Veja as manchetes e editoriais dos principais jornais hoje (11/12/2020)

MANCHETES

O Globo

‘Finalzinho de pandemia’ tem alta de casos em 21 estados
Novas restrições a comércio e lazer no Rio
Vacina da Pfizer – Governo assina compra de 70 milhões de doses
Butantan inicia produção da CoronaVac
Corrida para vender terminais da Infraero
Alcolumbre tem dificuldade para emplacar sucessor
Polícia Federal investiga se Amil comprou MP que abateu dívidas
EUA: Covid matou mais em 24 horas que o 11 de Setembro

O Estado de S. Paulo

Saúde prevê gastar R$ 250 milhões para distribuir ‘kit covid’
Gabinete no Planalto vira ‘comitê’ da eleição de Lira
Estado de SP terá novas restrições
Butantã começa a produzir a Coronavac
Polícia rastreia fonte de ameaças e ofensas raciais a eleitas
Airbnb tem alta de 112% na estreia na Nasdaq
Joseph Safra – Banqueiro morre aos 82 anos

Folha de S. Paulo

Bolsonaro vê ‘finalzinho de pandemia’; os números não
Ligação entre delegado da PF e Alcolumbre gera críticas
Receio de novo surto altera planos de escritórios
Para Itaú, há risco de retração caso Covid não recue
Morre Joseph Safra, o homem mais rico do Brasil
Bruno Covas fará radioterapia contra o câncer
Saiba quem compõem e o que faz a Anvisa no atual governo
Instituto Butantan inicia a produção da Coronavac em SP
Confirmado primeiro caso de reinfecção por coronavírus no país
MPF em Goiás questiona entidade por não indicar ‘tratamento precoce’
Após resistência, MEC autoriza aulas remotas até fim da pandemia
Antirracismo na Faria Lima
Agência dos EUA abre caminho para vacina da Pfizer
Justiça italiana condena Robinho em 2ª instância

Valor Econômico

Tesouro coloca em caixa R$ 271 bi e alonga dívida
Fundo assume sucroalcooleira da Odebrecht
Grynbaum prepara o novo salto do Boticário
Morre o banqueiro Joseph Safra

EDITORIAIS

O Globo

Novo comando do Congresso definirá futuro das reformas

Disputas na Câmara e no Senado deveriam priorizar a agenda legislativa, não interesses paroquiais

A definição dos nomes à sucessão das presidências das Casas Legislativas dá a largada para uma corrida decisiva para o futuro político e econômico do Brasil. O que se espera é um Parlamento comprometido com as reformas, que dê celeridade à aprovação das leis e emendas constitucionais necessárias para resgatar nosso equilíbrio fiscal e transformar o Estado brasileiro. O que se tem visto até agora é completamente diferente: uma costura rebuscada de alianças, de olho na preservação de interesses paroquiais e na eleição de 2022.

No Senado, o atual presidente, Davi Alcolumbre, tenta fazer um acerto com o presidente Jair Bolsonaro para manter sua influência na Casa. Na Câmara, assim como fez ao renegar promessas de palanque de combater a corrupção, Bolsonaro mergulhou fundo em práticas da velha política para garantir a presidência ao deputado Arthur Lira (PP-AL). Parlamentares do bloco de Lira, cerca de 170 nomes reunindo integrantes de PP, PSD, PTB, PROS, Solidariedade, Avante e outros partidos, tentam acertar a liberação de verbas definidas por um projeto de lei que abriu crédito suplementar de pouco mais de R$ 6 bilhões para diversos ministérios. Entre eles, os do Desenvolvimento Regional e da Saúde, com atuação em áreas de grande visibilidade para os políticos. Lira tenta atrair também os votos dos partidos de esquerda, como PT, PSB, PDT e PCdoB. Pelo menos a maioria da bancada do PSB já confirmou apoio ao candidato bolsonarista.

Do outro lado, Maia comanda um grupo que reúne 157 parlamentares de partidos como DEM, PSDB, MDB, PV, Cidadania e PSL (até a noite de ontem sem candidato definido). É um grupo mais próximo da agenda reformista, mesmo assim não se sabe que tipo de concessão teria de fazer, na tentativa de atrair a apoio, para compensar a “tinta da caneta” de Bolsonaro. O ainda presidente da Câmara procura delimitar seu campo político nessa corrida, ao afirmar que Bolsonaro deseja tomar conta da Casa para “desorganizar a agenda ambiental, flexibilizar a venda de armas e tocar pautas de costumes que digam respeito às minorias”.

Quem quer que saia vitorioso precisará contribuir para resgatar o país da crise que mistura a explosão da dívida pública (já acima de 90% do PIB), inflação crescente (acima da meta de 4% estabelecida para 2020), desemprego em alta, pandemia sem dar sinal de trégua, além das mazelas seculares do Brasil. Para isso, será necessário conferir um ritmo mais acelerado a propostas já em tramitação, como a PEC Emergencial, a reforma administrativa ou a tributária. A prioridade dos parlamentares, como se vê, parece ser outra. Todos estão de olho em 2022.

O Estado de S. Paulo

A corda e a caçamba

Incapaz de organizar uma base sólida no Congresso, o presidente Jair Bolsonaro depende cada vez mais dos humores do Centrão

Na superfície, foi apenas a demissão de mais um ministro irrelevante, o 12.º a cair em menos de dois anos. Mas a saída de Marcelo Álvaro Antônio do Ministério do Turismo depois que este denunciou as movimentações palacianas para saciar o apetite do Centrão deu o tom do envolvimento do presidente Jair Bolsonaro na sucessão da presidência da Câmara, muito mais profundo do que recomenda a prudência.

O ministro caiu depois que se tornou público o teor de uma mensagem postada por ele no grupo de WhatsApp de colegas de Esplanada com pesadas críticas ao ministro da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos. Álvaro Antônio acusou o ministro Ramos de se dedicar à negociação de cargos do primeiro escalão com o Centrão para arregimentar apoio ao candidato governista à presidência da Câmara, deputado Arthur Lira (PP-AL). Um desses cargos seria justamente o de ministro do Turismo, o que enfureceu Álvaro Antônio e o motivou a chamar o colega Luiz Eduardo Ramos de “traíra”.

Depois de dizer que conhece bem o Congresso, pois é deputado pelo PSL-MG, criticou o ministro Ramos por entrar no gabinete do presidente Jair Bolsonaro “comemorando algumas aprovações insignificantes no Congresso, mas não diz o altíssimo preço que tem custado” – em referência à oferta de cargos no governo em troca de votos. O agora ex-ministro Álvaro Antônio escreveu que, apesar dessas negociações – que se deram num volume “nunca antes visto na história”, segundo ele –, o governo “ainda assim” não conseguiu formar “uma base sólida no Congresso Nacional”. Tanto é assim, segue a mensagem, “que o senhor (ministro Ramos) pede minha cabeça para tentar resolver as eleições do Parlamento”, ou seja, “pede minha cabeça para suprir sua própria deficiência”.

As “eleições no Parlamento” a que se refere o defenestrado ministro é justamente a disputa pelas presidências da Câmara e do Senado, em fevereiro do ano que vem. A mensagem de Álvaro Antônio, portanto, escancarou o que todos já intuíam: que o presidente Bolsonaro, por meio de seus articuladores políticos, está fazendo de tudo para ter alguma influência sobre o comando do Congresso e jogou suas fichas no deputado Arthur Lira.

A história recente do País mostra que os presidentes que se intrometeram na sucessão do comando do Congresso foram castigados – o caso mais recente, o de Dilma Rousseff, é uma história bastante conhecida e deveria servir como advertência. Aparentemente, contudo, Bolsonaro julga que vale a pena correr o risco, por motivos evidentes por si mesmos: incapaz de organizar uma base sólida seja para governar, seja para sobreviver no cargo, depende cada vez mais dos humores do Centrão, razão pela qual amalgamou seu governo a esse bloco fisiológico a ponto de praticamente tornarem-se indissociáveis – a corda e a caçamba.

É claro que o governo Bolsonaro, no discurso, vai tentar confundir sua rendição total ao Centrão com o interesse nacional. No Ministério da Economia, por exemplo, já se diz que o deputado Arthur Lira merece o apoio de Bolsonaro porque estaria mais alinhado à agenda de reformas, conforme promessas do candidato. Essa versão vale tanto quanto uma nota de três reais.

Em primeiro lugar, o deputado Arthur Lira tem histórico de defesa do aumento de gastos públicos e votou a favor da retirada de Estados e municípios da reforma da Previdência. Como “reformista”, portanto, é cristão-novo: converteu-se ao discurso das reformas, mas nada garante que tenha renunciado à antiga fé na gastança.

Em segundo lugar, se o presidente Bolsonaro estivesse mesmo tão engajado nas reformas teria aproveitado o clima reformista da Câmara sob a presidência de Rodrigo Maia e encaminhado todos os projetos que prometeu na campanha eleitoral. O que se viu, contudo, foi um excruciante atraso, que muitos atribuíram à falta de articulação política do governo, mas que, hoje está claro, se deve muito mais ao desdém com que Bolsonaro trata as reformas.

O discurso de respeito aos interesses do País na sucessão do comando do Congresso, portanto, é apenas pretexto para que Bolsonaro e o Centrão cuidem de suas conveniências particulares, para surpresa de ninguém.

Folha de S. Paulo

Que siga o inquérito

Suspeita de ingerência na PF não ficou menos grave com amansamento de Bolsonaro

Acertadamente, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, negou o pedido do presidente Jair Bolsonaro para não depor no inquérito que apura se ele interferiu indevidamente na atuação da Polícia Federal.

Como o Supremo ainda não definiu se o mandatário, na condição de investigado, pode depor por escrito ou se precisa fazê-lo presencialmente, a PF terá de esperar a resolução dessa preliminar para marcar uma data para a oitiva ou um prazo para envio das respostas.

O princípio republicano exige que, exceto pelas distinções previstas em lei, todos os cidadãos sejam tratados da mesma forma. Se uma pessoa comum não pode furtar-se a apresentar-se à autoridade policial num inquérito, tampouco o presidente pode fazê-lo.

Se preferir, Bolsonaro poderá exercer seu direito constitucional de permanecer calado, o qual é facultado a qualquer cidadão.

A atual prática pode até não ser a mais inteligente, já que mobilizar toda uma estrutura para ouvir alguém que nada dirá configura apenas desperdício de recursos. Mas, enquanto as regras não forem alteradas, devem ser cumpridas.

Não se deve esperar, ao menos por ora, maiores consequências desse inquérito —e não porque Bolsonaro não tenha interferido na PF nem porque isso não seja grave. A questão é que o sistema legal brasileiro blinda o presidente.

Embora a interferência para ganhos pessoais num órgão de Estado como a PF possa em tese gerar tanto um processo de impeachment como um por crime comum, ambos dependem da autorização de dois terços dos membros da Câmara dos Deputados para serem deflagrados.

Politicamente, Bolsonaro está resguardado no momento. Desde que abraçou o centrão, seu risco baixou consideravelmente. Hoje, tem boas chances de eleger aliados para presidir a Câmara e o Senado, a partir de fevereiro.

Decerto que o apoio dos partidos fisiológicos é sempre condicional e interessado. Se o presidente deixar de entregar cargos ou se se tornar um estorvo eleitoral, o grupo rapidamente retira a sustentação —Dilma Rousseff viveu isso.

Se Bolsonaro hoje caminha com desenvoltura, há nuvens no horizonte. Repique da Covid-19, fim do auxílio emergencial, inflação e desemprego são alguns dos elementos que podem formar combinações tóxicas para o presidente.

Seja qual for a evolução do cenário, o inquérito não pode parar. As suspeitas que pairam sobre o presidente não se tornaram menos graves com seu amansamento político.

Valor Econômico

BC mantém cautela diante de maior risco inflacionário

Outros dois grandes riscos estão fora de controle do BC: pandemia e o risco fiscal

A inflação mais elevada do que o esperado acendeu um alerta no Banco Central, que indicou que poderá abandonar sua prescrição futura “em breve” e enterrou as dúvidas sobre até quanto os juros poderiam cair. A taxa Selic foi mantida em 2% e não há motivos para acreditar que o BC pretenda elevá-la tão cedo. Mas as expectativas inflacionárias, que indicavam IPCA abaixo da meta em 2021 e 2022, deixou de sê-lo para este último ano, agora no “horizonte relevante” da política monetária.

O BC terá de administrar com frieza uma inflação que fechará o ano acima da meta de 4% e seguirá alta até maio, quando poderá atingir 6% em doze meses. Março, abril e maio de 2020 foram os meses com efeitos mais duros da pandemia sobre a atividade econômica. Em março o IPCA foi de 0,07%, mergulhando em ligeira deflação nos dois meses seguintes. Esses baixos índices deixarão a conta e serão substituídos por outros, maiores.

As decisões de políticas monetária são tomadas quase sempre sobre terrenos movediços e o atual não foge à regra. Os distúrbios nas cadeias de produção provocados pelo coronavírus apareceram depois que a demanda ressurgiu, impulsionada pelo auxílio emergencial, que elevou a renda das camadas mais pobres. O aumento da procura diante de cadeias produtivas só parcialmente operacionais e desfalcadas – seja pelo distanciamento, seja pela falência de milhares de pequenas e médias empresas – puxou os preços para cima, com destaque para alimentos (alta de 15,94% em doze meses).

Além disso, a esperada apreciação do real não ocorreu, e sim uma acelerada desvalorização. Essa inflação do “risco fiscal” foi relevante. Com exportações mais rentáveis e demanda em alta, pela recuperação da economia global, chinesa em particular, os impactos dos preços internacionais que costumam ser amortecidos por um dólar mais fraco foram, ao contrário, potencializados por um mais forte.

O BC pode estar esperando o fim desse período de transição para outro no qual não haverá auxílio emergencial e a demanda arrefeça um pouco enquanto a produção se normaliza e o real se aprecia, como começou a ocorrer agora. O fim dos programas de manutenção do emprego deverá aumentar o número de desempregados e reduzir um pouco o consumo. Com isso, o IPCA recuará.

Nada disso, porém, é seguro. A vacinação tornou-se uma possibilidade real e próxima no início de 2021, mas a segunda onda veio antes e reduzirá o ritmo de crescimento no último trimestre do ano, com efeitos também no primeiro trimestre de 2021. A ata do Copom diz que a incerteza sobre o ritmo de crescimento permanece acima do usual” nos próximos meses.

O risco fiscal permanece em campo, influenciando as cotações do dólar e a curva de juros futuros, e empurrando as expectativas inflacionárias para cima. “O risco fiscal elevado”, indica o Copom, “segue criando uma assimetria altista no balanço de riscos, com trajetória de inflação acima do projetado no horizonte relevante”. A julgar pela indecisão e divergências no governo, esta ameaça não irá embora tão cedo.

Mas o risco fiscal deixou de ser o principal fator que levaria o BC a abandonar a prescrição futura. O balanço de riscos piorou e ela pode ter de ser arquivada. Se isso acontecer, não será “mecanicamente” que os juros subirão, alertou o BC. No cenário em que a Selic é mantida em 2% e o câmbio em R$ 5,25, a inflação ficaria em 2021 abaixo da meta, em 3,5%, mas em 2022 poderia chegar a 4%, já acima da meta de 3,75%. No cenário com base nos dados do Focus isso não aconteceria, mas os juros subiriam a 3% no ano que vem e 4,5% em 2022.

O BC sinalizou que poderá elevar os juros, mas não é certo que o faça. As apostas do mercado são a de que eles se moverão a partir do segundo trimestre. Mas as estatísticas indicam que inflação, atividade e dólar estão perdendo o fôlego. Apesar do IPCA de 0,89% em novembro, a inflação de serviços caiu de 0,55% para 0,39%. A média dos núcleos de inflação recuou, assim como o índice de difusão, o IGP-M (primeira prévia) e IGP-DI. O dólar retornou ontem para perto de R$ 5, com a volta do fluxo de investimento externo em ativos de risco. Indicadores antecedentes sugerem que o PIB do quarto trimestre terá avanço modesto.

Outros dois grandes riscos estão fora de controle do BC: pandemia e o risco fiscal. Ambos dependem de um governo que não tem objetivos claros nem caminha em uma mesma direção, o que teve um custo inflacionário. Se ele aumentar, o BC não terá outro jeito senão elevar os juros.

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