Veja as manchetes e editoriais dos principais jornais hoje (04/01/2021)

MANCHETES DA CAPA

O Globo

Rio reabre 343 leitos e prevê vacinação inicial de 872 mil
Clínicas privadas buscam 5 milhões de doses de vacina
Governo dificulta exportação de seringas e agulhas
Baleia e Lira têm semana decisiva na Câmara
Na crise, as ações que cresceram mais de 100%
Campos Neto é o presidente de banco central do ano
Gravação mostra pressão de Trump para anular derrota

O Estado de S. Paulo

Fiocruz quer vacinação neste mês após liberação da Anvisa
Mesmo com nova validade, testes podem ir para o lixo
Venda de imóveis cresce em 2020
‘Estadão’ faz 146 anos e acelera inovação digital
Vacina deve ditar ritmo da política neste ano
Aliados cobram cargos de Bolsonaro
Pandemia muda dinâmica do crime
Trump pressionou para a Geórgia reverter derrota

Folha de S. Paulo

Dívida e pandemia acirram crise fiscal e disputa sobre gasto
Corte do caso Flávio arrasta decisão sobre denúncia
Anvisa autoriza importação da vacina de Oxford
Brasil tem cenas vergonhosas, diz comissário da UE
Frei Beto – Crise do vírus mostra um país desgovernado
Pandemia da Covid impulsionou alguns setores na Bolsa
Advocacia quer nova regra para se promover online
Venezuelano percorre 6.000 km para morar em praia no Rio
Xi amplia poder militar e controle sobre a China
Potências adotam uma nova geração de bombardeiros
Trump pressionou secretário a mudar resultado da eleição

Valor Econômico

Insegurança jurídica ainda é entrave para investimento
Os créditos direcionados saem de cena
Conta corrente fecha 2020 com déficit baixo
Na luta pela vacina
Palocci tem dificuldades financeiras
Programa da AB InBev para reduzir dívida rende US$ 29 bi
Pandemia dita rumo de tecnologias
Remédio velho será descartado nas farmácias

EDITORIAIS

O Globo

Disputa na Câmara terá eco em 2022

Acordos para derrotar Arthur Lira, candidato de Bolsonaro, esboçam alianças para eleição presidencial

Seria prematuro ver as movimentações em curso na disputa para a presidência da Câmara como prévia fiel de acordos para as eleições de 2022. Mas é também impossível ignorar que a tentativa de aproximação entre partidos de centro- direita, centro e esquerda poderá esboçar uma aliança para impedir a reeleição do presidente Jair Bolsonaro.

É verdade que entram ingredientes na disputa pela Mesa da Casa que inexistem numa eleição geral. Legendas e parlamentares podem dar ou retirar apoio a depender de espaços que venham a ocupar em comissões. Há ainda o previsível rol de promessas de verbas e cargos em troca de apoio ao candidato governista. As condições específicas que regem o jogo do poder no Parlamento sempre costumam prevalecer sobre afinidades ideológicas. O certo é que a figura insólita e singular do presidente Jair Bolsonaro é o sujeito oculto da corrida entre Arthur Lira (PP-AL) e Baleia Rossi (MDB-SP), cujo desfecho será decidido no dia 1º de fevereiro.

A candidatura de Lira tem aparentemente apoio garantido dos partidos do Centrão, bloco de legendas que lidera. As nove formalmente com ele — PP, PL, PSD, Republicanos, Solidariedade, PSC, PROS, Avante e Patriota — somam 193 deputados. Rossi, lançado pelo grupo comandado até o momento pelo atual presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM- RJ), leva vantagem inicial: é apoiado por 11 partidos, que somam 281 deputados.

Para alguém ser eleito em primeiro turno, precisa reunir 257 votos. Se o número não for alcançado, os dois mais votados disputam um segundo turno. Os números que parecem favorecer Rossi são enganosos. O voto é secreto e, como demonstra a história de incontáveis eleições na Câmara, um convite à traição.

Há resistências no PT a Rossi, que vem do MDB de Michel Temer e votou pelo impeachment de Dilma Rousseff. Parte do PSB já se comprometeu com Lira. O PSOL poderá lançar candidatura própria no primeiro turno. O PSL, incluído nos 11 partidos que dizem apoiá-lo, tem uma ala bolsonarista que votará em Lira.

“O que nos une, neste momento, é a defesa intransigente da nossa democracia”, disse Rossi ao lançar candidatura. “Do nosso estado democrático de direito, das liberdades, do respeito às minorias.” É um discurso sob medida para seduzir a oposição. Foi reforçado por Rodrigo Maia, que afirmou estar em jogo, na escolha do seu sucessor, a independência da Casa, para que o governo não ponha a “pata” nela.

O cenário para o governo Bolsonaro muda dependendo de quem vencer. Se for Lira, o presidente enfrentará menor resistência a seus interesses no Parlamento, que vão de inúmeros pedidos de impeachment à pauta de costumes, passando por legislação em benefício de sua família nos processos judiciais.

Se for Rossi, o clima será outro. Nesse cenário, o desafio recorrente de Bolsonaro a princípios republicanos poderá no fim ajudar a desobstruir os canais de diálogo entre esquerda, centro e centro-direita — e a arrefecer a polarização em que ele aposta para se reeleger.

O Estado de S. Paulo

Selva de notícias

Pew Research Center mostra que público das redes sociais está mais exposto à desinformação

As redes sociais produziram um aumento quantitativo formidável de fontes de informação. Mas isso não implica uma melhora qualitativa para o leitor. Na verdade, as evidências sugerem o contrário. Uma pesquisa do Pew Research Center revela que o público que utiliza as redes sociais como principal fonte de notícias é menos engajado e menos informado em comparação com o público de outras fontes, como mídia impressa, TV, rádio ou sites de notícias. Para agravar este quadro, o público das redes sociais está mais exposto à desinformação e mostra menos capacidade de discernimento.

A pesquisa se restringiu à população norte-americana, mas, dada a mecânica comum das redes sociais, seus resultados podem ser generalizados. Os pesquisadores mensuraram aspectos subjetivos do público (o seu interesse e engajamento) e objetivos (o seu domínio dos fatos e compreensão das narrativas).

Demograficamente, o público que utiliza primordialmente as mídias sociais como fonte de notícias é mais jovem e menos escolarizado. De um modo geral, este grupo tende a prestar menos atenção às notícias. Por exemplo, apenas 8% daqueles que formam a sua opinião a partir das redes sociais estão acompanhando “muito de perto” as eleições presidenciais norte-americanas de 2020. Para aqueles que se informam principalmente pela TV a cabo ou mídia impressa, esse contingente é quatro vezes maior (35% em média). A disparidade foi similar em relação aos protestos antirracistas desencadeados pelo assassinato de George Floyd.

Essa desproporção não está circunscrita à política, e vale mesmo para a maior notícia do ano – a pandemia. Apenas um quarto dos adultos que têm nas redes sociais sua fonte principal de informação está acompanhando “muito de perto” as notícias sobre a covid-19, enquanto para os usuários de outras fontes o contingente dos muito atentos sobe para a metade.

Consequentemente, o público das redes sociais está mais mal informado. Isso foi mensurado a partir de 29 perguntas sobre uma variedade de fatos relacionados às notícias, da economia ao processo de impeachment do presidente norte- americano até a covid-19. Em média, quatro em dez dos informados pelas redes sociais deram as respostas corretas, enquanto nos outros grupos foram seis em dez. Se entre os usuários das redes sociais apenas 17% foram considerados “muito bem informados” na esfera política, entre os usuários de fontes tradicionais foram cerca de 42%.

Os usuários das redes sociais também têm uma probabilidade muito maior de ouvir alegações falsas ou infundadas, como as teorias da conspiração sobre uma origem dolosa da covid-19. Apesar disso, este público se mostra menos preocupado com o impacto das notícias falsas. Apenas 37% mostraram esta preocupação, enquanto para aqueles que se baseiam em outras plataformas o contingente foi de quase 60%.

A pesquisa mostra ainda que aqueles que se nutrem prioritariamente das mídias sociais não só estão menos inteirados dos fatos, mas mostraram menor compreensão das narrativas do noticiário. Assim, além de estarem menos atentos e engajados, e mais desinformados e expostos à desinformação, os usuários das mídias sociais mostram ainda uma tendência maior a não compreender certas histórias-chave da esfera pública.

Desta forma, a pesquisa mostra que, ao contrário do que prega uma opinião bastante popularizada, a multiplicação de notícias e de fontes de informação proporcionada pelas redes sociais tornou o jornalismo mais, não menos importante para garantir um debate público de qualidade. De resto, o fato de que aqueles que se informam pelas redes sociais são mais jovens e têm índices menores de escolaridade revela a importância de políticas públicas para promover o letramento digital das camadas sociais menos favorecidas e das futuras gerações. A verdade é que o recurso à apuração profissional é hoje ainda mais decisivo do que no passado, não apenas para os cidadãos que quiserem exercer sua participação democrática, mas até mesmo – como mostram as métricas sobre a covid-19 – para questões de vida ou morte.

Folha de S. Paulo

Filme antigo

Eleição na Câmara dá ao PT chance de deixar sectarismo que marca sua conduta

A tese é recorrente na esquerda brasileira: faz-se necessária uma frente ampla contra o adversário da vez, sem restrições a variadas forças políticas — desde que eu esteja à frente da iniciativa.

O eu em questão é o PT de Luiz Inácio Lula da Silva, ainda o principal partido do campo no Brasil, apesar do encolhimento de sua relevância demonstrado pelo minguado resultado eleitoral em 2020.

A sigla orbita a figura de Lula, flertando perigosamente com um ocaso personalista de sua maior liderança, que parece ter perdido o norte político após deixar a cadeia.

O sectarismo e o anacronismo pautam a vida partidária, com a presidente da sigla, Gleisi Hoffmann, servindo de advogada de defesa da indesculpável ditadura de Nicolás Maduro na Venezuela sempre que a oportunidade se coloca.

A dirigente chegou a criticar o futuro presidente americano, Joe Biden, dizendo que Barack Obama havia acobertado casos de corrupção dele nos tempos de vice.

O motivo? Em livro, o ex-presidente afirmara ter ouvido falar das suspeitas de corrupção de Lula.

Quando o cacique petista foi condenado e preso, impedido legalmente como ainda está de participar de eleições, a sigla preferiu insistir no embuste de apresentá-lo na disputa ao Planalto em 2018.

Fernando Haddad assumiu o papel de poste e a chapa surfou nos votos que Lula ainda era capaz de amealhar, sendo derrotada por Jair Bolsonaro no segundo turno sem conseguir apoios expressivos.

Talvez esperançoso por uma nova chance, Haddad lançou no fim do ano passado a candidatura do ex-chefe em 2022, algo que depende de um complexo arranjo legal.

Preterido pelo PT, o terceiro colocado em 2018, Ciro Gomes (PDT), responsabiliza corretamente o partido pela desunião da esquerda. Esse é um filme antigo para todos os que negociaram alianças com Lula.

Assim, desponta como oportunidade a disputa pela presidência da Câmara, que oporá uma aliança de centro-direita — apoiada pelo atual ocupante da cadeira, Rodrigo Maia (DEM-RJ)— e o candidato de Bolsonaro, o prócer do centrão Arthur Lira (PP-AL).

O nome de Maia, Baleia Rossi (MDB), busca unir toda a oposição ao Planalto. Como disse o deputado demista, o movimento pode ser visto como um ensaio geral para o pleito do ano que vem.

O PT, claro, protestou. Gleisi disse que uma coisa não tem nada a ver com a outra, e a agremiação postergou sua decisão para este mês.

É óbvio que o petismo não irá apoiar em 2022 um candidato do grupo de Maia, como João Doria (PSDB-SP). Mas conceder a Bolsonaro a possibilidade de comandar a agenda legislativa nos dois últimos anos de seu mandato, com um apoio tácito a Lira, apenas confirmará a miopia política da legenda.

Valor Econômico

Onda de aumentos salariais ilegais marcam fim de ano

As autorizações de reajuste terão consequências não apenas fiscais, como também jurídicas

Foi a Câmara de Vereadores do Rio de Janeiro que inaugurou uma nova moda, ao aprovar, em abril do ano passado, uma generosa gratificação aos servidores da prefeitura para valer somente a partir de janeiro de 2022. Como já estava em plena pandemia da covid-19, com as dificuldades financeiras dela decorrentes para o município, os vereadores aceitaram adiar a entrada em vigor da medida.

Verifica-se agora, para espanto geral, que a moda pegou. Outros municípios aprovaram, no apagar das luzes de 2020, reajustes salariais para os seus prefeitos, secretários, vereadores e servidores, que entrarão em vigor em 2022. O caso mais emblemático foi o da Câmara municipal de São Paulo, que autorizou um aumento de 46% no salário do prefeito Bruno Covas, que é o teto remuneratório dos servidores municipais. Ou seja, o reajuste para o prefeito gera aumento automático para outros funcionários municipais.

A Câmara Municipal de Manaus aprovou aumentos que variam de 25% a 52% para os salários de prefeito, vice-prefeito, secretários, vereadores e servidores. Tudo para vigorar a partir de janeiro de 2022. Já a Câmara municipal de João Pessoa não quis seguir a nova moda e aprovou reajustes escalonados, com a primeira parcela a ser paga já em 2021.

Não foram apenas os vereadores de capitais que aprovaram aumentos salariais. A Câmara do pequeno município de Serra Preta, na Bahia, autorizou aumento de mais de 66% para o salário do prefeito e do vice-prefeito, também de forma escalonada, com a primeira parcela a ser paga já a partir deste mês. Serra Preta está localizada em uma das regiões mais pobres do Brasil, com 65% de seus habitantes em situação de pobreza ou extrema pobreza.

Ainda não se sabe quantos municípios concederam aumento de salários para os seus prefeitos, vereadores e servidores. Esse levantamento terá que ser feito com urgência pelos Tribunais de Contas estaduais. Mesmo porque as autorizações de reajuste terão consequências não apenas fiscais, pois resultarão em mais despesas para as prefeituras, como também jurídicas.

Em recente artigo para o jornal “O Estado de S. Paulo”, o economista Pedro Nery afirmou que o aumento do teto remuneratório paulistano é ilegal e inconstitucional. E disse que o caso da cidade de São Paulo é mais um em “uma onda de aumentos ilegais de fim de ano”.

Em primeiro lugar, Nery lembrou que a lei complementar 173, em seu artigo 8º, proíbe que os Estados e os municípios afetados pela calamidade pública decorrente da pandemia da covid-19 concedam, até 31 de dezembro de 2021, a qualquer título, vantagem, aumento, reajuste ou adequação de remuneração a membros de Poder ou de órgão, servidores e empregados públicos e militares.

A nova onda, que os municípios estão surfando, tenta dar um jeitinho de burlar o texto da lei, ao estabelecer que o reajuste será válido a partir de janeiro de 2022. A intenção do legislador, como observou Nery, foi a de proibir a concessão de aumentos até o fim de 2021. Mesmo porque a não concessão de reajuste salarial para membros do Poder Executivo e para servidores foi uma das condições impostas pelo governo federal para a bilionária compensação, dada pela União aos Estados e municípios pela queda de suas receitas em virtude da pandemia. A preocupação do governo, com a LC 173, era evitar a elevação de gastos com pessoal, que se transforma em uma despesa permanente.

Foram bilhões e bilhões de reais que saíram dos cofres do Tesouro Nacional para os governos estaduais e para as prefeituras. Sabe-se hoje, e os dados estão disponíveis para quem quiser acessar, que a ajuda da União superou em muito as perdas de receitas de Estados e municípios neste ano por causa da crise sanitária. Apenas uma parcela desses recursos foi destinada a ações em serviços públicos de saúde. A maior parte entrou nos caixas estaduais e municipais para destinação livre por parte de governadores e prefeitos.

No caso de São Paulo, o economista Pedro Nery mostra que a sanção do prefeito Bruno Covas à lei que reajustou o teto remuneratório paulistano viola também a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), que impede aumentos salariais nos últimos 180 dias do mandato. Além disso, a proposta votada pela Câmara não possuía estimativa de impacto para os cofres da prefeitura da cidade, como determina a LRF.

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