Covaxin: Para Alessandro Vieira, servidora da Saúde não poderia ‘deixar passar um contrato fraudulento’

Senador lamentou a conduta de Regina Célia na CPI da Pandemia e disse esperar mais do servidor público brasileiro (Foto: Waldemir Barreto/Agência Senado)

O líder do Cidadania no Senado, Alessandro Vieira (SE), cobrou coerência da servidora Regina Célia, fiscal de contratos de vacinas do Ministério da Saúde, que em horas de depoimento à CPI da Pandemia nesta terça-feira (06) não conseguiu explicar como, com rigor e ética, deixou de impedir o avanço do contrato da vacina indiana Covaxin, mesmo após suspeitas evidentes de irregularidades.

O parlamentar usou a maior parte do seu tempo para questionar Regina Célia sobre a autorização para o prosseguimento do contrato com a empresa Precisa Medicamentos, que intermediava com o governo brasileiro a compra da Covaxin.

“Não vi nada atípico no processo”, insistiu ela diante do senador, incrédulo, reconhecendo que aprovou, do ponto de vista fiscal, a vacina superfaturada negociada pelo governo, alvo de quatro investigações.

Na semana passada, o Ministério da Saúde suspendeu o contrato. O escândalo Covaxin, contrato com a Bharat Biotech para fornecimento de 20 milhões de doses da vacina, respingou em Bolsonaro, que agora é investigado no Supremo Tribunal Federal.

“Depois de descobrir que a compra de vacinas ficou aparentemente na mão de uma mistura entre estelionatários, corruptos, ignorantes e malucos, hoje encontramos uma fiscal de contrato que acha normal não fiscalizar nada. Não é um governo, é um roteiro de tragicomédia. Triste demais”, disse o senador na rede social

‘Atraso nas entregas’

Alessandro Vieira lembrou que Regina Célia tem 26 anos de serviço público, e há cinco anos atua especificamente como fiscal de fiscal de contratos de medicamentos e vacinas, e não poderia deixar passar o contrato fraudulento com a Precisa, e sua preposta Madison Biotech, sem sofrer pressões de superiores – que ela negou todo o tempo. O único problema que ela detectou, ainda assim solúvel, foi o “atraso na entrega das entregas” e a existência de uma empresa não referida no contrato.

“Eu quero acreditar que a senhora não seja o tipo de servidora que, vendo uma coisa errada, lava as mãos”, sugeriu o senador e Regina Célia insistiu que não.

“E a senhora não sofreu nenhum tipo de cobrança, pressão, em nenhum momento de sua atividade profissional”, perguntou o senador, mas a servidora negou.

“A senhora é uma felizarda em Brasília”, ironizou Alessandro Vieira.

A servidora disse que deixou a decisão final para o Setor de Importação.

“A senhora é a fiscal do contrato. E quando a senhora, na condição de fiscal, dá um ‘pode continuar’, evidentemente isso vai afetar o restante do andamento”, disse o senador, lembrando que ela atendeu à solicitação da empresa Precisa, por meio da diretora técnica, Emanuela Medrades.

Alessandro Vieira lamentou a conduta da servidora e disse esperar mais do servidor público brasileiro.

“Eu estou tratando da Covid, o povo morrendo na rua, tratando de um contrato bilionário, faltando dinheiro para tudo, e um contrato fraudulento é assinado”, criticou Alessandro Vieira.

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