Veja as manchetes e editoriais dos principais jornais hoje (06/08/2021)

MANCHETES DA CAPA

O Globo

Fux reage a ataques ao STF e cancela reunião com Bolsonaro
‘Vamos pular da panela enquanto é tempo’
Voto impresso é derrotado em comissão
Distritão: 15 parlamentares de 11 siglas condenam modelo
O Globo se renova e amplia oferta de conteúdo
Tóquio 2020 – Esperança de medalha
Enviado de Biden inclui clima e democracia na agenda
Privatização dos Correios passa na Câmara e vai ao Senado
Média móvel de mortes cai a 882; Fiocruz tema ‘guarda baixa’

O Estado de S. Paulo

Voto impresso sofre derrota; Fux corta diálogo com Planalto
Manifesto – O basta do poder econômico
Deputados aprovam texto para venda dos Correios
Sindicatos reagem
Senado reabre Refis com perdão de 90% em multas
Inteligência artificial vira arma contra desmate
Casos de síndrome respiratória têm alta
Governo avalia premiar economia de energia
Políticos e a Olimpíada – Eles tiram uma casquinha da medalha alheia
Tóquio 2020 – Pedro voa para a prata

Folha de S. Paulo

Bolsonaro diz estar chegando hora de deixar Constituição, e Fux reage
Comissão da Câmara rejeita PEC do voto impresso
Manifesto amplia pressão do PIB sobre presidente
UTIs para Covid ficam vazias em pequenas cidades
Site da Saúde informa mais vacinas para SP do que o estado registra
Lava Jato achou em mim um Cristo, afirma Cabral
Ex-secretário de Guedes é confirmado para AGU
Tóquio 2020 – Skate acima de todos
China faz maior expansão de sua capacidade nuclear

Valor Econômico

Bancos apostam em crédito com juros mais elevados
Fux reage a acusações e cancela reunião entre Poderes
Antes prevenir do que remediar
Comissão rejeita voto impresso
Risco fiscal pesa e juros futuros têm forte alta
Pacote de concessões deve atrair R$ 23 bi
Eleições de 2022 podem ficar fora da reforma
Expansão
Vitru negocia Cesumar por R$ 3 bilhões

EDITORIAIS

O Globo

É um erro vacinar jovens antes de completar imunização dos idosos

A situação se torna mais desafiadora devido ao avanço da variante Delta, mais contagiosa que as outras cepas

O país atingiu ontem a marca de 105.061.908 vacinados com a primeira dose da vacina contra a Covid-19, praticamente metade da população, e 44.275.685 com a segunda ou dose única (21%). Embora o ritmo atual represente uma melhora em relação ao início claudicante da campanha, ele esconde disparidades. Uma delas, preocupante, é que estados e prefeituras começam a vacinar jovens e adolescentes enquanto a cobertura da população mais idosa não foi concluída.

Como mostrou reportagem do GLOBO, 13% dos idosos ainda estão com a vacinação incompleta, de acordo com números compilados pelo estatístico Elias Krainski, da Universidade Federal do Paraná. Na faixa de 60 a 65 anos, 39% não receberam a primeira dose ou não apareceram para tomar a segunda. Entre os cinquentenários, 86% ainda não estão plenamente vacinados. As secretarias de Saúde precisam empreender uma busca ativa para chegar aos ausentes. Trata-se de um contrassenso vacinar adolescentes e jovens e deixar para trás a população mais vulnerável à doença.

A situação se torna mais desafiadora devido ao avanço da variante Delta, mais contagiosa que as outras cepas. No estado do Rio, ela já está presente em pelo menos 38 dos 92 municípios. Segundo a secretaria estadual de Saúde, no dia 23 de julho, a Delta respondia por 17% das amostras. Na última terça-feira, o percentual tinha subido para 26% (45% na capital). Em São Paulo, a Delta também avança.

Uma vez que apenas a imunização completa tem se mostrado eficaz contra a Delta e que é mais alto o percentual de imunes necessário para deter sua circulação, muitos cientistas têm defendido adiantar a segunda dose em vez de ampliar a aplicação da primeira. Concluir a vacinação dos idosos deveria, também por isso, ser prioridade.

O desequilíbrio na vacinação acontece porque estados e municípios, cada um a seu jeito, estabeleceram estratégias próprias diante da tibieza do Ministério da Saúde para coordenar o Plano Nacional de Imunizações. Embora a vacinação tenha começado no dia 17 de janeiro para todos, os ritmos são diferentes. São Paulo vacinou 59,4% com a primeira dose e 23,5% com a segunda ou dose única. O Amapá, 35,3% e 11,35% respectivamente.

Não é admissível que haja 27 planos de imunização diferentes no país. E que se transforme a campanha numa gincana política. Para o país, de nada adianta um estado vacinar 90% da população enquanto outro ainda não chegou à metade ou não completou a vacinação dos idosos. A meta não deve ser individual, mas coletiva. A epidemia só estará controlada quando a grande maioria da população brasileira estiver protegida. O Ministério da Saúde precisa agir para acabar com essas distorções, fazendo uma distribuição mais racional das vacinas. Já que não há imunizantes sobrando, a prioridade deve ser dada aos mais idosos. Quando eles estiverem devidamente protegidos, entram na fila os jovens e, havendo doses, os adolescentes.

O Estado de S. Paulo

O presidente sem freios

Ao fazer ameaça de golpe, Jair Bolsonaro joga fora das “quatro linhas” constitucionais. Desgovernado, ele só vai parar ao colidir contra o muro das instituições

O novo ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, tomou posse na quarta-feira passada apresentando-se como o “amortecedor” do governo perante os demais Poderes. O que falta ao presidente Jair Bolsonaro, contudo, são freios.

Há meses, Bolsonaro vem anunciando que não aceitará o resultado das eleições do ano que vem caso o desfecho lhe seja desfavorável. A desculpa é uma inexistente vulnerabilidade das urnas eletrônicas, que o presidente e sua milícia virtual invocam para questionar o sistema de votação e desde já colocar em dúvida todo o processo eleitoral.

Trata-se de explícita manifestação golpista. A recusa em aceitar o resultado das eleições, mesmo que a lisura da votação seja constatada pela Justiça Eleitoral, é evidente atentado à democracia. O crime é ainda mais grave por ser cometido pelo presidente da República em pessoa, em razão da ressonância que tão elevado cargo político e institucional confere às suas palavras.

Não à toa, pesquisas vêm demonstrando que Bolsonaro conseguiu inocular em parte da sociedade brasileira a toxina da dúvida sobre a validade da votação. Mais do que isso: o presidente está jogando a opinião pública contra o Supremo Tribunal Federal (STF) e contra o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que, conforme as teorias bolsonaristas, estariam agindo em conluio para prejudicar Bolsonaro e fazer do petista Lula da Silva presidente.

Foi precisamente por essa razão que, na quarta-feira, a partir de notícia-crime encaminhada pelo TSE, o ministro Alexandre de Moraes, do STF, incluiu Bolsonaro no inquérito 4.781, que desde 2019 investiga a usina bolsonarista de produção de notícias falsas para desmoralizar o Supremo e o TSE.

Como agora se tornou muito claro, o presidente Bolsonaro integra ativamente essa máquina de desestabilização da democracia. Em um pronunciamento feito há uma semana, Bolsonaro, a título de apresentar “provas” das alegadas fraudes nas urnas eletrônicas, mentiu diversas vezes e usou informações comprovadamente falsas para basear suas denúncias contra o sistema de votação. Na mesma ocasião, apresentou-se como vítima de um complô das Cortes superiores.

Foi esse pronunciamento que motivou a notícia-crime enviada pelo TSE ao STF e que levou o ministro Moraes a, finalmente, incluir Bolsonaro no rol de investigados por suspeita de formação de organização criminosa dedicada a destruir a democracia no Brasil. “Não há dúvidas”, escreveu o ministro em seu despacho, “de que as condutas do presidente da República insinuaram a prática de atos ilícitos por membros da Suprema Corte, utilizando-se do modus operandi de esquemas de divulgação em massa nas redes sociais, com o intuito de lesar ou expor a perigo de lesão a independência do Poder Judiciário, o Estado de Direito e a democracia.”

A reação de Bolsonaro foi violenta. Em entrevista à Rádio Jovem Pan, o presidente questionou a legalidade da decisão de Alexandre de Moraes, dizendo que se trata de “um inquérito que nasce sem qualquer embasamento jurídico”, pois, segundo sua interpretação, deveria ter sido aberto pela Procuradoria-Geral da República (PGR). “Ele abre, apura e pune? Sem comentário”, disse Bolsonaro. E acrescentou: “Está dentro das quatro linhas da Constituição? Não está. Então, o antídoto para isso também não está dentro das quatro linhas da Constituição”.

Em primeiro lugar, não há qualquer ilegalidade na decisão do ministro Moraes. O Supremo tem a prerrogativa de abrir investigação contra o presidente da República. Já o titular da ação penal continua a ser a PGR, e um processo contra o presidente só terá seguimento se houver apoio de dois terços da Câmara. Logo, tudo está sendo feito “dentro das quatro linhas da Constituição”, como gosta de dizer o presidente.

Quem está fora dessas “quatro linhas” constitucionais é Bolsonaro, ao fazer ameaça explícita de golpe de Estado, declarando, com todas as letras, que pode atropelar a Constituição caso não seja feita sua vontade. Para completar, Bolsonaro, como valentão de briga de rua, declarou que “a hora dele (Alexandre Moraes) vai chegar”.

Sem freios, o desgovernado Bolsonaro só vai parar ao colidir contra o muro das instituições democráticas. Que esse muro aguente o tranco.

Folha de S. Paulo

Ensaio de ditador

Inação de PGR e Congresso ameaça democracia; urge reagir, até por sobrevivência

Jair Messias Bolsonaro é um presidente contra a Constituição. Comete desvarios em série na sua fuga rumo à tirania e precisa ser parado pela lei que despreza.

Há loucura e há método na sequência de investidas contra a democracia e o sistema eleitoral, ao passo que o país é duramente castigado pela ausência de governo. São demasiadas horas perdidas com mentiras, picuinhas e bravatas enquanto brasileiros adoecem, morrem e empobrecem.

Os danos na saúde, na educação e no meio ambiente, cujos ministérios têm sido ocupados por estafermos, serão sentidos ao longo de gerações.

Os juros sobem e a perspectiva de crescimento cai quando há nada menos que 14,8 milhões de desempregados. A disparada nos preços de energia e comida vitima os mais pobres. Artimanhas para burlar a prudência orçamentária afugentam investidores.

Aqui a insânia encontra o cálculo. Ao protótipo de ditador cujo governo fracassou resta enxovalhar as instituições e ameaçá-las de ruptura pela força.

Mas o uivo autoritário encontrou reação firme de agentes da lei. O Supremo Tribunal Federal e o Tribunal Superior Eleitoral incluíram o presidente da República em inquéritos, que precisam ir até o fim.

Os presidentes da Câmara e do Senado e o procurador-geral da República, no entanto, não entenderam o jogo. Por ingenuidade ou interesse equivocado, associam-se a uma figura que se pudesse fecharia o Congresso, o Ministério Público e o Supremo.

Falta ao procurador Augusto Aras perceber que a vaga que ambiciona no STF de nada valeria em um regime de exceção; ao deputado Arthur Lira (PP-AL), que a pusilanimidade de hoje não seria recompensada com mais poder em uma ditadura.

A deliberação sobre os pedidos de impeachment torna-se urgente. Da mesma maneira, os achados e conclusões da CPI da Pandemia devem desencadear a responsabilização do presidente. À Procuradoria cumpre exercer a sua prerrogativa de acionar criminalmente o chefe do governo.

A inação de Aras e Lira põe em risco a democracia; é preciso reagir, até pela própria sobrevivência.

Valor Econômico

BC aumenta dose de juros contra inflação persistente

Com a incógnita que se abre sobre a política fiscal em um ano eleitoral, repousará sobre a política monetária a tarefa de esfriar os preços

As chances de a inflação subir são maiores do que as de cair e o Banco Central resolveu aumentar a intensidade dos ajustes da taxa de juros e, igualmente importante, elevá-la acima da taxa neutra (3%), para aonde rumava até o comunicado anterior da reunião do Comitê de Política Monetária. O BC aumentou em um ponto percentual a Selic, para 5,25%, e indicou que, sem modificações substanciais no cenário, repetirá a dose na reunião do Copom de setembro.

As “condições mais desfavoráveis” para a inflação mostram um acúmulo de pressões que deixaram para trás o diagnóstico inicial, de que eram temporárias. Não apenas os fatores que puxaram o IPCA para cima não cessaram de atuar, como novos impulsos foram adicionados. Os preços das commodities continuaram em alta sem sua mitigação em reais porque o dólar, apesar de um movimento inicial de recuo, voltou a subir em relação à moeda nacional. Da mesma forma, continua havendo problemas de oferta de bens industriais, que devem permanecer no cenário por mais tempo do que se previra. Em suma, há recuperação da demanda enquanto que a oferta de bens permanece avariada.

Já sinalizada na ata do Copom anterior, a ameaça de alta da inflação subjacente de serviços vem se materializando com o aumento da mobilidade decorrente da ampliação do número de vacinados e do correspondente afrouxamento dos limites para atividades que necessitam de interação pessoal. As condições climáticas adversas complicaram um quadro já desconfortável. O preço da energia subiu e a falta de chuvas, aliada a um frio rigoroso em algumas regiões produtoras, jogou de novo os preços dos alimentos para cima.

Como o que está por vir, segundo o Copom, é uma “recuperação robusta do crescimento da economia no segundo semestre”, mesmo com o risco da nova variante Delta, os riscos inflacionários, apesar das doses nada suaves de aumento de juros de 0,75 ponto percentual por mês, seguem em alta. As medidas da inflação subjacente ainda se mantêm “acima do intervalo compatível com o cumprimento da meta para a inflação”.

Apesar de no cenário básico do Copom haver fatores de risco em ambas direções, não parece existir muita dúvida de que eles pesam mais do lado de inflação maior. Além do acúmulo de fatores negativos inflacionários terem levado a uma “revisão significativa no curto prazo”, a volta à cena do risco fiscal – com a busca de medidas eleitorais pelo governo que podem por em risco o teto de gastos – é uma péssima notícia. No início da semana, os mercados castigaram o real e os juros futuros em reação ao parcelamento dos precatórios (calote sob outro nome) e às especulações sobre criação de um espaço para gastos maiores com o Bolsa Família fora do teto.

O único fator baixista mencionado é um recuo dos preços das commodities em reais, isto é, nenhum avanço ou avanço modesto nas cotações, acompanhado de uma valorização do real. Quando o déficit nominal revelou-se menor do que o esperado (84% em junho) e o BC manteve o ritmo do aperto monetário, o dólar chegou a ficar abaixo dos R$ 5, mas por muito pouco tempo. A entrega da “alma” do governo ao Centrão pode significar várias coisas, menos garantia de permanência da austeridade fiscal. O início precoce do calendário eleitoral e as ameaças institucionais do presidente sobre as eleições não jogam a favor da estabilidade do dólar, mas da alta.

Resta saber agora até onde vai o ciclo de aperto e em que magnitude cessará. A nova intenção do BC é ir além do juro neutro, algo que, se a meta de 2022 for cumprida, será de 6,5%. No comunicado do Copom, com a Selic a 7% no ano corrente e sua manutenção em 2022, os 3,5% da meta seriam atingidos. Mas esse é um terreno movediço. Quando pressões inflacionárias deixam de ser temporárias e se tornam permanentes, a própria taxa neutra de juros se eleva, dizem economistas.

Em sentido diverso, os juros agirão sobre uma economia que mal crescerá 2% em 2022, ou seja, no jargão, o hiato do produto não se fechará e o desemprego continuará muito alto. Com isso, o juro neutro não se modifica e uma carga menor de Selic seria suficiente para trazer a inflação de volta à meta.

Com a incógnita que se abre sobre a política fiscal em um ano eleitoral, repousará sobre a política monetária a tarefa de esfriar a inflação. É possível então que o BC tenha de elevar os juros além do que imaginava para derrubar um IPCA de 8,35% (em 12 meses em junho) para 3,5% e reancorar as expectativas. Não é uma tarefa fácil.

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