqueou canais de desinformação usados por propagandistas do bolsonarismo. A decisão demonstra, para quem ainda tinha dúvida, que em nenhum momento se tratou de cercear o discurso, a liberdade ou os negócios de quem quer que seja — mas apenas de fazer cumprir a lei.

Na mensagem enviada ao STF, o Telegram relaciona medidas que promete tomar para colaborar com a Justiça brasileira. Entre elas:

1) monitorar o conteúdo dos cem canais mais populares no Brasil, responsáveis por 95% das mensagens vistas, para “identificar informações perigosas e deliberadamente falsas no Telegram com mais eficiência”;

2) monitorar manualmente o conteúdo veiculado pelos meios de comunicação brasileiros e posts em redes sociais, para acompanhar “as discussões em torno do Telegram, além de prever potenciais questões de moderação de conteúdo — e tomar medidas antes que se tornem desafios maiores”;

3) oferecer meios técnicos para identificar publicações como imprecisas ou falsas, de acordo com a avaliação de agências de verificação de fatos;

4) impor restrições a usuários banidos por disseminar desinformação;

5) promover informações verificadas por fontes confiáveis, em particular em casos de saúde pública, por meio de convites à participação em canais oficiais de seriedade comprovada.

A mensagem de desculpas do Telegram ao Supremo provoca alívio e traz uma lição. Alívio por mostrar que um dos principais meios usados para disseminar desinformação, que tem em Bolsonaro seu maior vetor político, não se julga acima da lei. “Acreditamos que, se tivéssemos monitorado a mídia no Brasil antes, a crise atual poderia ter sido evitada”, afirma o documento.

E lição, por deixar claro, num momento em que outras redes sociais tentam embaralhar a discussão em torno do urgente e necessário Projeto de Lei das Fake News, que nenhuma das exigências da nova lei sobre moderação de conteúdo é absurda. Ao contrário. O recuo do Telegram prova que cabe às redes sociais a maior parte da responsabilidade pelas consequências do que veiculam. Se cumprir tudo aquilo com que se comprometeu na mensagem ao Supremo, o Telegram poderá deixar de ser o adolescente rebelde que ignora as regras e se tornará um exemplo para todas as demais plataformas digitais.

O Estado de S. Paulo

O custo do atraso das vacinas

A recuperação insegura ainda reflete os efeitos econômicos do atraso das vacinas e da política deficiente deimunização

Com crescimento de 4,9% nos 12 meses até janeiro, a economia brasileira continua em lenta recuperação, marcada por avanços, tropeços e menor dinamismo que na fase anterior à covid-19. Passada a pior fase da pandemia, a cura permanece incompleta. A instabilidade ficou clara, mais uma vez, na virada do ano.

No trimestre móvel terminado em janeiro, a atividade foi 1% superior à do período de agosto a outubro. Mas o fôlego foi curto e em janeiro houve queda mensal de 1,4%. No primeiro mês de 2022, a agropecuária produziu 1,2% menos que em dezembro, a produção da indústria geral cresceu apenas 0,1% e a do setor de serviços encolheu 1,4%. O consumo das famílias, importante motor dos negócios, foi 1,3% menor que no mês anterior, já descontados os fatores sazonais. Os números são do Monitor do PIB-FGV, a mais detalhada prévia mensal do Produto Interno Bruto (PIB). As contas oficiais são publicadas trimestralmente pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Resultados já medíocres no período pré-pandemia tornaram-se piores depois do surto de covid-19, segundo o responsável pelo Monitor, economista Claudio Considera. O recuo do consumo familiar de bens e serviços mostra com clareza, de acordo com o pesquisador, os efeitos do atraso da compra de vacinas e, depois, da falta de um programa de vacinação.

Entre janeiro de 2019 e fevereiro de 2020 o consumo das famílias cresceu 2,3% trimestralmente. Entre março de 2020 e janeiro de 2022, houve em média queda trimestral de 1%. As compras de bens duráveis aumentaram trimestralmente 5,1% no primeiro período e caíram 0,1% no segundo. Os gastos com serviços, especialmente afetados pelo distanciamento social, avançaram 2,6% na primeira fase e apenas 0,8% na outra, também segundo o critério da média trimestral. O distanciamento poderia ter sido mais breve, com uma vacinação mais pronta e mais ampla.

O ritmo da atividade mudou sensivelmente entre os dois períodos, passando de um crescimento trimestral de 1,1%, em média, para um aumento de apenas 0,4%. Em 2017, primeiro ano depois da recessão de 2015-2016, o PIB cresceu 1,3%. A expansão chegou a 2% em 2018 e recuou para 1,1% em 2019, início do mandato do presidente Jair Bolsonaro. Com a pandemia, o PIB diminuiu 3,9% em 2020.

A reação de 4,6% em 2021 mais que compensou a perda do ano anterior, mas a economia ficou apenas 0,5% acima do nível de 2019. A maior parte dos dados indica o retorno a uma normalidade medíocre ou menos que medíocre. Especialmente preocupante, nesse quadro, é o enfraquecimento da indústria de transformação, situada, no fim do ano passado, bem abaixo dos patamares de 2017 e 2018.

Diante da evidente desindustrialização do País, o ministro da Economia, Paulo Guedes, contentou-se, até agora, com o anúncio de reduções do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), como se esse tributo fosse a causa única, ou talvez principal, da estagnação da indústria e de seu baixo poder de competição. Iniciativas como essa, muito limitadas, mostram a distância entre as decisões da equipe econômica e os problemas da economia real, isto é, do sistema produtivo tal como as pessoas informadas o percebem no dia a dia.

Tributos são problemas importantes, de fato, mas principalmente por serem incompatíveis com objetivos de eficiência e competitividade. Não há como cuidar adequadamente dessas questões sem pensar na funcionalidade dos impostos, nas condições de financiamento, nos custos da modernização e nos vínculos internacionais. Política industrial envolve estratégia comercial, programas de infraestrutura e planos educacionais. Envolve, enfim, preocupações e formas de trabalho muito distantes daquelas observadas no País nos últimos três anos.

O PIB deve crescer 0,5% neste ano e 1,3% no próximo, segundo projeção do mercado. São números compatíveis com os padrões observados principalmente a partir de 2019, quando a lenta recuperação iniciada em 2017 foi interrompida por um presidente ignorante das necessidades e das potencialidades do País.

Folha de S. Paulo

MEC paralelo

Também na Educação Bolsonaro usa operadores informais de interesses opacos

A notícia de que o ministro da Educação, Milton Ribeiro, mantém um esquema informal para intermediação de pleitos, liderado por dois pastores evangélicos sem vínculos funcionais com a pasta, é mais uma evidência da estratégia adotada por Jair Bolsonaro de operar em áreas cruciais da administração com estruturas paralelas.

Em conversa gravada obtida pela Folha, Ribeiro afirma que os pedidos negociados pelos pastores Gilmar Silva dos Santos e Arilton Moura são prioritários para o governo.

Em reunião com gestores municipais interessados em recursos, o ministro diz que o atendimento às proposições de um dos religiosos foi uma determinação do próprio Jair Bolsonaro (PL). “Foi um pedido especial que o presidente da República fez para mim sobre a questão do Gilmar”, relata o titular do MEC, também ele pastor.

Como já havia noticiado o jornal O Estado de S. Paulo, há relatos de que os pastores agenciam demandas por verbas em Brasília, em particular do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE). Viajam em aviões da FAB, participam de agendas oficiais e atuam em diversas áreas do país, notadamente na região Norte.

Casos de grupos mantidos à sombra por Bolsonaro para participar de políticas governamentais não são novidade. A Polícia Federal já apontou a existência, na área de comunicação, do que ficou conhecido como gabinete do ódio —milícia digital que atua para disseminar fake news, combater adversários do governo e mobilizar radicais bolsonaristas nas redes sociais.

Não é segredo que o vereador carioca Carlos Bolsonaro (Republicanos), filho do presidente, é personagem central nessa organização, investigada pelo Supremo Tribunal Federal em inquérito aberto por determinação do ministro Alexandre de Moraes.

Na mesma linha, durante as apurações da CPI da Covid, ficou comprovada a existência de uma equipe clandestina, integrada por médicos com tendências negacionistas, para municiar o presidente em sua estratégia de alardear tratamento precoce para a doença e rejeitar a vacinação em massa.

A essas estruturas fantasmas na Saúde e na comunicação junta-se agora o gabinete do ministro da Educação. Trata-se de um método espúrio, opaco e, como se vê, desastroso de governar. É preciso que os fatos ora revelados sejam apurados e que se apliquem as medidas legais cabíveis para coibi-los.

Valor Econômico

Novo programa só tem impacto a curto prazo

O pacote é mais do mesmo, pois o governo resolveu não encarar os problemas de fundo

O governo anunciou com pompa e circunstância na semana passada um pacote para estimular o nível de atividades e ajudar a população, calculando potencial tornar disponíveis à economia R$ 150 bilhões. No entanto, o volume de recursos efetivamente liberado é bem menor e o movimento do governo apenas mostra um cardápio mais do que conhecido e não muito eficiente para amenizar o quadro de escalada da inflação, alta dos juros, atividade em baixa e queda de renda. O principal alvo é melhorar sua posição nas pesquisas eleitorais.

Se todos os recursos anunciados forem efetivamente tomados somariam R$ 166,7 bilhões. Mas, das quatro medidas divulgadas, apenas a liberação do saque extraordinário do FGTS traz dinheiro novo. Qualquer pessoa que tenha recursos no fundo poderá sacar até R$ 1 mil. A iniciativa pode resultar no resgate de R$ 30 bilhões, ao longo de nove meses, escalonado de 20 de abril a 15 de dezembro – e não é novidade. O ex-presidente Michel Temer (MDB) tomou medida semelhante em dezembro de 2017 e o próprio governo Bolsonaro liberou recursos do FGTS em 2020 e 2021, totalizando quase R$ 100 bilhões.

A antecipação do 13º salário de aposentados e pensionistas do INSS, também feita anteriormente no atual governo, deve envolver R$ 56,7 bilhões, liberados em duas parcelas, R$ 28 bilhões em abril e outro tanto em maio. Nesse caso, haverá apenas o adiantamento de um pagamento que ocorreria no segundo semestre.

A maior parcela de recursos pode vir de empréstimos, que podem ou não ser tomados e que deverão ser restituídos. Uma das medidas amplia a margem de empréstimo consignado dos atuais 35% do valor do benefício para até 40%. Poderão levantar os recursos aposentados e pensionistas do INSS e quem recebe benefícios assistenciais, como o de Prestação Continuada (BCP) e o Auxílio Brasil. No total são 52 milhões de pessoas, que poderiam captar R$ 77 bilhões. Há, por fim, a linha de R$ 3 bilhões de microcrédito para pessoas físicas e microempreendedores individuais (MEIs), que será lançada ao final do mês.

O anúncio do Programa Renda e Oportunidade ocorreu no mesmo dia em que o Ministério da Economia rebaixou as previsões para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano, e revisou para cima as da inflação. A Secretaria de Política Econômica (SPE) cortou a expectativa de crescimento da economia de 2,1% para 1,5% como resultado da desaceleração do fim de 2021 e da guerra entre a Rússia e Ucrânia. Ainda assim, está bem mais otimista do que o mercado, que espera apenas 0,49% de crescimento, segundo a pesquisa mais recente Focus. O Índice de Atividade do Banco Central (IBC-Br) confirmou que o ano começou mal, ao marcar queda de 0,99% em janeiro na comparação com dezembro.

Para a inflação, as previsões também são pessimistas e foram elevadas para 6,55% em comparação com os 4,7% esperados em novembro para o IPCA. Também na semana passada o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) elevou a taxa básica de juros para 11,75% ao ano, o maior patamar em cinco anos. Embora o desemprego tenha diminuído em janeiro, a renda real do trabalho recuou quase 10% no intervalo de um ano em consequência do aumento da informalidade e da inflação, de acordo com dados divulgados pelo IBGE.

O Programa Renda e Economia vai na contramão da política monetária do BC, que visa conter a inflação. Se o consumo se acentuar pode até levar o BC a aumentar mais os juros. As críticas também vêm do lado da construção civil e membros do conselho do FGTS, uma vez que esvaziam o patrimônio do fundo e reduzem a oferta de recursos para obras de infraestrutura e moradias, que poderiam gerar empregos.

Economistas ouvidos pelo Valor calculam que o pacote pode aumentar o PIB em 0,25 ponto a 0,3 ponto percentual. De toda forma, são medidas que dão fôlego curto à economia, como a antecipação do 13º salário dos aposentados e pensionistas do INSS que vai trazer um recurso agora, mas vai abrir um buraco nos bolsos no fim do ano. Mostram ainda que os recursos para animar a economia são escassos diante das limitações fiscais; e as medidas já são conhecidas. O pacote, afinal, é mais do mesmo. O governo resolveu não encarar os problemas de fundo, como a reforma tributária e a administrativa e o estímulo à produtividade, e preferiu gastar o excedente da arrecadação de 2021 na ampliação do fundo eleitoral.

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