Veja as manchetes e editoriais dos principais jornais hoje (27/07/2021)

MANCHETES DA CAPA

O Globo

Bolsonaro recua de veto e agora admite fundo eleitoral maior
Intervalo entre doses da Pfizer cai a 21 dias
Onyx terá 202 vagas disponíveis para aliados
Rateio do Orçamento secreto já causa briga nos partidos
Prazo para perícia médica do INSS chega a 39 dias
Bolsonaro se reúne com deputada extremista alemã
Salto do skate – O efeito ‘Fadinha’ na pista
Natação de volta ao pódio
Presidente da Tunísia age para concentrar poder

O Estado de S. Paulo

Deputados beneficiam parentes com ‘emenda do cheque em branco’
Bolsonaro indica apoio a fundo eleitoral de R$ 4 bi
Visita da ultradireita alemã
Investimento volta mais rápido que em outras crises
Mercado dá impulso
Unicórnio da comida verde
Capitais adiam primeira dose por falta de vacinas
Aplicativos acenam com benefícios a entregador
A ‘Fadinha’ das manobras radicais
Natação do País volta ao pódio
Demissão de ministros amplia crise na Tunísia

Folha de S. Paulo

Saúde quer antecipar segunda dose da Pfizer
Nove capitais suspendem imunização de novos grupos por escassez
Ramos resiste a deixar Casa Civil; Guedes cerceia Onyx
Por centrão, Bolsonaro muda tom sobre fundo eleitoral
Presidente recebeu vice-líder da ultradireita alemã
Oposição repensa atos ante cansaço do público
Crise hídrica já estava anunciada, afirma especialista
Sul terá mínima de até -10ºC com nova onda de frio
Tóquio 2020 – A Fada que reina em Imperatriz

Valor Econômico

Em meio à retomada, estoque baixo na indústria preocupa
Grandes bancos podem lucrar R$ 21,5 bilhões
Valor de Fundo se aproxima de eleição de 2014
Modelo sustentável
Spread bancário médio de maio é o menor desde 2013
Recuperação do turismo na AL deve ser mais lenta
Justiça reduz tributação de cargas

EDITORIAIS

O Globo

Desorganização e disputa entre governos prejudicam vacinação

A desorganização e a disputa descabida entre os governos que tentam obter dividendos políticos com a vacinação jogam contra o sucesso da campanha

A disputa política para ver quem vacina mais rápido suas populações, aliada à falta de coordenação entre Ministério da Saúde, estados e municípios, está fazendo mal ao Programa Nacional de Imunizações (PNI). Volta e meia, a campanha é interrompida por falta de vacina. Ontem, Rio, Vitória, Belém, Campo Grande, Salvador e João Pessoa suspenderam a aplicação da primeira dose. Em Florianópolis e Maceió, ela só estava disponível para gestantes e puérperas.

No fim de semana, o Ministério da Saúde prometeu enviar imediatamente mais vacinas aos estados. Argumentou que tanto a quantidade distribuída para cada unidade da Federação quanto o público-alvo são definidos numa reunião com a participação de representantes do ministério, de estados e municípios. Mas essa integração aparente entre os três níveis de governo na prática não funciona. No mundo real, é cada um por si.

As dificuldades para fazer deslanchar a campanha de vacinação são conhecidas. Como tem mostrado a CPI da Covid, o governo desprezou ofertas da Pfizer e do Butantan (CoronaVac) para entrega a partir de dezembro de 2020, alegando um sem-número de obstáculos. Ao mesmo tempo, priorizou negociações nebulosas, como a compra de 20 milhões de doses da indiana Covaxin. À medida que a pandemia acelerava, o país não tinha doses para imunizar a população.

Hoje a situação não é tão dramática, já que a entrega da maior parte das doses contratadas (mais de 600 milhões) está prevista para o segundo semestre — 63 milhões em agosto. As remessas do Ingrediente Farmacêutico Ativo (IFA) para produção da Oxford/AstraZeneca na Fiocruz e da CoronaVac no Butantan regularizaram-se após sucessivos atrasos. E o ritmo da campanha melhorou — entre janeiro e julho, a média diária foi multiplicada por 7,5 (de 145 mil para 1,1milhão).

Mas a desorganização e a disputa descabida entre os governos que tentam obter dividendos políticos com a vacinação jogam contra o sucesso da campanha. “Está parecendo uma maratona para ver quem chega na frente”, diz Carla Domingues, que coordenou o PNI entre 2011 e 2019. “Hoje temos 27 planos de imunização, cada um fazendo o que lhe dá na veneta. É claro que vai faltar vacina.” Ela cita como exemplos as cidades que vacinam adolescentes, enquanto outras ainda não imunizaram faixas etárias mais suscetíveis à doença; o anúncio de terceira dose quando nem sequer há consenso sobre isso; e as categorias incluídas como prioritárias no plano por pressão política, e não por necessidade.

A perspectiva é que, nos próximos meses, aumente o estoque de vacinas com a chegada das doses já contratadas. Mas de nada adiantará se os governos não se organizarem. No país como um todo, a cobertura ainda é baixa: menos de 20% plenamente vacinados. A confusão na vacinação revela que o país continua padecendo da falta de coordenação e de uma estratégia consistente numa área em que já foi exemplo internacional.

O Estado de S. Paulo

O devaneio castrista de Lula

A queda da popularidade digital de Lula da Silva, após elogio ao regime cubano, é uma boa medida do limite de tolerância à desfaçatez lulopetista

A popularidade digital do ex-presidente Lula da Silva caiu de 43,18 pontos para 27,48 entre os dias 12 e 14 de julho, conforme levantamento da consultoria Quaest, publicado recentemente pelo Estado. O motivo de queda tão abrupta foi a defesa que Lula da Silva fez do regime cubano, que reprimiu duramente manifestantes em Cuba no dia 12.

Enquanto o mundo civilizado se chocava com a brutalidade das forças de segurança de Cuba contra cidadãos que ousaram protestar contra a falta de vacinas contra a covid-19 e contra a escassez crônica de alimentos na ilha, o chefão petista caprichou: disse que a manifestação de cubanos havia sido uma mera “passeata” e teve a audácia de negar a violência que todo mundo testemunhou. Para completar, o PT soltou um “comunicado de apoio ao povo e ao governo de Cuba”, como se fosse possível apoiar, ao mesmo tempo, quem apanha e quem bate.

A queda da popularidade digital de Lula da Silva é uma boa medida do limite de tolerância à desfaçatez lulopetista. Lula aparece à frente nas pesquisas de intenção de voto menos por seus méritos, e mais porque o presidente Jair Bolsonaro faz um governo tão ruim que, para parte do eleitorado, a mera perspectiva de sua reeleição tornou a volta do petista ao poder uma possibilidade aceitável, se o demiurgo de Garanhuns for o único candidato capaz de derrotar o bolsonarismo. Mas a indecência de Lula ao apoiar um governo que reprime selvagemente o próprio povo certamente serviu para abalar as eventuais ilusões de muitos eleitores ingênuos a respeito do petista.

Lula não é um democrata, e seu apoio ao regime castrista, bem como ao governo tirano da Venezuela, é prova eloquente disso. Seus fanáticos seguidores dizem, cinicamente, que Lula jamais atentou contra a democracia, mas a vocação autoritária do PT e de seu líder é incontestável – atestada pelo aparelhamento petista da máquina do Estado, pela desbragada corrupção e pelo estímulo ao conflito entre “nós” e “eles”, elementos que, somados, arruínam a democracia.

A Cuba castrista não inspira Lula da Silva por causa do socialismo. Como se sabe, o ditador Fidel Castro alinhou-se à União Soviética só depois da Revolução, e isso porque Moscou prometeu lhe dar generosa mesada, comprar açúcar cubano e armar a ilha contra os Estados Unidos, e não porque estivesse interessado no comunismo. Este era somente um pretexto retórico para implantar, primeiro, sua ditadura pessoal, depois, um regime familiar e, agora, um clã totalitário.

Do mesmo modo, o discurso socialista, na boca de Lula, é apenas um embuste para enganar universitários e artistas. Ao mesmo tempo que evocava o socialismo como meta e ambição, o PT de Lula, ao longo de sua história, expurgou sem dó as seitas trotskistas e marxistas-leninistas que lá se haviam acomodado, restando somente os oportunistas que orbitam o guia genial. Pai do sindicalismo de resultados, Lula no poder se tornaria a mãe do capitalismo de compadrio, enquanto entretinha os grêmios estudantis com seu falatório antiamericano e encantava os pobres com ilusionismo demagógico.

Enquanto Lula abraçava gostosamente o caquético castrismo, decerto com inveja da longevidade de uma ditadura que alguns bobos veem como farol da democracia, o Partido Socialista do Chile disse em comunicado que “é dever do governo e das autoridades cubanas ouvir as demandas” do povo cubano. Isso mostra que nem toda a esquerda compartilha do cinismo lulopetista.

Isso já havia ficado claro quando artistas de incontestáveis credenciais esquerdistas, como o escritor português José Saramago e a cantora argentina Mercedes Sosa, consideraram intolerável a repressão da ditadura cubana. Em 2003, depois de mais um fuzilamento de dissidentes, Saramago declarou que a Cuba de Fidel “perdeu a minha confiança, danificou as minhas esperanças, defraudou as minhas ilusões”, e Mercedes Sosa afinal se rendeu: “Creio que já é tempo de não aceitarmos tudo”.

Lula poderia ter a grandeza de pelo menos parar de elogiar a terrível ditadura cubana. Ao não fazê-lo, autoriza a suposição de que, no fundo, quer mesmo é encarnar Fidel e governar até a morte – e além.

Folha de S. Paulo

Fome de voto

Desgaste de Bolsonaro entre pobres afeta estratégia eleitoral e política pública

As pesquisas do Datafolha mostram com clareza que a perda de popularidade de Jair Bolsonaro foi mais intensa entre os eleitores de menor poder aquisitivo. Há, sem dúvidas, boas razões para tal.

Do início do ano para este mês de julho, a taxa de aprovação ao governo se manteve estável, em torno de um terço dos entrevistados, nas faixas de renda acima de cinco salários mínimos. Já no grupo com renda até dois salários mínimos, os que consideram a administração ótima ou boa caíram de 27% para 21% no período.

Mais: a maioria de 54% formada em defesa do impeachment do presidente decorre basicamente da opinião dos mais pobres, dos quais 60% são a favor do processo. Nos estratos mais abonados, esse apoio limita-se a 37%.

Os dados indicam, pois, um componente socioeconômico importante no desgaste de Bolsonaro, o que não exclui, claro, o impacto de sua negligência mortal na gestão da pandemia e outros desmandos.

A população de baixa renda é a mais afetada, obviamente, pelo desemprego decorrente da paralisação de atividades para o combate à pandemia. Esse contingente padeceu, no primeiro trimestre, com a interrupção do pagamento do auxílio emergencial, retomado em abril com valores menores.

Além disso, sofre com uma escalada inflacionária concentrada nos preços de alimentos e, assim, mais aguda para os pobres. Como noticiou a Folha com base em cálculos do Ipea, a inflação acumulada em 12 meses é de 9,24% para consumidores com renda até R$ 1.650,50 mensais, ante 6,45% para os que recebem acima de R$ 16.509,66.

Simbolicamente, itens tradicionais do cardápio brasileiro ficaram inacessíveis para muitos, casos do arroz (alta de 46,21% no período) e do feijão (48,19%, o fradinho). Em maio, 36% dos brasileiros na faixa até dois mínimos declararam que tiveram em casa comida abaixo do suficiente.

Tal cenário faz com que se misturem prioridades para a política pública e para a estratégia eleitoral de Bolsonaro —o contingente mais pobre e hostil, afinal, representa 57% dos ouvidos pelo Datafolha.

O governo fala abertamente na ampliação do Bolsa Família a partir de 2022, mas não está claro como ficaria o desenho do programa e qual seria a fonte dos recursos adicionais necessários. São decisões que fazem a diferença.

Ainda que o fortalecimento da seguridade social seja plenamente justificável neste momento, o enfraquecimento do mandatário e a proximidade da disputa presidencial elevam o risco de medidas demagógicas e imprudentes, que acabariam por prolongar a agonia econômica na qual o país está mergulhado há quase uma década.

Valor Econômico

Evitar o apagão da energia elétrica terá preço elevado

O crescimento econômico é o principal parâmetro para a expansão do consumo de energia

Menos de um mês depois de o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, ter pedido à população que economizasse água e energia elétrica, em rede de rádio e televisão, a crise hídrica subiu de tom. O Operador Nacional do Sistema (ONS) soltou nota técnica, na semana passada, alertando que prevê o “esgotamento de praticamente todos os recursos” do sistema nacional de energia elétrica em novembro, fim do período sem chuvas. Ou seja, os reservatórios estarão praticamente vazios.

No pior cenário previsto pelo ONS, que implica o menor uso das termelétricas, o Brasil precisaria importar 2 gigawatts de energia para garantir o abastecimento, o equivalente a nada menos do que produzem Angra 1 e 2 juntas. No cenário mais otimista, com maior participação das térmicas, haveria uma sobra de 144 MW, nem 1% da reserva de segurança com a qual normalmente opera o sistema.

A situação estará crítica nos subsistemas Sul e Nordeste. O ONS pediu o adiamento das paradas de manutenção de todas as usinas do país, e para mudar a operação das usinas do Rio São Francisco para guardar mais água para o fim do ano. Já ao fim deste mês, as hidrelétricas do Nordeste devem estar com 54,6% dos reservatórios ocupados, volume que deve ser de 80% no Norte. Mais crítica é a situação no Sudeste e Centro-Oeste, com apenas 26% de sua capacidade de armazenamento, segundo o ONS. Entre outubro e novembro, as hidrelétricas da região Sudeste, onde se concentram 45% da população brasileira, poderão ter que praticamente interromper a operação das turbinas pois terão atingido níveis de armazenamento inferiores a 10%.

O quadro indica que não foram bem-sucedidos os apelos do ministro em favor da economia de água e de energia, e também que a crise é bem mais severa do que se imaginava. Igualmente preocupante é o fato de o ONS estar trabalhando com projeções defasadas. As estimativas levam em conta o aumento do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano de 4,5%. O número está acima dos 3% anteriormente estimados, mas está consideravelmente abaixo dos 5,3% esperados pelo próprio Ministério da Economia. Há no mercado previsões ainda maiores. O crescimento econômico é o principal parâmetro para a expansão do consumo de energia, estimada em 7% este ano. Se a premissa está superada, a demanda será ainda maior.

O fim do período de seca, em novembro, não significa que as precipitações virão imediatamente, e nem que cairão nos lugares certos, enchendo os reservatórios. Já se sabe que o próximo ano também será de pouca chuva. Os problemas continuarão. O próprio Banco Central (BC) informou que trabalha com a ocorrência de bandeira vermelha em patamar 1 em dezembro deste ano e em 2022. O Relatório Trimestral de Inflação de junho prevê influência da situação hídrica no preço da energia com reflexos até 2023.

Como disse o secretário de Política Econômica do Ministério da Economia, Adolfo Sachsida, em Live do Valor (23/7), a preocupação maior é com a inflação uma vez que o Ministério de Minas e Energia tem sido enfático em rejeitar risco de racionamento. A aposta é na eficácia das medidas até agora adotadas, como o acionamento de térmicas e restrição da vazão de água nos reservatórios. Além disso, há conversas com representantes da indústria para se reduzir o consumo na fase mais crítica da crise para evitar “corte de carga” (blecaute) no horário de ponta. Até a volta do horário de verão, abominado pelo presidente Jair Bolsonaro, já está sendo cogitada.

O ex-diretor da Aneel, Edvaldo Santana, apoiou em artigo no Valor (23/7) as negociações entre governo e empresários da indústria em torno da redução do consumo nas horas de demanda máxima. Argumenta que “em lugar de acionar termelétricas de R$ 1.700/ MWh, sai mais barato reduzir o consumo, na mesma magnitude, em troca de R$ 1.200/MWh. Todo sistema é beneficiado”. Mas desconfia que parte da conta será repassada aos demais consumidores, como de fato já está acontecendo. O BC e o Ministério da Economia parecem conformados com os reflexos sobre a inflação desde que não haja impacto no nível de atividade. A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aumentou a cobrança nas contas de luz da bandeira vermelha 2 em julho e sinalizou que deve elevar essa cobrança novamente em agosto, para fazer frente à elevação constante de gasto com térmicas. O Brasil vai chegar à CoP 26, em novembro, com mais um ponto negativo, ao aumentar o consumo de energia poluente, e vai pagar mais caro por isso.

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