Eliziane Gama se solidariza com ucranianas e defende mudanças na lei para aumentar presença feminina na política

“Devemos nos colocar na posição de quem clama pela vida, de quem clama pela paz. Nenhum argumento geopolítico justifica o que nós estamos acompanhando“, diz (Fotos: Edilson Rodrigues/Agência Senado)

Ao presidir a sessão solene do Congresso Nacional em celebração ao Dia Internacional da Mulher, nesta terça-feira (8), a líder da Bancada Feminina no Senado, Eliziane Gama (Cidadania-MA), manifestou solidariedade do Parlamento brasileiros às mulheres da Ucrânia que sofrem ‘os horrores da guerra’ com invasão militar da Rússia, e defendeu mudanças na legislação para aumentar a presença feminina das brasileiras na política

“As mulheres ucranianas neste momento representam, não há dúvida nenhuma, as mulheres do Brasil e, portanto, representam também todas nós, as esperanças de todo o mundo. Infelizmente, são esperanças doloridas pelo sofrimento que elas hoje estão passando. Devemos nos colocar na posição de quem clama pela vida, de quem clama pela paz. Nenhum argumento geopolítico justifica o que nós estamos acompanhando. Portanto, essa guerra precisa parar, não pode continuar”, afirmou.

Eliziane Gama repudiou os comentários machistas e sexistas do deputado estadual Arthur do Val (Podemos-SP), que em recente visita à Ucrânia a pretexto de levar ajuda humanitária ao país, agrediu as mulheres ucranianas com ‘ilações extremamente abomináveis’.

“Um comportamento inaceitável, inadmissível, que precisa ser fortemente repreendido e punido. Dentro do Congresso Nacional, eu entendo que nós precisamos arrojar ainda mais a legislação para que posturas e posições como essas não se repitam na sociedade brasileira, sobretudo por quem deveria proteger a população, por quem deveria buscar e assegurar mais direitos às mulheres brasileiras”, disse.

Aumentar a representatividade

Em seguida, a líder da Bancada Feminina fez uma reflexão sobre os 90 anos do voto feminino no Brasil e considerou que, em face da representação política das mulheres ser ainda muito baixa, é preciso avançar na legislação para aumentar a participação feminina na vida pública.

“Nós perdemos, infelizmente, na América Latina, para praticamente todos os países; só estamos na frente do Haiti e também de Belize. Isso significa que está sobre nós, no Congresso Nacional, uma responsabilidade grandiosa”, disse Eliziane Gama, ao defender mudanças na lei e cotas para a representação feminina.

Sem isso, segundo ela, as mulheres brasileiras só terão isonomia na representatividade política com homens somente em 120 anos.

“E aí conclamo a todos nós aqui presentes e ao Congresso Nacional – portanto, Câmara dos Deputados e Senado Federal – para que, agora no mês de março, nós possamos estabelecer novos marcos regulatórios, estabelecer cotas, estabelecer vagas de mandato e nos impor por meio de ação mais impositiva”, disse, ao citar projeto de sua autoria que prevê a participação feminina em todas comissões permanentes do Senado.

Eliminação da violência e assédio no trabalho

A senadora Eliziane Gama defendeu ainda na sessão comemorativa a ratificação da Convenção nº 190, de 2019, da OIT (Organização Internacional do Trabalho), que dispõe sobre a eliminação da violência e do assédio no mundo do trabalho. A convenção reconhece o direito de todas as pessoas a um mundo de trabalho livre de violência e assédio.

“Nós votamos aqui nesta Casa, depois de vários anos, um projeto de lei que estabelece punições para quem não assegurar a isonomia salarial entre homens e mulheres no Brasil. As mulheres estudam mais, nós somos a maioria nas universidades, nós estamos muito mais presentes dentro da sala de aula, mas, quando chegamos ao mercado de trabalho, nós ganhamos, em média, 75% menos do que o homem na mesma função. Essa desigualdade, essa exclusão, esse preconceito, essa não valorização da mulher só vai ser alterada quando nós tivermos regras claras, uma legislação clara de punição”, afirmou.

‘Pintar urnas de rosa’

Eliziane Gama lembrou ainda que 2022 é ano eleitoral e que a luta feminina será por mais ‘mulheres na política’ e ‘mulheres candidatas’.

“Isso é fundamental para que nós possamos alcançar a nossa meta na isonomia, na igualdade e ne paridade entre homens e mulheres no Brasil. Agora, no dia 2 de outubro, que é exatamente o dia da eleição, nós precisamos, na verdade – a gente sabe que o rosa é uma cor que lembra a luta feminina –, que as urnas possam ser pintadas de rosa, que nas urnas nós possamos eleger mulheres. Nós precisamos ampliar a participação e o espaço dessas mulheres aqui dentro do Congresso Nacional”, afirmou.

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