Veja as manchetes e editoriais dos principais jornais hoje (09/12/2020)

MANCHETES

O Globo

Governadores e cientistas cobram do governo plano de vacinação ágil
Pazuello diz que registro na Anvisa requer 60 dias
Para pesquisadores, Saúde fez um ‘esboço rudimentar’
Congresso reage para exigir a compra de imunizantes
Margaret Kennan, de 90 anos, a 1º pessoa no Reino Unido
CoronaVac: as informações técnicas que a disputa política esconde
Estudo independente reafirma eficácia de vacina de Oxford
Eduardo Galvão – Ator com mais de 40 novelas, de Covid, aos 58 anos
Ricardo Cruz – Cirurgião e líder da medicina brasileira, aos 66 anos
Prefeitura atrasa salário de 16 mil pessoas da Saúde
Jogadores fazem História contra o racismo
Eleição para presidência da Câmara divide a esquerda
Falta de insumos como plástico, vidro e papelão trava indústria
Rede D’Or tem maior IPO em 7 anos e é a 10ª mais valiosa da Bolsa

O Estado de S. Paulo

Pazuello bate boca com Doria e contesta vacinação por Estados
Oxford não atesta eficácia em idosos
Reino Unido celebra ‘Dia V’
Relatório da PEC emergencial traz economia irrisória
Inflação é a maior para novembro em cinco anos
Arrastão depreda carros na Cracolândia
Lei para navegação de cabotagem é aprovada

Folha de S. Paulo

Pazuello prevê 60 dias para aprovar qualquer vacina
Vacinação poderia começar logo após certificação, diz Pfizer
Estados vetam festa de fim de ano e limitam álcool em bar
Uso de máscara salvaria 86% mais vidas nos EUA do que imunização, mostra projeção
Economia cogita estender medidas em caso de 2ª onda
Hackers vazam contratos de Super Tucano da Embraer
Reino Unido inicia programa de vacinação em massa contra Covid-19
MEC adia para março aulas nas universidades
Governo barra emendas em troca de apoio a Lira
Após reviravolta, Fux fala em evitar ‘orgia legislativa’
PUC tem lentidão e problemas em vestibular online
Grupo faz arrastão na região da Cracolândia
Câmaras de 768 municípios vão ser empossadas sem negros
Clayborne Carson – Realidade dos EUA requer cautela
Biden indica 1º negro para chefiar o Pentágono

Valor Econômico

Rede D’Or entra na bolsa avaliada em R$ 115 bilhões
Brasil anuncia compromissos ambientais
Pressionado, governo promete plano de vacinação
Friedman estava errado sobre as S.A.
BRF planeja investimento e retorno dos dividendos
Amazon passa a fazer logística para varejistas

EDITORIAIS

O Globo

Alta da inflação reduz prazo do governo para aprovar reformas

Elevação de preços poderá ser contida se o Planalto mostrar que não perderá controle dos gastos

A inflação de novembro, divulgada ontem pelo IBGE, confirma os temores de um novo ciclo de alta nos preços, com a economia ainda em recuperação de efeitos da Covid-19, alto desemprego e falta de confiança na vontade política do governo para tomar as medidas que a situação exige. O IPCA de 0,89% é a taxa mais alta para o mês de novembro desde 2015, acima do 0,86% de outubro, confirmando a tendência de alta desde o 0,24% de agosto.

Também é preocupante a previsão de que a inflação persistirá em alta. O último Relatório Focus, editado pelo Banco Central com projeções dos principais departamentos de análises do sistema financeiro, trouxe uma estimativa do IPCA para este ano de 4,21%, acima do centro da meta, 4%. Para o ano que vem, quando o objetivo será de 3,75%, economistas preveem que o IPCA ficará acima disso durante um bom tempo. Poderá até encerrar o ano perto de 4%, mas ficará além da meta.

Por trás dessa inflação, estão a subida do dólar, a alta de preços de mercadorias no mercado internacional, o reajuste de tarifas públicas e o efeito de uma demanda mais alta e crescente por serviços, que regredira durante a pandemia. A alta nos preços dos alimentos, de 12,1%, foi a maior desde 2002 — e pune sobretudo os mais pobres.

A inflação deveria despertar todos os alarmes no Planalto. O governo deverá ser obrigado a rever a manutenção dos juros no patamar historicamente baixo em que estão (2%), porque a retomada mais intensa da atividade econômica, resultado do arrefecimento provável da pandemia, acabará por aumentar ainda mais a pressão da demanda e, por tabela, também os preços.

A raiz da pressão inflacionária, contudo, não está na conjuntura. Trata-se de um problema estrutural conhecido: o desequilíbrio fiscal crônico do Estado, que desperta desconfiança do mercado na capacidade de o governo honrar suas dívidas. Não bastasse a inflação já garantir mais despesas por indexar benefícios previdenciários e assistenciais, essa desconfiança só aumentou com a informação de que o relator da PEC Emergencial, senador Márcio Bittar (MDB-AC), previa R$ 35 bilhões por fora do teto de gastos para gastar em obras de interesse do governo.

Não se espera mais uma explosão hiperinflacionária como no passado. Mas o país tem um prazo curtíssimo, não mais que um ou dois anos, para demonstrar capacidade de resgatar superávits e recolocar a dívida pública em trajetória descendente. Do contrário, a pressão sobre os juros se tornará insuportável, com efeitos negativos sobre o crescimento e consequências sociais nefastas. É por isso que as reformas tributária e administrativa são tão importantes e, diante do risco inflacionário, ainda mais urgentes.

O Estado de S. Paulo

A inflação como risco para 2021

As confusões do governo e as incertezas sobre as contas públicas têm sido fatores de instabilidade cambial e, portanto, de inflação

Puxada pelos preços da comida, impulsionada pelo custo dos combustíveis e aquecida pelas confusões do governo, a inflação atingiu em novembro a taxa de 0,89%, a maior para o mês em cinco anos. Superou a previsão mais pessimista, de 0,85%, coletada no mercado pela Agência Estado. O primeiro impacto da pandemia, seguido pelo distanciamento social, anulou as pressões inflacionárias por três meses. A partir de junho, com a reação do consumo, os preços no varejo voltaram a subir, a princípio lentamente. Em seguida ganharam velocidade e aumentaram 0,64% em setembro e 0,86% em outubro, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

São taxas incompatíveis com as metas e com os padrões vigentes no Brasil há alguns anos. Uma alta de preços de 0,64% em 30 dias pode parecer pequena ao observador menos informado. É um enorme engano. Acumulada em 12 meses, essa taxa resultaria numa inflação de 7,96%, uma enormidade em qualquer economia razoavelmente organizada.

O Brasil talvez esteja longe de um problema desse tamanho, mas ninguém deve desprezar o risco de um desarranjo nos preços. Se a inflação de outubro, de 0,86%, se repetir em dezembro, a meta oficial de 4%, válida em 2020, será ligeiramente superada, com um resultado efetivo de 4,02%. Acima e abaixo da meta há um espaço de tolerância de 1,5 ponto porcentual, mas a questão mais importante, neste momento, vai muito além desse detalhe.

A inflação acelerou-se desde junho, com um recuo registrado só em agosto, e é razoável perguntar se os números crescentes indicam uma tendência. No mercado, a mediana das projeções passou a apontar uma inflação de 4,21% em agosto, segundo a pesquisa Focus divulgada ontem pelo Banco Central (BC). Quatro semanas antes essa mediana correspondia a 3,20%.

Com a piora das expectativas, mais economistas passaram a apostar num resultado final, em 2020, acima do chamado centro da meta. Mas a pesquisa mostra – e este é um dado positivo – a esperança de uma acomodação no próximo ano, com o IPCA subindo 3,34%. Mas esse número ainda é superior ao de quatro semanas antes (3,17%).

As expectativas são importantes para a determinação dos juros. Por isso, afetam o financiamento da dívida pública, a saúde das contas de governo e o crédito para as famílias e para as empresas. Afetam, portanto, as possibilidades e o ritmo de recuperação da economia nacional e da criação de empregos.

A aceleração da inflação, muito clara nos últimos meses, levou os economistas do mercado a piorar as projeções para o ano, admitindo até uma superação da meta oficial. Também as projeções para 2021 foram contaminadas, mas com a projeção mediana ainda abaixo da nova meta, de 3,75%. Mas também essa projeção poderá mudar, se os preços continuarem fora dos padrões aceitáveis para o Brasil.

A inflação acumulada no ano, até novembro, chegou a 3,13%. Em 12 meses bateu em 4,31%, taxa superior à meta para o período de janeiro a dezembro. Se tudo correr bem, o balanço final será melhor, embora ainda haja fortes pressões.

Com os consumidores cautelosos, só uma pequena parcela dos aumentos no atacado tem sido repassada ao varejo. Mas o repasse tem afetado de modo sensível os preços finais. Os mais prejudicados têm sido os consumidores de menor renda, porque a alimentação tem maior peso em seu orçamento. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), baseado no consumo de famílias com renda salarial de um a cinco salários mínimos, subiu 0,95% em novembro, 3,93% no ano e 5,20% em 12 meses.

Mas o encarecimento da comida é só a face mais ostensiva da inflação. Outros preços também têm subido, e isso inclui os monitorados, como os da gasolina, do gás de botijão e da água e esgoto. O custo da alimentação tem sido em parte influenciado pelo mercado externo, mas a cotação do dólar, muito alta na maior parte do ano, também tem afetado os preços. As confusões do governo e as incertezas sobre as contas públicas em 2021 têm sido importantes fatores de instabilidade cambial e, portanto, de inflação.

Folha de S. Paulo

A corrida da vacina

Se politização do imunizante é irreversível, que ao menos promova celeridade

A disputa política em torno da vacina contra a Covid-19, que antagoniza o presidente Jair Bolsonaro e o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), vai mostrando lances cada vez mais explícitos.

Na segunda-feira (7), o tucano apresentou um plano com datas e números para a inoculação da Coronavac, o imunizante chinês que será formulado e, depois, produzido no Instituto Butantan.

Enquanto isso, no Palácio do Planalto, o presidente conclamava uma claque para prestigiar a exposição do terno que usou em sua posse, assim como o vestido da primeira-dama na ocasião.

Seria apenas patético, digno de um ditador personalista da Ásia Central, não fosse o fato de que no mesmo dia estivesse o Brasil com a maior média móvel de óbitos por Covid-19 desde outubro.

O contraste na abordagem da pandemia ocorre desde os seus primórdios, quando a doença era chamada de “gripezinha” por Bolsonaro —que agora parece atentar-se para as possíveis consequências eleitorais de seu desdém.

O presidente vê Doria como um adversário perigoso em 2022. O governador tucano, por sua vez, não esconde sua pretensão presidencial. Em entrevista à Folha, nomeou o combate à pandemia como um ativo eleitoral óbvio.

Se tal politização, de lado a lado, é incontornável, resta esperar que ela sirva para trazer mais transparência e celeridade ao processo de encontrar um imunizante seguro e eficaz para a população.

Mesmo que tenha adicionado teatralidade desnecessária ao anúncio de seu plano, Doria dificilmente pode ser criticado por ter apresentado uma escala de imunização e providências logísticas. Se a vacina se mostrar ineficaz, não terá sido aquele o problema.

Até aqui, Bolsonaro jogou contra, com seu intendente à frente da Saúde postergando decisões.
Eduardo Pazuello, em encontro com governadores nesta terça, fugiu de responder por que o imunizante chinês não recebeu anúncio ou aceno de investimento federal apesar de estar no mesmo estado regulatório brasileiro dos dois que receberam (AstraZeneca e Pfizer).

Ainda arvorou-se a chefe da Anvisa, o que não é e onde já está instalado um presidente bolsonarista, discorrendo sobre prazos dilatados para aprovação de vacinas.

Espera-se agora uma análise técnica e rápida, como a emergência cobra, se o imunizante for eficaz.
Há alguns sinais positivos, contudo. Sob a pressão, o governo federal mudou o tom —admitiu comprar mais vacinas da Pfizer e chamou governadores para conversar.

Por fim, Bolsonaro se dignou a prometer imunizante para todos. Pode ser balela, mas é melhor do que promover seu alfaiate.

Valor Econômico

PIB per capita retorna ao nível da década passada

Somente em 2030, o PIB per capita vai se igualar ao de 2013

Festejada, a recuperação do Produto Interno Bruto (PIB) no terceiro trimestre ajudou a reduzir as previsões de tombo no ano. Mas pouco aliviou a situação da população quando se fala em PIB per capita. A perspectiva é que esse indicador, calculado pela divisão do PIB pelo número de habitantes, vai fechar o ano no menor patamar desde 2009.

Antes da pandemia do novo coronavírus, esperava-se que o PIB per capita se consolidasse neste ano ao redor de R$ 35 mil, o que seria o melhor resultado desde 2015, segundo projeção do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Naquele ano, o país passava por uma recessão, iniciada no fim de 2014 e que se estendeu até 2016, período em que a queda acumulada do PIB per capita ficou perto de 9%. Nos três anos seguintes, o fraco crescimento do PIB praticamente empatou com a expansão da população.

Com a retração econômica causada pela pandemia, no entanto, as previsões mais otimistas jogaram o PIB per capita para pouco acima de R$ 33 mil no fim deste ano, segundo o Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV) – ou seja, de volta ao patamar do fim da primeira década do século.

Se esta estimativa se confirmar, a queda do PIB per capita será de 5,4% neste ano, mais acentuada do que a do próprio PIB, calculada em cerca de 4,5%. Pesquisa Focus divulgada ontem apontava encolhimento de 4,4% da economia. Será também o maior recuo de todos os tempos do PIB per capita, depois dos 6,3% registrados em 1980.

Da mesma forma, a recuperação do PIB per capita deve ser mais lenta do que a da economia. Enquanto se espera que o crescimento do PIB fique ao redor de 3,5% no próximo ano, a perspectiva é de que o PIB per capita aumente pouco mais de 2,5% e volte ao patamar de 2019 apenas em 2022 ou 2023.

Pior do que isso é a previsão de que vai levar ainda uma década para se voltar ao melhor patamar de todos os tempos. Ou seja, somente em 2030, o PIB per capita vai se igualar ao que foi registrado em 2013, quanto estava ao redor de R$ 37,5 mil a preços constantes de 2019, calculados pelo Ipea.

Todas essas previsões, porém, levam em conta que os ventos favoráveis ajudem a economia e tudo saia certo, o que é altamente improvável. A começar já por este último trimestre do ano, que deve apresentar crescimento bem menor do que no terceiro, e pelas incertezas esperadas para 2021.

Uma das principais ameaças é a provável segunda onda da covid-19, que já afeta países europeus e os Estados Unidos, que estão bem mais perto do que nós da vacinação. O plano brasileiro de imunização é outra incerteza importante uma vez que não está claro quando vai começar nem qual será sua abrangência. O governo federal parece patinar nesse campo.

Além das questões sanitárias, há muitas incertezas na economia. O término a partir deste mês do auxílio emergencial deverá ter impacto importante. Depois de ter beneficiado cerca de 65 milhões de brasileiros, socorrendo principalmente trabalhadores informais e ajudando a sustentar o PIB, o auxílio emergencial foi reduzido de R$ 600 para R$ 300 em setembro, e deve terminar neste ano. O simples corte do auxílio emergencial e a perspectiva de seu término já aumentou em cerca de 1 milhão o número dos que pleiteiam entrar para o Bolsa Família, composta por 14,28 milhões de famílias (Valor, 4/12). Acredita-se que a fila vai aumentar ainda mais.

O governo já levantou a possibilidade de ampliar o Bolsa Família ou criar um novo programa social, de olho inclusive nos dividendos políticos da medida. Mas não consegue articular uma fonte de financiamento. De modo que a proposta não vai em frente. Enquanto isso, o desemprego supera os 14% segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad Contínua), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e tende a crescer mais com o fim do auxílio emergencial.

Não parece também claro que o governo vai conseguir aprovar a agenda de reformas, como a tributária, a administrativa, consideradas importantes para alavancar a economia, melhorando a competitividade das empresas. Há, ainda, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) Emergencial, que regulamentará os gatilhos em caso de descumprimento do teto de gastos; a dos Fundos Públicos, do Pacto Federativo e, mesmo, o Orçamento da União para 2021.

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