Veja as manchetes e editoriais dos principais jornais hoje (01/10/2020)

MANCHETES

O Globo

Governo vive impasse na busca por fonte para Renda Cidadã
Bolsonaro surpreende ao convidar Kassio Nunes para STF
Desemprego tem a maior taxa desde 1992
Indefinição sobre desoneração trava planejamento de empresas
Redução de salário e jornada será prorrogada até dezembro
Renda Cidadã – Economistas sugerem de onde tirar o dinheiro
Eleições: dois terços mudaram de partido
Para presidente, crítica de Biden é ‘lamentável’
Casos de violência contra índios mais que dobram em 2019
Justiça autoriza volta às aulas nas escolas privadas
Cinemas reabrem hoje com estreias
Doria diz que iniciará vacinação em SP no dia 15 de dezembro
A despedida do pai de Mafalda

O Estado de S. Paulo

Bolsonaro acena a Centrão e ala do STF com escolha para corte
Guedes desiste de precatórios; Renda Cidadã sofre recuo
Desemprego deve piorar mesmo com criação de vagas
Covid desacelera em 82% dos bairros
Presidente ataca Biden por ter citado o Brasil
Calor vem forte e deve continuar
Adeus a Quino, ícone dos quadrinhos

Folha de S. Paulo

Doação para Covid acaba em programa de primeira-dama
Presidente sinaliza que indicará ao Supremo juiz federal Kássio Nunes
Conservador, magistrado tem elos políticos e visão oposta à Lava Jato
Precatório não será usado no Renda Cidadã, afirma Guedes
Deterioração do trabalho já atinge 52 milhões
Bolsonaro diz na ONU que há cobiça sobre Amazônia
‘Lamentável’, sr. Joe Biden’, diz Bolsonaro após ameaça ao país
Pela 1ª vez, Brasil entra em estágio desacelerado do coronavírus
Governo prorroga corte de jornada e salário até dezembro
População de SP será uma das primeiras a ser vacinada, diz Doria
Saiba prós e contras de comprar passagem com milhas de terceiros
Corte nos EUA estipula R$ 4,8 bi por voo da Chape

Valor Econômico

Instabilidade política leva a maxidesvalorização do real
BRK aposta no saneamento em Alagoas
Para Maia, Guedes está ‘desequilibrado’
Boa Vista entra na bolsa, 65 anos depois
Vestibular on-line tem câmera-bedel
Um condomínio para 2022

EDITORIAIS

O Globo

Denúncia contra Flávio desafia influência do pai

Instituições têm de continuar a resistir à pressão do Planalto em defesa da família Bolsonaro

A denúncia do MP do Rio contra Flávio Bolsonaro por peculato e lavagem de dinheiro, praticados à frente de uma organização criminosa especializada em saquear os cofres públicos por meio do esquema da “rachadinha”, acusa o senador de ter desviado R$ 2,7 milhões da Assembleia Legislativa (Alerj), quando era deputado, e de ter usado mecanismos clássicos de lavagem de dinheiro em operações com dinheiro vivo.

A acusação está lastreada numa investigação do Ministério Público iniciada em 2018, na Operação Furna da Onça, sobre deputados da Alerj que aplicavam esse golpe. A tramoia, comum entre parlamentares do baixo clero, municipais, estaduais e federais, consiste em nomear assessores que aceitem repassar um quinhão de seu salário. Por isso, precisam ser pessoas de confiança, familiares ou amigos muito próximos.

O ex-PM Fabrício Queiroz, que cultiva laços antigos com o clã Bolsonaro, é denunciado como principal operador do esquema. No período investigado, diz a denúncia, recebeu de assessores do então deputado estadual Flávio R$ 2 milhões em depósitos e outros R$ 2,9 milhões em espécie. Dessa fábrica saíram milhões para Flávio lavar na compra e venda de imóveis e na sua loja de chocolates.

O hoje senador Flávio, o Zero Um, não é o único integrante do clã a mexer com tanto dinheiro vivo. Segundo O GLOBO revelou, o deputado federal Eduardo, o Zero Três, ao comprar por R$ 1 milhão um apartamento na Avenida Pasteur, de frente para a Baía de Guanabara, pagou R$ 100 mil “em moeda corrente do país, contada e achada certa”, conforme registra a escritura no jargão peculiar dos cartórios. O vereador Carlos, o Zero Dois, na compra de imóveis, também pagou na tal moeda corrente “contada e achada certa”.

Também foi comprovado o uso de dinheiro vivo por duas ex-mulheres do presidente Jair Bolsonaro, Rogéria e Ana Cristina Valle, sempre na compra de imóveis. Rogéria, mãe dos três filhos mais velhos do presidente, os três Zeros, adquiriu um imóvel na Tijuca pago em espécie, segundo o “Jornal Nacional”. Ana Cristina, enquanto era casada com Bolsonaro, foi além: comprou 14 imóveis, cinco pagos em dinheiro vivo.

Embora não seja ilegal, o uso de dinheiro vivo sempre levanta nas autoridades a suspeita de lavagem. Quem, afinal, paga imóveis em espécie? O chefe do clã, o presidente Bolsonaro, nunca deixou de se desdobrar na defesa dos seus.

Agiu assim junto ao Supremo e pressionou o ex-ministro da Justiça Sergio Moro para ter canais próprios na Polícia Federal. Moro foi empurrado para fora do governo, e o Supremo impediu que Bolsonaro nomeasse um amigo para a PF. Não há dúvida de que, diante da denúncia, o presidente testará outra vez sua influência no Judiciário. As instituições precisam continuar a resistir à pressão.

O Estado de S. Paulo

A inflação do Alvorada

As palavras, decisões e atitudes irresponsáveis de Jair Bolsonaro espantam investidores, afetam o câmbio e inflam os preços

O presidente Jair Bolsonaro é hoje a fonte de inflação mais perigosa. Suas palavras, decisões e atitudes irresponsáveis assustam o mercado, espantam investidores, afetam o câmbio e acabam inflando os preços com a alta do dólar. Em outros países se pode conter a inflação com aumento de juros, principal instrumento de aperto monetário. Não há, no entanto, meios de controlar o presidente brasileiro, fazê-lo medir suas palavras e tentar criar um ambiente político e econômico saudável e previsível.

Um novo susto derrubou a bolsa de valores na segunda-feira e levou o dólar a R$ 5,67, a maior taxa desde 21 de maio, quando a cotação chegou a R$ 5,70. O fato assustador, desta vez, foi o anúncio de mais uma gororoba fiscal para financiar a Renda Cidadã, estandarte da campanha pela reeleição. A fórmula anunciada inclui uma redução de pagamentos de precatórios, algo com cheiro de calote, e uma apropriação muito polêmica de recursos do Fundeb. De novo o Banco Central (BC) precisou intervir no mercado, vendendo moeda americana, para derrubar a cotação até R$ 5,63, uma taxa ainda muito elevada.

Dólar muito caro, muitas vezes superando por 40% a cotação do início do ano, tem pressionado os preços por atacado. Os aumentos são em parte explicáveis pelas exportações do agronegócio, principalmente para a China, e em parte também pelo câmbio. Dólar mais caro estimula também as vendas de produtos de menor peso na balança comercial, como o arroz, mas muito importantes para o mercado interno. Além disso, preços domésticos tendem a acompanhar os externos, especialmente quando há aumento de custos.

A inflação do atacado é bem visível no Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M), calculado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV).

Esse indicador subiu 4,34% em setembro, 14,40% neste ano e 17,94% em 12 meses. Mas convém traduzir esse aranzel de letras e números. O IGP-M é formado por três componentes. Os preços ao produtor (atacado) têm peso de 60%. Os preços ao consumidor correspondem a 30% do conjunto. O índice nacional do custo da construção representa 10% do indicador total.

Os preços por atacado, os mais sensíveis ao mercado internacional e ao câmbio, subiram 5,92% em setembro, 20,14% em 2020 e 25,26% em 12 meses. As maiores altas foram as dos produtos agropecuários: 9,41% no mês passado, 28,82% no ano e 45,52% em 12 meses. Mas, com o isolamento, a perda de renda e a insegurança de milhões de famílias, o consumo foi refreado. Por isso, a maior parte da alta de preços ficou represada no atacado. Houve pouco repasse ao varejo e ao comprador final.

Por isso, o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) aumentou apenas 0,64% no último mês, 2,03% em 2020 e 3,04% nos 12 meses até setembro. Mas isso é um número médio. O custo da alimentação, um dos principais componentes do IPC, subiu bem mais que os outros preços pagos pelas famílias, com altas de 1,30%, 7% e 9,08% nos períodos considerados. Em setembro o arroz ficou 11,08% mais caro e virou o novo terror inflacionário.

“O câmbio médio dos próximos 30 dias poderá determinar o futuro de curto prazo do IGP-M”, disse o coordenador de índices de preços da FGV, André Braz, ao apresentar os novos dados. Dólar na faixa de R$ 5,50 a R$ 5,60 poderá, segundo ele, impedir a desaceleração dos preços.

Não se pode rejeitar a possibilidade de um IGP-M com 20% de alta em 2020, embora o cenário básico seja outro, comentou o economista. Com a volta da China e de outras grandes economias à normalidade, as commodities se valorizam “e a incerteza doméstica cria uma desvalorização cambial que, se for perpetuada, poderá criar uma pressão em direção a esse cenário”, acrescentou.

A incerteza doméstica, refletida no dólar, também é fator inflacionário. É palavra de especialista, confirmada no dia a dia dos mercados. Faltou dizer de onde vem a incerteza. Vem, é claro, do desgoverno, principal fonte de insegurança fiscal e econômica. Exemplo: a lambança orçamentária discutida na segunda-feira. Endereço: Palácio da Alvorada. Mas as emas são inocentes.

Folha de S. Paulo

Retrato do atraso

Relatório sobre baixo acesso a tecnologia mostra custo da letargia do governo na área educacional

Uma das consequências sociais mais graves da pandemia de Covid-19, a interrupção das aulas presenciais nos últimos meses pôs em evidência a enorme dificuldade para incorporar novas tecnologias ao ensino oferecido na rede pública.

Observou-se, de um lado, que um expressivo contingente de estudantes, por não dispor de computadores ou acesso à internet em casa, não pôde acompanhar as atividades oferecidas pelas escolas em substituição às aulas regulares.

De outro, viu-se que as próprias escolas padecem de carências brutais nesse terreno, seja de equipamentos eletrônicos, seja de conexões em velocidade adequada.

Um relatório da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) ofereceu novas evidências do atraso nacional. Segundo o documento, que analisou dados de 79 países que participam do Pisa, principal avaliação internacional de ensino, o Brasil ostenta a vexaminosa média de 1 computador para cada 10 alunos.

A marca coloca o país nas últimas posições do ranking da organização, ao lado de Marrocos e Kosovo, e muito atrás de seus vizinhos latino-americanos. O mais próximo é o México, cuja relação é de 1 computador para 4 estudantes.

O relatório mostra que 26% dos alunos estão em escolas cujos diretores avaliam como insuficiente a conectividade à internet. Trata-se da quinta pior taxa, melhor apenas que as alcançadas por Argentina, Colômbia, Panamá e Marrocos.

Os dados abarcam estabelecimentos privados e públicos, sugerindo que o problema é ainda mais acentuado na rede oficial, que atende 80% dos estudantes do país.

Como em outros assuntos sob sua responsabilidade, também nesse o Ministério da Educação se omite. Uma licitação para aquisição de 1,3 milhão de computadores destinados à rede pública, ao custo de R$ 3 bilhões, acabou suspensa devido a suspeitas de fraude. Um ano depois, nem o edital foi refeito nem as denúncias esclarecidas.

O programa voltado à implementação de acesso à internet sofre de baixíssima eficiência. Em 2019, apenas 16% dos recursos disponíveis para esse fim foram utilizados.

Não basta comprar computadores para as escolas e dotá-las de conexões velozes para que o país supere seu atraso educacional. Abdicar dessas ferramentas, contudo, como faz o governo, equivale a manter milhões de estudantes apartados das imensas potencialidades propiciadas pela tecnologia.

Valor Econômico

Em debate, Trump diz que não aceitará resultado das urnas

Os 28,8 milhões de telespectadores americanos que assistiram pelos canais abertos ao debate entre o presidente Donald Trump e seu rival democrata Joe Biden foram surpreendidos por uma noitada selvagem. Para Trump, o ideal perseguido foi o do monólogo: falou o tempo todo, questionou o moderador e quase nunca deixou seu adversário concluir raciocínios. Biden recebeu golpes e desferiu outros, chamou o presidente de racista, de palhaço e, em um momento em que a fuzarca trumpista tornou-se insuportável, pediu-lhe que calasse a boca. Em seis décadas de debate pela TV entre candidatos à Presidência, nenhum analista político entrevistado se lembra de ter assistido a um espetáculo tão deplorável.

A pandemia, que matou mais de 206 mil americanos, impediu comícios e reuniões com eleitores nos quais Trump leva vantagens sobre Biden, que tem discurso discreto, frequentemente monótono e propensão a gafes. O bom estado da economia, que favorece o incumbente, esvaiu-se e em seu lugar veio uma depressão de 31,4% no segundo trimestre. O desemprego disparou. O comportamento de Trump durante a pandemia foi irresponsável e desastroso. Há meses Biden lidera as pesquisas e o republicano não tem conseguido diminuir vantagem de 5 a 7 pontos percentuais. Biden está à frente ou empatado em Estados decisivos, como Pennsylvania e Wisconsin, Flórida e Carolina do Norte.

Fora da TV, não houve confronto direto entre os candidatos. A noite de terça foi uma das poucas oportunidades até a eleição e foi desperdiçada por Trump. O presidente tem seu eleitorado cativo, que está acostumado ou aprecia seu estilo autoritário, burlesco e sarcástico, que se esparrama cotidianamente pelos tweets. Trump fez tudo para roubar a cena no debate, conseguiu, mas não obteve trunfos políticos que esperava.

Em primeiro lugar, é o presidente quem está atrás nas pesquisas e precisa desgastar Biden, mas Trump só sabe fazer isso à sua maneira boçal. Disse que Biden é um candidato senil, que não sabe o que fala, e sugeriu que ele fosse testado por doping antes ou depois do debate. Nele, Trump se superou em impropriedades e grosserias em sua estratégia tão maldosa quanto infantil. Sua ininterrupta catadupa de palavras buscava dificultar o raciocínio de Biden e mostrá-lo aparvalhado como o estereótipo eleitoral que criara. O democrata não caiu nessa e, quando parecia que iria cair, Trump não o deixou com suas interrupções em série.

Trump mal fez a defesa de seu governo, o que é surpreendente, ou sintomático, e sua mensagem foi uma colcha de retalhos costurada com valores negativos. Em um dos momentos mais reveladores, recusou-se a condenar supremacistas brancos e milícias de direita, dizendo que alguém precisava “fazer alguma coisa com os antifas e a esquerda” e que elas “recuar e ficar a postos”. Insistiu na lorota de que a eleição será massivamente fraudada pelos democratas com votos pelo correio, que crescerão com a pandemia.

Biden, que não é um orador brilhante, escolheu temas e manteve-se neles o quanto pode. Disse que o papel de Trump na pandemia foi vergonhoso, esquivou-se do rótulo de esquerdista que o presidente quis lhe pregar e disse que Trump “foi o pior presidente que existiu”. Desaconselhou a escolha agora, feita por Trump, de um novo membro da Suprema Corte e defendeu o que a mudança poria em risco: o programa de seguro de saúde amplo instaurado por Obama (Obamacare). Mostrou- se mais preocupado com os problemas do povo americano do que com seu próprio ego, caso de Trump.

Pesquisas indicam que Biden venceu o debate que praticamente não houve. O fato é que Trump não se empenhou em atrair os eleitores independentes ou moderados, e, acintoso, deixou claro que não aceitará o resultado das eleições, que serão decididas pela Suprema Corte se Biden não vencer por ampla margem, o que é pouco provável. Trump vem pisando nas instituições desde que chegou ao poder e agora comporta-se como um ditador de república de bananas, que diz de antemão que só aceita o resultado das urnas se for o vencedor e conclama seus apoiadores a ir às ruas defendê-lo.

Nunca a democracia americana viveu risco semelhante. Trump desmoraliza o sistema eleitoral em causa própria, e propôs que seus eleitores votem nas urnas e também pelo correio, para provar que as fraudes são possíveis. O “The New York Times” resumiu em um título a análise de sua performance na terça: “O debate mostrou que a maior ameaça à eleição é o próprio Trump”.

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