Alessandro Vieira: Pelo Nordeste, pelo Brasil

Todos que querem um Brasil mais justo e menos desigual precisam pensar no Nordeste, região com profunda desigualdade e emprego e renda dos baixos do país. Precisamos apresentar esse pensamento partindo de Sergipe. A vantagem de ser o menor estado da região, espremido entre gigantes, é não alimentar ilusões de grandeza nos cenários nacional e regional. É ter a clareza de que a região só atingirá todo seu potencial quando cada estado colocar seus interesses de lado em nome de uma estratégia comum. O encontro desta sexta-feira, no Recife, para construir a muitas mãos o Plano de Desenvolvimento Regional do Nordeste (PRDNE) é a chance de transformar esse potencial em realidade.

O menor estado do país, com a menor população, recentemente descobriu grandes reservas de petróleo leve de alta qualidade e já registra enorme potencial de produção de gás, ultrapassando países como a Bolívia. Mais que produção local, isso significa a possibilidade de desarmar rivalidades históricas em nome da integração da indústria petroquímica da região, do gasoduto Bahia-Sergipe às refinarias em Pernambuco, Ceará e Rio Grande do Norte, chegando ao Maranhão como um complexo regional único.

O menor mercado consumidor do Nordeste força qualquer sergipano a produzir pensando a região e o Brasil. Sergipanos como João Carlos Paes Mendonça e José Augusto Vieira são prova viva do que falo. É preciso institucionalizarmos essa disposição. É isso que faz o Consórcio Nordeste quando lança uma licitação para a região, permitindo que Sergipe faça compras públicas com o preço de quem compra para 50 e não 2 milhões de habitantes. Esse é o tipo de estratégia onde todos só têm a ganhar. Igual é o potencial de transformar o PRDNE no maestro dos recursos e programas do governo federal. Principalmente potencializando o uso do Fundo Constitucional do Nordeste, patrimônio por excelência de cada nordestino.

O PRDNE olha para o futuro e tem a inovação na sua base e na sua alma. Transforma a região em grande Porto Digital, seguindo o exemplo pernambucano. Integra a sergipana Universidade Tiradentes com o Instituto Internacional de Neurociências de Natal (IINN), devolvendo os cérebros nordestinos feitos paulistas pelo Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) e aproveitando regionalmente patrimônios como é a educação cearense.

Temos, como região, das maiores insolações do globo e o potencial de produção, desenvolvimento e implantação dos maiores parques eólicos da América Latina; a criatividade das confecções espalhadas por vários estados e o empreendedorismo de quem convive com o maior semiárido do mundo. Do Piauí à Paraíba, passando por Alagoas e Bahia, não faltam oportunidades de integração produtiva. Só nos falta a ambição de pensar como um só coração nordestino.

Só haverá solução para o Brasil quando houver solução para o Nordeste. Só haverá uma solução para o Nordeste quando os estados aceitarem que nossos destinos caminham inexoravelmente juntos. Sergipe é pequeno demais para alimentar ilusões de auto-suficiência. É desse lugar que faço o clamor para que transformemos um encontro entre governadores e presidente com posicionamentos políticos opostos na oportunidade de construir juntos um projeto único de Nordeste. (Diário do Nordeste – 24/05/2019)

Alessandro Vieira, senador do Cidadania de Sergipe

Leia também

Lira teme efeito Orloff ao deixar comando da Câmara

NAS ENTRELINHASO presidente da Câmara se tornou uma espécie...

IMPRENSA HOJE

Veja as manchetes dos principais jornais hoje (19/04/2024) MANCHETES DA...

Cidadania de Goiás se prepara para as eleições de 2024

Em um encontro na quarta-feira (17), o Cidadania de...

Manaus: Nova pesquisa confirma Amom na liderança com 29,3%

David Almeida tem 27,5%, Alberto Neto 9,1%, Roberto Cidade...

Comissão aprova projeto de Manente que amplia isenções para faculdades

A isenção valerá desde que a instituição cumpra as...

Informativo

Receba as notícias do Cidadania no seu celular!