Nota sobre a invasão da Ucrânia

Embate se dá entre a Civilização e a Barbárie e impõe-se uma saída negociada para o conflito, antes que seja tarde.

O mapa político do mundo parece ter retrocedido a 1914. E é preciso recordar aqui do posicionamento dos bolcheviques conduzidos por Vladimir Lenin em relação ao conflito bélico que começou a sacudir a Europa naquela quadra: não à guerra imperialista e total apoio à luta dos povos contra ela. Os mencheviques internacionalistas liderados por Julius Martov também defenderiam essa posição. O povo russo, três anos depois, iniciava um processo revolucionário que abalaria o mundo. Nunca é demais lembrar que a Rússia Soviética declararia unilateralmente a paz.

Essa a herança que precisamos resgatar. Ou seja, aquela da opção pela paz e concórdia entre os povos.

A guerra mundial de 1939-1945 também ensina. Sob essa ótica, que mais impressiona nesse conflito militar iniciado pela Rússia de Putin é o desequilíbrio entre o poderio militar russo e as suas limitações econômicas e também demográficas. Se a Alemanha nazista possuía muita gente para pouco território, a Rússia de Putin tem muito território para pouca gente. Aí mora o perigo, a tentação imperialista. A mescla de identitarismo étnico com terror e manipulação nacionalista tem endereço certo: fascismo.

A própria União Europeia hoje envolvida no conflito Rússia-Ucrânia não teve força política suficiente para atrair a Rússia para um projeto comum. As consequências disso poderão ser trágicas.

Contudo, deveremos insistir no seguinte ponto: a globalização é um dado da realidade cada vez mais irreversível. O resto é retrocesso.

O povo russo, como em outubro de 1917, precisa tomar novamente seu destino em mãos. O embate se dá entre a Civilização e a Barbárie.

Quem nos alertou para isso, desde o início dos anos 30, foi o extraordinário dirigente operário búlgaro G. Dimitrov. Impõe-se uma saída negociada para o conflito, antes que seja tarde.

Não por acaso, dezenas de países, assim como a própria ONU, insistem numa via negociada para a solução do impasse. Somente ditaduras de quinta categoria, como a Venezuela de Maduro e a Nicarágua de Ortega e outras da mesma natureza, parecem apostar numa guerra.

Viva a Democracia!
Viva a luta pela Paz!
Viva o internacionalismo!

Ivan Alves Filho é historiador

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